quinta-feira, 18 de setembro de 2014

Ai ai, senhores Enfermeiros...

Há uns anos, tipo uns 6 anos, abriu um concurso de enfermagem para a Madeira. Concorri, como o fiz a tudo que era concurso nessa altura.
Aconteceu que fui excluído e, como tal, liguei para o Hospital a perguntar o motivo. A menina diz-me amavelmente “Você não enviou o certificado de habilitações!” Fiquei surpreso, porque a todos eles enviava o certificado de Licenciado em Enfermagem. Diz-me a menina, mais uma vez de forma amável, “Não, o senhor não enviou o certificado de habilitações literárias, o de 12º ano!” Mais perplexo fiquei e informei a menina, que tendo eu concluído o ensino superior, o meu certificado seria o de final de curso ao que diz ela com enorme sapiência “Veja, o meu certificado de habilitações literárias é o de 12º ano!” Com toda a paciência do mundo e vendo que a coisa não ia a lado nenhum, disse à menina que não tinha culpa que ela só tivesse o 12º ano e despedi-me.
Dado o absurdo da situação, liguei para a Ordem para me informar sobre o que se poderia fazer. Desta vez, não tão surpreendido, ouvi um “A Ordem não se intromete nos concursos dos hospitais, tem que resolver a situação com o Hospital em causa.”
O pior de tudo isto, é haver colegas que enviaram o certificado de 12º ano, como sendo o de habilitações literárias. Depois são os primeiros a exigir que os tratem como licenciados. Mas às tantas sou eu que estou errado. Apesar de continuar a achar que, apesar de haver cada vez mais licenciados, ainda existe uma grande taxa de analfabetismo intelectual.
Vim a saber que em alguns (não sei se em todos) dos recentes concursos têm pedido diretamente o certificado de 12º ano. Não percebo a lógica. Somos licenciados, logicamente temos o 12º ano feito. Ou será que querem prevenir certos casos de possíveis equivalências? Tipo, costureiras com prática com agulhas e em coser ou mães habituada a trocar fraldas aos filhos!

Pode parecer um aspecto insignificante, mas será que o é, quando somos os primeiros, de forma consentida e até conivente, a rebaixar-nos? Quando são tantos “cães” a um osso, se for preciso até se vende a alma ao Diabo.

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