terça-feira, 16 de novembro de 2010

Porque não há ninguém mais importante no mundo...




Saudades do tempo em que era assim...porque é que deixou de o ser? Será que deixou? Será que tenho sido o pior cego que há? Aquele que não quer ver...se a resposta a esta pergunta é "sim"...perdoa-me, perdoa-me por tudo que me dás todos os dias e pelo pouco que te dou...espero que não seja tarde demais. Amo.te.

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Não está fácil...mas obrigado "S" (pela companhia e distracção) e obrigado pequena "E" e pequeno "F" (um sorriso vosso faz milagres) por aliviarem um pouco este fardo...mesmo que o tenham feito inadvertidamente...

sábado, 13 de novembro de 2010

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Já dormi...mas continua o forte aperto no coração e o terrível peso da agonia...

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Quando uma mera hipótese consegue abalar o nosso mundo...

quinta-feira, 11 de novembro de 2010

Falta de Tempo...

Eu adoro escrever…mas também adoro ler. Tenho 2 blogs para os quais escrevo, mas tenho muitos mais que leio. Gosto de ler para me aperceber de coisas que às vezes me passam ao lado, para ver outros pontos de vista contrários aos meus, respeitando sempre a opinião de quem escreve os textos. Isso é premissa básica do bom civismo. E não escondo que algumas dessas leituras dão-me ideias para novos textos.
É o caso deste texto. Surge de uma troca de ideias e de opiniões algo divergentes, entre mim e a minha amiga “R”, acerca dum texto escrito por ela.
Ela faz uma vénia e pede louvores aos colegas enfermeiros que trabalham em Portugal, porque devido à falta de condições e de tempo, lá vão conseguindo prestar os cuidados apesar de alguns atropelos (“R”, se faltar algo ou não estiver correcto o que digo diz).
Eu apenas vou pegar no tema “falta de tempo”, porque no que consta às restantes condições em Portugal também haverá quem tenha excelentes condições de trabalho.
Nos tempos de estudante, ouvi falar muito em falta de tempo, que os enfermeiros não tinham tempo para fazer as coisas, que eram poucos e havia sobrecarga de trabalho. Ideia esta que perdura até aos dias de hoje, apesar de muita da falta que existia quando eu entrei no curso ter sido suprimida nos anos seguintes.
Quando eu entrei falava-se em milhares de enfermeiros que faziam falta. Quando eu saí continuava-se a falar dos mesmos milhares de enfermeiros que faziam falta, mesmo sabendo que já começavam a ser uns milhares a acabar o curso e a ficar sem emprego, pois as vagas existentes já haviam sido preenchidas.
Vamos por partes. Reconheço que em muitos casos haja sobrecarga de trabalho. O que não admito, é que haja é atropelos aos cuidados prestados.
Eu vou falar da minha experiência, logo da minha escola. Lá, professores que na sua maioria estão afastados da prática aos anos, transmitiram-nos a ideia que se o tempo de um turno não nos chegava era porque tínhamos má organização. Tão simples quanto isto. Mas será que é assim tão simples? A minha escola formou-me para um meio hospitalar utópico, meio esse que não existe.
Durante os meus estágios nunca vi um enfermeiro a ficar para além da hora, nem 10 minutos. Muitos desses enfermeiros, ao acabar um turno iam directos para o seu 2º ou 3º emprego, sem descanso pelo meio. Digam-me, que qualidades terão os cuidados prestados nesses empregos secundários? Ou ao contrário, pois vi enfermeiros a descuidar o seu trabalho no público, para estarem em condições de irem exercer logo a seguir no privado!
Eu no meu trabalho tenho hora de entrada e de saída, este que é as 8h. Nunca saio a essas horas, muitas vezes saio bem depois. Eu não tenho que dar os pequenos-almoços, mas por vezes dou um ou outro. Nesses casos saio consoante o tempo que a pessoa me demora a comer…não é ao contrário, em que o tempo que a pessoa demora a comer depende da hora que eu tenho que sair. Eu se depois da minha hora vejo um soro, colocado por mim, parado porque a via está infiltrada, não me sinto bem se não for eu a trocar a via, mesmo já não sendo o meu turno. Eu se já depois da minha hora vejo o estado de um doente a complicar, fico o tempo que for preciso para ajudar o colega que está no turno.
Aqui não sou eu que dou os banhos, mas vejo colegas auxiliares a dar banho a quase 20 doentes, na sua maioria acamados. Claro que algumas não o fazem bem, mas basta haver uma que o faça para se ver que isso é possível. E em Portugal quê? 6 Doentes, com uns 3 acamados?
Há falta de enfermeiros? Há, para prestar os cuidados que são ensinados na escola. Por professores completamente descontextualizados da realidade. Se as escolas nos preparassem para a realidade, às tantas não sentíamos tanto essa "falta" de enfermeiros...uma enfermeira chefe do hospital S. João disse-me na minha entrevista que ela achava que tinha enfermeiros a mais, apesar de eles se queixarem que eram poucos. A ideia de que fazem falta muitos enfermeiros é um ideia criada por uma entidade bem conhecida, para justificar, numa primeira fase a necessidade de formar mais, e numa segunda fase o descontrolo na formação de profissionais, muito para além da capacidade do mercado (ou acham normal Portugal ser responsável pela saturação de enfermeiros em Portugal e em Espanha? Seguem Inglaterra, França, Suíça…)
Claro que o ideal seria ter 1 enfermeiro, quem sabe, talvez para 3 doentes...quando se chegasse a essa fase, ia-se pedir 1 enfermeiro para cada doente e, melhor ainda, seria se tivéssemos 2 enfermeiros para cada. Este seria o caminho da utopia...o oposto ao da realidade.
Por isso amiga “R”, eu não faço louvores nem vénias aos colegas que estão a trabalhar em Portugal. Se o fizer faço em nome da falta de reconhecimento que a profissão tem a nível mundial ou faço a todos os enfermeiros portugueses, estando no país ou no estrangeiro, que praticam uma boa enfermagem. Daquela em que os doentes estão em primeiro lugar…mesmo à frente dos interesses dos enfermeiros.

