segunda-feira, 10 de março de 2014

Atendimento ao público…também uma questão cultural!

Há quase 6 anos, quando cheguei a Espanha, mais concretamente a Pontevedra, encontrei uma sociedade e uma cultura com muitas semelhanças à nossa, mas também com muitas diferenças.
Uma das principais diferenças foi o estilo de vida, mais tranquilos, mas não uma tranquilidade “alentejana”. Vivem com mais alegria, são mais festivos e, quer queiramos quer não, é importante celebrar a vida, seja de que modo for.
A outra grande diferença, diria abismal, tem a ver com os serviços administrativos. Quando vim para aqui, uma ida às finanças ou à segurança social em Portugal (mais especificamente em Fafe, mas creio ser um pouco geral pelo que ouço) era um inferno. Primeiro pelo tempo de espera, pela organização do sistema em si. Outra pela atitude das pessoas que atendem (claro que há excepções). É desconfortável ir a um serviço do qual pouco entendemos e vermos a cara e o tom de voz da pessoa que nos atende, numa recriminação bem explícita, por não sabermos aquilo para que eles são pagos para explicar e esclarecer. E se depois há alguma coisa que estava mal, com consequências para quem se preocupa em ter tudo bem, a culpa morre solteira…aliás, não morre nada, é do cidadão que devia ter dado aquilo na escola! Como dizem “Está tudo explicado na intenet”!
Imaginem agora os enfermeiros receberem um doente para lhe fazer um penso, porem má cara, entregarem o material e os produtos ao paciente e ele que faça o penso a si mesmo. Está tudo explicado na internet, não é? Não acontece isso, mas algumas pessoas mereciam isso.
Voltando aos serviços administrativos espanhóis e de Pontevedra, não direi que é um prazer ir lá, mas não é nenhum cabo das tormentas. E acreditem, apesar de agora não ser nenhum entrave, quando aqui cheguei e mesmo as línguas serem relativamente parecidas, quando se trata de burocracias tudo parece chinês! E qual a reacção dos funcionários? Amabilidade acima de tudo. Capacidade para explicar pacientemente o que as pessoas precisam, nota-se preocupação em ajudar. Mesmo quando não entendem bem o interlocutor que têm à frente.
Para não falar no tempo diminuto de espera. Não faz falta perder uma manhã inteira para tratar de pequenos assuntos.

Podiam aproveitar e já que estamos tão perto, copiar os bons exemplos!


1 comentário:

  1. Infelizmente essa continua a ser uma triste realidade dos nossos serviços. Precisamos de pessoas capacitadas para desenvolver o seu trabalho mas também precisamos de pessoas com empatia para com o público. E não é isso que, geralmente, temos. Temos sim pessoas que procuram fazer o menos possível e que não se dedicam a fazer o seu trabalho bem.

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