quarta-feira, 19 de outubro de 2011

Enfermeiros…activos e passivos

Bem, nos últimos tempos ando numa fase de enamoramento absoluto e até parece que não faço mais nada…quase isso! Perdoem este tonto apaixonado, mas a pessoa responsável por este meu estado merece isto e muito mais…
Bem, apesar de tudo, a verdade é que continuo a trabalhar, continuo a ser o mesmo enfermeiro que sempre fui, dedicado à causa e procurando sempre o melhor para os meus doentes. Posso andar aluado, mas tenho-me como alguém responsável e ciente do seu dever.
O meu serviço, fazendo a analogia com o sistema de saúde português, pode-se dizer que é algo do género de uns cuidados continuados, com algo de medicina ou geriatria, mas com menos recursos…o que às vezes obriga a um pouco mais de imaginação. Sempre me falaram que um enfermeiro devia ser imaginativo, criativo até, e sempre me assustou, pois nunca pensei que o seria. Hoje em dia creio que o sou, tal e qual como algumas colegas que comigo trabalham, e talvez mais do que muitos enfermeiros que me orientaram em estágios, onde o material e as condições “sobravam”.
Acreditem, nenhuma das minhas professoras era capaz de trabalhar onde estou, pois o mais certo era criticarem tudo e mais alguma coisa, aquilo ia dar-lhes um nó na cabeça, e acabavam por não ser aquilo que dizem ser…enfermeiras.
Um enfermeiro tem que ser isso mesmo…um enfermeiro. O meu serviço não é perfeito, não é um local “esterilizado” ou “imaculado” sobre o ponto de vista do que aprendi na escola e de todos os locais por onde fui passando em estágio (ou quase todos). Mas isso não interessa para prestar os cuidados de enfermagem. Onde estou, nunca ouvi dizer nem disse “Não se pode fazer isto porque não temos material para isso” Isso sim, já ouvi dizer e disse “Não temos material indicado para isso, mas vamos ver o que se arranja!” Eu não me formei para criticar…mas sim para ter sentido crítico. E ter sentido crítico é saber às vezes ter a noção que “não é possível ter mais do que o que tenho, vou ter que me desenrascar com isto”, ao contrário da crítica fácil e nada construtiva “não faço isto porque não tenho coisas para fazer mais”
Atenção, sou uma pessoa que reivindica sempre mais e melhor para o serviço onde estou, pois sei que pedir não custa e às vezes lá se vai conseguindo melhorar um pouco o que se tem…mas não deixo de fazer o meu trabalho.
O importante é termos os princípios todos metidos na nossa cabecinha…e a partir daí tentar aplicá-los na medida do possível…e esta é a questão…quando não consigo manter os princípios nada faço ou, sabendo que não os consigo cumprir, faço o que creio ser necessário para o doente? A minha prioridade é e será sempre a necessidade imediata do doente. Daí eu ser enfermeiro, daí eu praticar enfermagem…ao contrário de muitas pessoas que andam a “pregar Enfermagem”.

Sem comentários:

Enviar um comentário