domingo, 23 de dezembro de 2012

Fanny e politiquices


"Decorreram recentemente as eleições para a Associação de Estudantes (AE) da Escola Secundária de Fafe. Estando eu a trabalhar fora do país, dei conta deste facto através da rede social Facebook.
Pelo que me foi dado a entender, há um ou outro aspecto que merece profunda reflexão, não só da parte dos candidatos, mas também da parte de quem os educa e forma.
O primeiro assunto, o que me chocou mais (tendo em conta a minha profissão não entro facilmente em choque), foi a anunciada presença, como arma eleitoral, de uma ex-concorrente da Casa dos Segredos, uma Fanny.
Na minha humilde opinião, mal vai uma geração quando apresentam como arma eleitoral uma pessoa que nada fez de relevante, a não ser ter aparecido num dos piores programas de sempre da televisão! À minha, por muito menos, apelidaram-na de rasca! Em vez disso, podiam apresentar projetos de modo a conseguirem apoio de gente da escola, tipo professores, eles sim, verdadeiras armas eleitorais.
Com isto, coloca-se outra questão. De onde vem o dinheiro para trazer tão emblemática figura à escola? Sim, que estas super figuras públicas ganham a vida a aproveitarem-se destes pobres de espírito.
Em resposta a um comentário meu no Facebook, um elemento da lista disse-me que o dinheiro foi angariado através do patrocínio de quase todas as lojas de Fafe, que fizeram ainda um desfile de moda na escola para promover o comércio local e que ainda haviam comprado material escolar com esse dinheiro para dar aos alunos…e ainda me referiu terem “um programa eleitoral incrível!”
Por partes. Sou o primeiro a dizer que eles gastam o dinheiro como bem entendem, mas muito bem deve andar o comércio em Fafe para patrocinar a vinda de uma pessoa que nenhum ganho lhes dá. Nem sei em que valorizou a lista candidata. Se fosse uma coisa a sério deveria era dar votos à outra lista! Quanto ao desfile e à oferta de material, seriam duas ações altruístas se fossem levadas a cabo pela AE e não por uma lista candidata à AE! Pergunto mais, até que ponto será ético fazer uma coisa destas? Este show off tem apenas um nome…compra de votos! Assumido por alguém ligado às listas, que me garantiu que estas são as únicas maneiras de “ganhar votos”!
Se tivessem realmente um “programa eleitoral incrível” não precisariam deste circo todo. Eu diria que “presunção e água benta cada um toma a que quer”, mas seria algo demasiado severo para estes jovens deslocados da realidade. Eles não são os verdadeiros culpados. Os verdadeiros culpados estão nas suas próprias casas. Eles são livres, mas os pais ainda mandam neles. Os mesmos pais que vão às manifestações chamar de tudo aos nossos governantes e pedir a demissão daqueles, que não são nada menos aquilo que os filhos se estão a tornar! São os seus filhos que vão ser os políticos do amanhã.
A segunda situação que me chamou a atenção foi uma foto de alunos da Escola Secundária de Fafe, supostamente ligados a uma das listas. A foto mostra-nos a bancada do campo de futebol da escola cheia de alunos, levando-nos a pensar que são membros ou apoiantes da referida candidatura.
Isto fez-me pensar que, num momento em que o povo pede cortes a nível de cargos políticos e dos seus assessores, jovens sigam maus exemplos, apresentando listas extensas. Fez-me também pensar que desde cedo se cultiva a ideia que os cargos servem para se garantir benesses para quem os ocupa e para os seus grupos de amigos…e não em ocupar esses cargos para benefício, neste caso, de toda a comunidade escolar!
Critico muitas vezes as “Jotas” como cópias em miniatura dos seus partidos com todos os vícios e compadrios adjacentes…mas vejo agora que o problema começa a nascer numa fase ainda mais embrionária. É por isso que eu digo e repito, os políticos que nós temos, que nós criticamos, são filhos da nossa sociedade (são filhos, netos, sobrinhos, amigos).
E não me venham dizer que a escola tem responsabilidades. Não tem. Ano após ano retira-se autoridade à escola e aos professores na formação dos seus alunos, não peçam agora que a exerçam quando a coisa descamba.
Esta é uma situação que até me podem dizer que não me diz respeito. Porém, como cidadão, acho que diz respeito a todos. Se fecharmos os olhos e nada fizermos estaremos a pactuar com mais do mesmo. Estamos numa de ganhar a qualquer custo, o pior dos princípios que podemos passar a uma geração.
Antes de se fazerem revoluções “armadas”, creio ser urgente fazer uma revolução educacional!"

