segunda-feira, 8 de outubro de 2018

O que de verdade importa


Estava a pensar escrever a minha opinião sobre o study case do escândalo CR7 ou das praxes criminosas, até que ontem fui assistir a um filme.
Como fã de cinema, ando mais ou menos por dentro das estreias ou dos grandes filmes que estão a chegar. Não foi o caso de ontem, um filme desconhecido, que nunca ouvira falar, lançado em Fevereiro de 2017 e, não sei porquê, parecia perdido (ou destinado?) ao esquecimento.
Surpresa das surpresas, saltou para o meu top 3 de filmes preferidos, ficando com o último lugar do pódio. Destronar “A Vida é Bela” ou “Dois é família” não é coisa fácil.
O que têm estes filmes em comum? Todos eles abordam situações dramáticas, mas com a qualidade que eu mais admiro no mundo, o humor.
O “The Healer” fala do dom de curar pessoas, sob a metáfora dum “curandeiro”. Que tem este filme de tão especial para me tocar desta maneira?
Por muito desesperante que seja uma situação, por muito que não se veja a luz ao fundo do túnel, cabe-nos a nós, simples cidadãos, transformar o mundo de quem passa por uma situação dessas.
Associamos o termo “curar” à condição de alguém ficar são, normalmente de algum mal físico. Porém, às vezes isso não é possível. Baixamos então os braços e deixamos simplesmente as coisas seguirem o seu rumo?
Curar a alma é, quem sabe, a tarefa mais difícil e mais importante quando a morte é algo cada vez mais palpável. Seja para uma possível recuperação, seja para um fim digno.
Ontem, ao assistir ao filme, sorri, daqueles sorrisos carregados de compreensão, às vezes acompanhados com uma lágrima (não foi o caso vá), recordando-me de algumas pessoas que tive o privilégio de conhecer e acompanhar enquanto enfermeiro. Pessoas de quem cuidei, pessoas que fiz rir e sorrir, pessoas que muito me ensinaram, sendo que a maioria já não se encontra entre nós. Anónimos de nome, mas cujas caras para sempre lembrarei. Não as consegui curar, foram elas que me foram curando.
Aconselho vivamente o filme, podem sair do cinema a sorrir ou a chorar, mas indubitavelmente mais enriquecidos enquanto pessoas.

i

Sem comentários:

Enviar um comentário