quarta-feira, 4 de dezembro de 2013

Exame dos professores...

Tenho acompanhado de relativamente perto a situação do exame que pretendem que os professores façam. Quanto à questão do exame em si, na minha opinião, é uma palhaçada e uma (mais uma) maneira de ir buscar dinheiro aos bolsos, na sua maioria, de quem ainda não trabalha. Faz-me lembrar a questão das cotas da OE, que as cobram quer se trabalhe, quer não se trabalhe. Ok, há a possibilidade da suspensão da inscrição segundo me disseram, mas o que não me disseram é se levantando a suspensão da inscrição se tem que pagar os retroactivos de todo o tempo que não se pagou as cotas…a esta questão, levantada por mim há uns anos, fiquei sem resposta.
Voltando ao tema dos professores, não é sobre a pertinência do exame, ou falta dela para ser mais correcto, que quero falar. Falo num fenómeno que infelizmente já tive a possibilidade de ver e quase viver com os colegas de enfermagem.
O exame criou revolta nos professores que o têm que fazer. Indignação. Estou com eles, acreditem! Nos outros, suscitou um encolher de ombros, com umas vozes a levantarem-se a dizer que não corrigem os exames etc etc. Mas a verdade é que a eles isto nada afecta. Ou seja, a luta aqui tem que ser feita pelos que vão ser sujeitos a exame. Qual o meu espanto quando vejo o número de inscritos! Quase 40 000, acho. É quase como a situação do típico machão (não confundir com machista), que à frente dos amigos diz que ele é quem usa as calças lá em casa e que a mulher faz tudo que ele manda e ao ouvir um “Anda cá imediatamente!” da mais que tudo, mete o rabinho entre as pernas e lá vai ele!
Comparo com a situação dos colegas enfermeiros, que reclamam e clamam contra tudo e contra todos relativamente às propostas indignas de trabalho (as tais dos 3.96 euros à hora, umas um pouco mais, outras um pouco menos) e que na hora da verdade são os primeiros a aceitá-las! Ter trabalho perto de casa, da família e dos amigos ainda é uma boa desculpa para passar uma esponja por cima da dignidade!

Dois casos diferentes, duas atitudes semelhantes. Conformismo. Falsa revolta. Não sei bem explicar. No caso da enfermagem falo com conhecimento de causa. No caso dos professores, peço desculpa se falo do que não sei, mas é a ideia que me passa…a luta tem que ser feita por todos, não apenas por alguns!

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