segunda-feira, 22 de maio de 2017

Amor à primeira vista

Olá “I”!
Sabes, acabei de te conhecer e tive que pegar na “pena”, tal é o remoinho de sentimentos que me fizeste sentir uns minutos atrás. Tenho que escrever, tenho que soltar tudo o que vai aqui, senão sei que não vou pregar olho.
Foi há alguns anos, muitos para os meus quase trinta e três, que peguei pela última vez em alguém tão pequeno. Na altura com um à vontade que a prática me estava a dar. Porém o tempo passou, a prática também.
Hoje, quando me foste entregue nos braços, tremi…tremi por dentro, os meus braços por um segundo desfaleceram, mas rapidamente despertaram deste inebriante torpor. Tinham que ser fortes, fortes o suficiente para te transmitir segurança, para serem berço confortável. A medo acolhi-te no meu colo, medo da encantadora delicadeza do teu pequeno corpo.
Depois veio o resto…senti a ternura do teu calor. Senti a fragilidade dos teus dedos. Senti a doçura do teu rosto. Senti a tranquilidade da tua respiração. Não tenho dúvida, foi amor que senti, amor à primeira vista.
És uma pequena princesa, uma linda e querida princesa, tenho a certeza que irás continuar a cativar todos à tua volta.
Obrigado “I”, obrigado pela paz que me transmitiste. Hoje vou sereno para o mundo dos sonhos.
Beijinho,

Jorge

quinta-feira, 4 de maio de 2017

Os lugares da minha vida

Nos últimos dias estive de férias na cidade de Valência, sul de Espanha. O maior elogio que posso fazer à cidade é que era capaz de me ver a viver lá. Cidade grande, mas tranquila, com um centro histórico acolhedor e lindíssimo. Com dois ex-líbris a não perder, a Cidade das Artes e Ciência e o Bioparc. Admito que surpreendeu-me mais este último.
De resto, mais uma cidade em que se vive Espanha em todo o seu esplendor…ruas movimentadas a toda a hora, principalmente após as 16 horas. Esplanadas cheias em dias da semana. Tapas (como as adoro), as cañas ou um bom rioja. Praias até perder de vista, esplanadas à beira mar relaxantes com música a animar.
Ao voltar a viver isto tudo reparei nas saudades que sentia disto, de pequenas coisas que os sete anos e pouco que estive nesse país me proporcionaram. Lembro-me de sair de fazer noite e ir descansar para a praia. Lembro-me do “ir de tapas” com os amigos, com mesas faustas com os mais variados tipos de comidas, deliciarmo-nos nas esplanadas durante umas 3 horas a comer e a beber. Lembro-me de ter vários cafés onde ir, cada qual com as suas características e e decorações singulares. Apenas não sinto saudade da música espanhola porque essa segue a ser presença assídua no youtube ou no carro. Posto isto, sem dúvida que Pontevedra será sempre um dos meus locais, aquela cidade que sempre que lá vá posso dizer “sinto-me em casa.
Nos anos que passei em Espanha, senti sempre vontade de dar um salto àquela que foi a minha segunda casa…Viana do Castelo. Porquê? Porque sentia falta de passear no centro histórico ou na marginal junto ao rio. Sentia falta de ir ao meu shopping (apenas abriu no meu segundo ano em Viana e transformou a cidade). Sentia falta das bolas de Berlim do Natário ou dos croissants com creme da Caravela. Sentia falta de passear na Praia Norte, de tomar lá um café ou de almoçar no Scala…talvez o restaurante, sem ser chic, onde me sinto mais à vontade, com um espaço bastante agradável e grande variedade de pratos. Sentia falta da minha ESENFVC, o local que me deu as bases para ser o enfermeiro que sou hoje e onde conheci e criei amizades para a vida. Sem dúvida que Viana será sempre um dos meus lugares de eleição, onde quando chego posso dizer “cheira-me a casa”.
Contudo, há um lugar que, estando em Viana ou em Pontevedra, sempre me atraiu de volta, como um íman que prende o metal. Fafe, a terra que me viu nascer e crescer, a terra que me viu abalar dela para estudar e mais tarde trabalhar. Admito que gosto de Fafe porque sou daqui. Apesar de achar que é um sítio agradável, não me custa admitir que possa ser difícil para muita gente ter que vir viver para cá. As cidades muito pequenas são aprazíveis, quase sempre, para quem é originário da terra. Além de ser a minha origem, tenho família (o bem do qual mais falta sentimos quando não temos por perto), tenho grandes amizades, das mais antigas às mais recentes (como é ótimo desfrutá-las diariamente), tenho a casa onde trabalho (e onde me sinto em casa) e tenho a minha segunda família, o Karate. Quando disse a alguém que me via a viver em Valência essa pessoa disse-me “E porque não ficas?” A minha resposta sem pensar foi “E os “meus” meninos do Karate?”

São três os lugares que me fazem sentir em casa, mas apenas um é a minha casa…Fafe. Por isso, posso ir passar uns dias seja a onde for, dentro ou fora do país, mas com a firme certeza de ter viagem de volta.