terça-feira, 12 de julho de 2016

Fantásticos campeões!

Dois dias passaram desde aquela estoica vitória em terra francesas. Num dia marcado pelo êxito desportivo português, realço o mais mediático, aquele que, por ser desporto colectivo, considero de maior dificuldade e, sem hipocrisia, porque adoro futebol. Muita gente que apregoa que só se fala do futebol, desconhecia, até à data, nomes como Sara Moreira, Patrícia Mamona, Jéssica Augusto ou Rui Costa (muitos devem dizer “ah, não sabia que o Rui Costa tinha enveredado pelo ciclismo”). Ou sequer que temos um português búlgaro a lançar umas bolas esquisitas…por acaso eu sei, porque acompanho as notícias do meu clube. Mas toda a gente sabe quem é o Cristiano, o Pepe, o Patrício, o Sanches, o Quaresma e, agora, até o Éder! Porém, fica bonito dizer que se acompanha a par e passo todos os desportos…mas onde estavam quando Portugal ganhou inédita medalha de bronze no Europeu de Karate?
Falando do Euro 2016, que mais dizer que não foi dito? Apenas posso falar da minha vivência. Nunca fui muito adepto do Fernando Santos, mas quando foi apresentado como seleccionador conquistou-me pelo seu discurso. Sem falinhas mansas, sem medos, com a convicção de quem sabe o que quer e quando quer. Até poderia não ter concordado com todas as escolhas dele, nos 23 escolhidos, mas ele é que sabia. Na brincadeira disse muitas vezes que íamos ganhar o Euro porque eu comprei a camisola da selecção. A verdade é que eu comprei a camisola porque sabia que era a camisola da equipa que ia ganhar. Quem me conhece, quem viu e viveu os jogos comigo, mesmo nos momentos de maior descrença, sabe que da minha boca sempre saiu um “vamos ser campeões!” No dia da final, no serviço, repeti muitas vezes…”vamos ganhar!”
Porquê este (exagerado) optimismo? Porque confiei, quer no seleccionador, quer no grupo. Mas acima de tudo porque o Cristiano queria ganhar…tinha que ganhar!
Sou fã do Cristiano, para mim (podia ser por ser português, mas não é) é o melhor do mundo. Mostrou-o durante quase toda a prova, exceptuando os momentos finais do 1º jogo. De resto foi o jogador e capitão que precisávamos. Um capitão que, talvez pela primeira vez, acreditou tanto naqueles que o seguiam como em si mesmo. As lágrimas de desespero que deitou, caído no relvado, arrepiaram-me. Aquilo não eram lágrimas de dor, mas sim de um jogador que não queria defraudar um país. Cristiano, acredita, não defraudaste. Foi a tua vontade de querer continuar que serviu de luz aos teus colegas. Mesmo fora do campo foste o farol que eles precisavam. No teu momento mais infeliz, soubeste engrandecer os outros…e és enorme por isso. Mostraste que o melhor do mundo tem que ter uma coisa…nunca virar a cara à luta!
Sei que o Patrício foi o melhor guarda-redes do torneio (faço-lhe uma vénia). Sei que o Pepe foi o melhor jogador de toda a prova, que ele e o Fonte foram a melhor dupla de centrais. Sei que o Guerreiro e o Sanches foram os mais irreverentes. Sei que o Nani e o Quaresma, finalmente, disseram presente numa grande competição. Sei que o Éder foi o herói inesperado (a ele, vénia maior). Sei que o segredo de Portugal campeão, foi uma equipa pragmática, fria e coesa, fugindo da lógica do sangue lusitano. Mas este europeu foi obra do Cristiano e do F. Santos. Um arquitetou tudo o outro foi a voz dele dentro do campo. Sintonia perfeita na ambição e na crença.
Depois do Europeu e da Champions (e quase a Liga), só admito a Bola de Ouro para um jogador. Que me desculpem Bale, Suarez, Neymar ou Messi. Quando ao melhor treinador da época, só admito dúvidas entre F. Santos e C. Ranieri (desculpa Rui Vitória). Um e outro obtiveram feitos inéditos, penso que o de Ranieri mais difícil. Mas acredito que uma vitória que foi a alegria de mais de 11 milhões vá ter o seu peso!

Parabéns Portugal, parabéns Campeões da Europa!

Sem comentários:

Enviar um comentário