domingo, 25 de setembro de 2016

As palavras que sempre te direi…




Já lá vai um tempo desde aquele dia, que não me recordo ao certo quando foi, em que me foste apresentada. De um rosto no meio da multidão, passaste a ser o rosto que sobressaía dela. De uma voz desconhecida, passaste a ser a voz que guiava a minha atenção.
Há coisas que carecem de explicação, há outras que simplesmente fogem à razão. Como pode alguém tomar-nos o coração? Não sei se sei ou talvez saiba, mas depois de tomado que interessa isso?
Poderia começar no teu sorriso, sim, esse sorriso que ilumina o dia de qualquer um. Bem, de qualquer um não posso afirmar, mas o meu, ai o meu sem a menor dúvida. Um sorriso que insultuosamente me cativa, que apenas encontra ligeira comparação com aquele que as crianças nos dão.
Seguiria pelo teu olhar, um olhar penetrante e absorvente, mas por vezes distante e ausente. Tem tanto de sincero como de misterioso. Seja como for, é o olhar que queria sobre mim.
Continuaria pelo teu ser, pelo teu maravilhoso ser. É o que tu és, a maior das tuas qualidades. Mas se os olhos são o espelho da alma, tu és um mapa por descobrir. Ou serás antes o navegador perdido, à deriva, esperando ventos favoráveis?
Tudo isto e muito mais, não havendo palavras para o explicar, levou-me a tomar a decisão que, ambos sabemos, te afastou de mim. Sei que se tivesse ficado no meu canto, às tantas não terias andado para trás e me terias conhecido melhor. Às tantas assustei-te, às tantas porque é difícil acreditar que haja alguém que possa sentir realmente aquilo que diz ou que possa realmente ser aquilo que parece ser. Às tantas por isso te fechaste, por isso me evitaste, por isso te seguras a um caminho que dizes não ter saída, mas que conheces bem. Às tantas acho que o teu verdadeiro medo é que te possas magoar.
Eu estendi-te a mão para que pudesses caminhar junto a mim um caminho desconhecido, um caminho em que eu nada posso garantir, a não ser de o querer fazer contigo sem te largar em momento algum. E eu estiquei-me ao máximo para que tu lhe chegasses, para que tu quisesses, ao menos, sentir o toque dos meus dedos. Não quiseste e mantiveste-te de braços cruzados. Eu compreendo, a sério que sim.
Eu afastei-te e tu afastaste-me. Também eu andei perdido, mas farto de esperar por brisas amigas peguei nos remos e retomei o rumo da minha vida. Contudo, por muito que eu não quisesse, fazes parte dela. Por muito que nos afastemos, por muito que finjamos que o outro não existe, quero, acima de tudo, que estejas bem. Descobri, sem querer e quando menos queria, que estou mais perto de te amar do que gostar de ti. Peço-te desculpa, mas não te vou pedir desculpa por isso.

Hoje atraquei o barco nesta praia, uma praia encantadora, na qual gostaria de te ter ao meu lado. Por isso, entrego estas palavras perdidas ao mar, na esperança que um dia as possas encontrar…e, por fim, queiras entrelaçar os teus dedos nos meus.

Sem comentários:

Enviar um comentário