terça-feira, 22 de janeiro de 2013

Dizes-me e virei por ti...


Durante todas as fases da minha vida conheci gente nova. Como qualquer pessoa, houve relações que se fortaleceram e outras que se esmoreceram.
Da minha já longínqua infância, ficaram muitos colegas, com os quais mantenho algum contacto, mas poucos amigos. É algo que considero normal, pois ainda era um tempo em que nem todas as pessoas tinham telemóvel ou e-mail. Por isso houve amizades que perderam força, não por zangas ou traições, mas apenas por uma ausência a que a ida para a universidade obrigou (na maior parte dos casos). Claro que ausência por si só não significa a perda das amizades.
Porém, os 18 anos mais a experiência da universidade são momentos de grandes mudanças…de personalidade, de maneira de ser, de ideais. Por isso penso que alguém que conheci antes da universidade e que voltei a encontrar anos mais tarde, poderá ser praticamente um desconhecido que necessita de ser redescoberto…e para isso tem que haver vontade, tempo e interesse de ambas as partes. Claro que me apraz saber algo dos meus colegas, principalmente se a vida lhes corre como desejam. Foram amigos num momento importante da minha vida e isso nunca se esquece.
A universidade foi sem dúvida uma altura de grandes conhecimentos, de afirmação da minha personalidade e dos meus ideais…e foi um boom a nível de conhecer novas pessoas. Claro que mudamos ao longo da vida, mas quem me conheceu na universidade sabe que conheceu o mesmo Jorge de hoje (com um pouco mais de cabelo na altura).
Conheci gente de todos os feitios e personalidades. Fiz muitos amigos…grandes amizades. E com as novas tecnologias pensei que a distância não seria problema, pelo menos para manter o contacto.
A verdade é que já passaram cinco anos e meio desde que acabei o curso e, de ano para ano, muitas dessas amizades que pensei que fossem para sempre, pura e simplesmente deixam de existir.
Não culpo a distância, pois essa não serviu para afastar as verdadeiras amizades. Também não culpo as pessoas. A amizade é algo que tem que ser pretendido por ambas as partes. Quando uma das partes tem que sustê-la sozinha, chega um dia e cansa. Creio ter sido o que aconteceu ou vai acontecendo comigo. Quem me conhece sabe que não abandono uma amizade, luto por elas, mas chega uma altura (sim, pode ser de um dia para o outro), que me canso e desligo. Nesse sentido, às tantas a culpa é minha, mas se há coisa que aprendi estes anos todos, foi a deixar ir as pessoas, a não impor a minha presença.
Contam aquelas pessoas que ficam. As que nos querem nas suas vidas. De todos os amigos da universidade, restam poucos. Não direi poucos…os necessários. Quando tomo a decisão de chamar amigo (a) a alguém, é algo que não o faço com leveza. E não é o tempo que passo com as pessoas que determina isso. Há pessoas que conheci durante poucos meses e ficaram amigos para sempre, outras que levo conhecendo há muito mais tempo e sei que nunca o serão. Há pessoas com as quais apenas consigo manter contacto mais constante através da internet, mas mantenho-o. E no dia em que volto a estar cara a cara com essas mesmas pessoas, é como se as tivesse visto no dia anterior. Alegria imensa, confiança igual ou maior. Não preciso de as ver nem falar com elas todos os dias. O que me aportam nos momentos em que estamos juntos é de valor tal que apenas lhes posso dizer um sincero “obrigado”. Obrigado por me fazerem acreditar na amizade e lhe dar o valor que dou.
Estes amigos, ajudam-me a manter o equilíbrio, quer nos bons, quer nos maus momentos. E acima de tudo e prova do quanto me querem…são sinceros. A sinceridade é a maior prova de confiança e lealdade que se pode ter numa amizade. Nem sempre o que quero ouvir é o melhor para mim.
Apesar de tudo o que disse, gosto de conhecer novas pessoas, fazer novas amizades. Sempre na esperança que perdurem para a vida. A única condição? Que o façam de livre e espontânea vontade.
Comecei a ouvir esta canção recentemente e diz muito de como me sinto...sentimento extrapolado no Natal. Do que sinto ao não ter os meus grandes amigos ao pé de casa. Amigos e família. Reafirmo, tudo farei ao meu alcance para estar junto a estas pessoas quando mais precisem de mim.

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