sábado, 28 de fevereiro de 2015

Propostas irrecusáveis


Eu já não me admiro com este tipo de propostas, se fosse patrão e tivesse quem me fizesse bem o trabalho por x, não ia oferecer x+y para a mesma função.
Por muito que me possa parecer um “gozar com a nossa cara”, coisa de pessoas indignas e mercantilistas, a verdade é que esses não têm culpa. São gerentes e ponto final. Já os culpei disto, mas nós não somos diferentes (a nível de tratamento) de outras profissões.
A culpa é nossa, nossa enquanto classe, nossa enquanto profissionais individuais, em vender o nosso trabalho por estes valores. Já o escrevi aqui e repito. Enquanto formos na ladainha do “por cada um que não aceite, há 10 que aceitam”, estas propostas, em vez de acabarem, vão proliferar ainda mais.
Que aceitem as propostas, mas que não venham dizer que a profissão está mal, que ganham pouco e coisas assim. Eu já não falo em receber tanto como no público, mas acho que devia de haver valores mínimos e decentes a pagar a pessoas que cuidam de pessoas, a pessoas que põe em causa a sua integridade, física e mental, nesse cuidar.

Já faltou mais para voltarmos ao tempo das freiras, ao trabalho voluntário. E apesar de cada vez haver menos freiras, não tenho a menor dúvida que haverá sempre “alguma” por aí a fazê-lo. Só que agora, não pelo bem do próximo, mas tendo em vista ganhar umas horas de experiência para o currículo…ou assim o esperam.