sábado, 17 de agosto de 2013

Fátima...ou Fátima SA?

Em primeiro lugar isto não é um texto religioso nem contra o que quer que seja. É apenas a constatação do que vejo ano após ano. Se acredito em Deus? Sim, acredito numa entidade superior, denominador comum a todas as religiões (porque será que a nossa é a verdadeira? Não é esse dogma, igualmente comum a todas as religiões, causa de milhões de mortes?).
Como é hábito/tradição, sempre que regresso de férias do sul com a família, faz-se uma breve paragem em Fátima.
Quando era pequeno, quando acreditava que a história de Jesus (e as da Bíblia) foi tal e qual como a igreja diz, que morreu da maneira que morreu, eu entrava no santuário e fazia uma sentida homenagem à imagem de Cristo (aliás, presente em todas as igrejas). Depois cresci, fui lendo coisas (o livro o “Último Segredo” apesar de ficção, faz uma verdadeira análise Histórica ao livro de ficção “pouco” científica Bíblia), soube que os nossos Adão e Eva foram uns macaquinhos etc. Fui a Roma, ao Vaticano…vi uma indústria que não o deveria ser. Vi uma demonstração de riqueza (igrejas cobertas de ouro entre outras coisas) de quem supostamente faz voto de pobreza. Será que são seguidores degenerados de Cristo…ou, pelo contrário, são na verdade fiéis seguidores? Como se sabe que Cristo foi como se diz que foi? Meus amigos, investigações (ou melhor, não investigações) da igreja não contam. Para mim é o mesmo que o Macdonalds dizer que a comida deles faz muito bem e devia ser menú diário das pessoas. Há historiadores com obras publicadas, em que analisam cientificamente (sim, história é uma ciência), com muito maior objectividade que a igreja, o percurso do Cristianismo
Voltando à nossa Fátima, deixo a questão do “foi ou não foi verdade o milagre?” de parte. Nisso, tal como na igreja, acredita quem quer e eu respeito. Não consigo respeitar é o negócio “Fátima”. Não falo da cidade que acolheu o dito milagre, mas sim do “shopping” em que se tornou o santuário.
A começar pelas pessoas, muitas parecem vindas directas da praia (ou que iam para lá). Cada um veste o que pode, ok, se uma pessoa não tem mais nada para vestir deve ter o direito de professar a sua fé, mas…
Depois há a questão das velas, em que se as pessoas derem o dinheiro correspondente ao preço (sim, preço) da vela, não precisam de queimar a vela que a promessa fica paga na mesma (está lá escrito numa placa, não é invenção minha)! É a mesma coisa que eu dizer “Dão-me o dinheiro de um pão e não precisam de o comer que ficam sem fome na mesma!”! Será que se levar uma vela dos chineses conta? Há ainda a questão das esmolas, em que, muitas vezes, quem dá são as pessoas que podem menos, já nem digo menos que a igreja, porque aí podemos todos menos que esta instituição. Este ano, para cúmulo, vi que fizeram uma igreja (ou espécie de) no lado oposto ao Santuário. Entrei…para meu espanto, não há sala de cinema ou auditório no país maior e melhor que aquilo! Parecia algo mais ao estilo da IURD…às tantas querem fazer concorrência!
Muitas pessoas criticam o futebol e o dinheiro que se gasta. Respeito essa opinião. Porém há uma diferença. Eu vou a um jogo ou sou sócio de um clube e as pessoas dessa instituição são honestas comigo. Aquilo é um espetáculo, um negócio e, como tal, paga-se. A igreja, tendo como pano de fundo o “clube” Fátima, que também tem os seus espectáculos, dissimula o pagamento, passando a ideia que é de graça. Mas não é…
A melhor designação que ouvi ate hoje (presente na peça em baixo), foi a de Fátima SA! Sem tirar nem pôr!

Repito, não sei se o milagre é real ou não…sei, isso sim, que aconteceu para a igreja e para o seu regozijo!

1 comentário:

  1. Incrível ou lamentavelmente (nem sei), estou de pleno acordo com cada palavra tua!!!
    Beijinhos

    ResponderEliminar