Uma música, que adaptada à situação, diz algo sobre a nossa profissão...

quarta-feira, 10 de novembro de 2010

Meu Refúgio...


Setembro de 2002…o início de uma relação que na altura nunca pensaria ser possível de se concretizar.
São publicados os resultados das colocações do ensino superior. Destino: Viana do Castelo. Reacção: “Onde raio eu fui calhar!”
Admito, os primeiros tempos foram difíceis, nova cidade, novos colegas, nova experiência…saída da casa dos pais (o único abrigo conhecido até à data). Tudo isto, juntando o tempo invernoso, fizeram-me detestar aquele lugar. Fizeram com que o Domingo ou segunda-feira parecessem o regresso a um castigo a que havia sido sujeito, sabe-se lá porquê!
O tempo passou…veio a primeira Primavera no Alto Minho. Vieram os primeiros sinais de mudanças. A cidade começou a parecer-me familiar, alguns dos novos colegas foram-se tornando em novos amigos, aquela nova experiência passou a ser algo de interessante e o bom tempo permitiu o desabrochar de um lugar que ainda não conhecia.
Passaram 5 anos. Anos cheios de histórias, de bons e maus momentos, de paixões intensas, do primeiro amor, de tristes decepções e alegres surpresas, de novas experiências. Anos que serviram para criar laços que estou certo que jamais se irão desvanecer. Amizades fraternas, praticamente de irmãos …dos quais o “F”, a “J” e a “L” são os expoentes máximos, mas nunca esquecendo outras grandes amizades que são vividas consoante as possibilidades da vida.
Hoje em dia procuro ir frequentemente a Viana do Castelo. Não vou tantas vezes quantas gostaria, mas sempre que posso dou lá um salto. Sou fafense de nascença, vianense de adopção.
Sempre que lá vou invade-me uma sensação de tranquilidade difícil de explicar por palavras. Quando ando com a cabeça ocupada com coisas menos boas, gosto de ir lá, passear no centro histórico, percorrer a marginal ou sentir o cheiro a mar e o vento a bater na cara na “Praia Norte”. Gosto de matar saudades dos croissants com creme da Caravela ou das bolas de Berlim do Zé Natário. Gosto de ir visitar a minha ESENF…
Viana foi e continua a ser o ponto de encontro para viver algumas das amizades acima referidas.
Viana do Castelo está sempre presente na minha vida…onde quer que tenha um amigo “nascido” lá Viana está presente! Está presente quando vou a Valença ou a Monção…está presente em Pontevedra e até esteve presente quando fui a Barcelona.
Hoje dei um breve pulo a Viana…almocei com a “J” e a “C”…e depois vim por Valença e lanchei com a “J” (outra) e a “L”. Foi muito pouco tempo, como o é sempre que estou com elas. Mas precisava disso. Os últimos tempos, por coisas que já aqui relatei, não têm sido muito fáceis, embora não goste de demonstrar isso. E estar com elas fez-me afastar um pouco disso tudo e descansar um pouco, apesar do extremo cansaço físico e psicológico derivado do pouco descanso destes dias recentes.
Como se costuma dizer, Viana é muito mais que uma cidade…Viana é Amor!