domingo, 6 de setembro de 2015

Refugiados…tudo, menos um caso simples.

Antes que comecem os insultos, quero dizer que todas as imagens que vemos sobre os refugiados me impressionam.
Acho muito bem a onda de solidariedade que ocorreu no facebook ao partilhar um sem número de vezes a foto de uma criança morta. Quando ocorreu um acidente de comboio em Santiago também passaram vezes sem conta imagens do descarrilamento e dos mortos a serem retirados…na altura chamei a isso sensacionalismo. Só que desta vez não passam imagens do “acidente” que origina estas mortes sem fim. Não, não falo dos naufrágios. 
Será que só nos lembramos dos refugiados quando começam a dar à costa? Sabemos porque são refugiados, certo? Que movimentos (virtuais e não virtuais) foram feitos para parar as guerras que matam há anos crianças ainda mais novas do que aquela que foi usada, de forma sensacionalista, dia a fio nas redes sociais?
Até agora assobiamos para o lado, não nos dizia respeito, era tão longe que nós não ouvíamos os tiros nem as bombas…nem víamos os civis mortos a dar a costa. Pois, esses deixam de ter necessidade de sair do país. 
Defendo uma ajuda humanitária a estas pessoas. Não sei qual nem como. A situação não é fácil. O nosso sentimentalismo diz-nos “abram as portas”. Grita-se apelando à ajuda (mais uma vez via facebook, através do caps lock). Façam-se as coisas primeiro, pense-se nas consequências depois. Sim, que as vai haver. E sei que toda a gente que apela à ajuda vai ter total compreensão quando os problemas, de várias ordens, surgirem.
Sei que ninguém diz isto, a sério, ninguém, mas de vez em quando ouço passarinhos a cantar “os ciganos deviam de ir para a terra deles!” ou “esta gente de leste só traz problemas!”. Ainda há uns tempos, um hospital em Portugal recebeu feridos de guerra Sírios (se não me engano). Os relatos do que se passava lá dentro, mais uma vez cantados por passarinhos, insinuavam cenários caóticos nos serviços, devido à extrema educação dos feridos. E houve total compreensão. Isto, só como exemplo.
Vamos ajudar. Eu dou uma solução. Cada família, cada pessoa que tenha uma casa, abre as portas a um refugiado ou a uma família deles. Temos que lhes dar de comer, roupa e tudo o que faça falta para terem dignidade. Quem disser que não, fica sem moral para dizer aos Estados para abrirem as portas das suas casas.
Depois critica-se quem apela à ajuda às pessoas que vivem indignamente dentro do nosso país, subitamente esquecidas (será que alguma vez são lembradas?). Mas não há só sem-abrigos. Há idosos e crianças abandonados…vá, que asneiras estou eu para aqui a dizer? Ninguém abandona idosos e crianças. E só por se dizer isto, somos pessoas que queremos deixar os refugiados à sua sorte.
Repito, lamento muito a situação destas pessoas. São humanos e precisam de ajuda. Isso não está em causa. Apelo à ajuda, mas sem exigir o que seja. Apenas espero que todas as decisões sejam tomadas com o máximo de humanismo (para quem quer entrar e para quem já cá está, para não passarmos a ter dois problemas).
A solução do problema? Parar a guerra. O resto são remendos. Não me digam que é impossível. Há uns anos, um pequeno país ajudou um ainda mais pequeno não país a livrar-se de anos de massacres (durante anos esquecidos por todos) …lembram-se de Timo-Leste?




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