Notícias de Fafe, 14 de Dezembro de 2012

quinta-feira, 20 de dezembro de 2012

Feliz Natal


Já se cheira há algum tempo o ambiente tão típico de Natal, quer seja nos anúncios de brinquedos que passam sistematicamente na televisão, para desespero dos pais, quer seja nas ruas com as iluminações do costume ou nas árvores de Natal, desde as mais tradicionais às mais originais.
Saio à rua nesta cada vez mais “minha” Pontevedra e é um corrupio de gente a entrar e a sair das lojas. Ruas e lojas à pinha como se estivesse em Portugal num shopping num fim de semana de chuva!
Já fiz algumas compras de Natal, mas poucas em comparação a outros anos. A incerteza sobre o futuro (falo a nível geral, não no meu caso específico), que tanto gostamos de esquecer nesta altura do ano, obriga a um pensamento mais racional e menos emocional. Não é dar valor em demasia ao dinheiro, não é ser avarento (sou poupado, mas longe de ser isso), não é ser contra o Natal, apesar de restar pouco do sentimento natalício de tempos não muito distantes. Todos os anos costumo oferecer-me algo, um mimo de final de ano. Este ano não. Este ano vou dar em vez de receber.
Quem me conhece sabe bem o valor que dou à minha família. Não seria de estranhar que adoraria passar esta quadra natalícia junto a eles. Porém, com a profissão que tenho os dias tornam-se um pouco indiferentes…às vezes nem sei se é sábado, domingo ou feriado.
Vou passar a véspera e o dia de Natal na companhia dos meus doentes. Se estou chateado? Nem um bocado. Sei que é trabalho, que estou a receber para estar lá e desengane-se quem pensa que recebo mais por estes dias (noites). Mas vai ser um Natal diferente…um Natal real, ausente de futilidades.
Ser enfermeiro não é só preparar e dar medicação, tratar de feridas, fazer higienes ou um sem número de técnicas. O serviço onde estou não me permite exercer certas valências da minha profissão. Não é uma Urgência (apesar de acontecerem e de termos que as resolver com os meios que temos), não é uma UCI ou um serviço de cirurgia. Há coisas nestes serviços que me passam completamente ao lado. Coisas que não tenho a menor dúvida que trabalhando num deles aprenderia a fazer.
Ser enfermeiro (além de todos os conhecimentos técnicos e científicos), é dar atenção, é ouvir e falar, é tranquilizar os doentes. É pegar numa cadeira e sentar-nos 5 ou 10 minutos a falar sobre o que preocupa a pessoa que temos à nossa frente. E esta parte da enfermagem, que me desculpem os experts na matéria, não vem nos livros. A amabilidade, a educação ou a atenção com que se trata dos doentes, isso já é algo intrínseco. Acima de tudo, quando se fala em vocação, a meu ver fala-se nisto que acabei de escrever. Há muitos e bons enfermeiros, mas muitos carecem desta vocação.
Eu e os meus doentes não vamos estar na companhia da nossa família, não vamos fazer troca de prendas, não vamos comer até cair para o lado. Eu vou ser a família deles e eles a minha. Carinho é a única coisa que temos para trocar. E acreditem, duma maneira geral, estes “meus” doentes sabem dá-lo. E eu vou dar a quem mais dele necessita.
Desejo um Feliz Natal a todas as pessoas que fazem parte da minha vida, seja de que forma for. Mais do que dar prendas, ofereçam a vossa presença a quem mais dela disfruta.
Deixo (creio que novamente) aqui uma das minhas músicas de Natal preferidas, cantada em português. Derretam a neve e o gelo e aqueçam os corações de quem mais amam.

quarta-feira, 12 de dezembro de 2012

Sempre no coração...


Hoje é um dia em que a saudade, esta palavra tão portuguesa, tão nossa, é sentida por mim de maneira mais forte. Sinto-a todos os dias, pois há essas pessoas que já cá não estão que ganharam o direito a permanecer eternamente no meu pensamento. Porém, nos dias de aniversário da sua partida, este sentimento torna-se mais intenso.
Há oito anos, neste mesmo dia, dizia adeus àquela que foi uma mãe para mim. Parece que ainda foi ontem…parece que já estou há uma eternidade sem ela. Partiu cedo demais da minha vida, como partem todas as pessoas que amamos. Uma avó que se desdobrou no papel de avô e avó para todos os netos (as). Ajudou-nos a criar, a educar, a crescer, a tornarmo-nos nas pessoas que somos hoje em dia.
Há um ano, daqui a umas horas, no dia treze, partia o meu avô de forma inesperada. Sem aviso, sem preparação, sem um último adeus. O tempo estava triste como hoje. Aquele frio anunciador de más notícias. Sinto falta de me sentar no sofá de sua casa ou junto à lareira e escutar aquelas histórias tão reais, de uma vida dura e de trabalho. Um avô que gostou dos netos na sua maneira de gostar. Nem só com mimos se demonstra amor. Palavra que muita gente da geração do meu avô desconhecia, pelo menos com a importância que se atribui hoje em dia. Hoje em dia diz-se muito e não se sente…antes talvez fosse um pouco ao contrário.
O padre hoje na missa disse que a morte deve ser vivida com alegria…é por isso que há muito a igreja perdeu sentido para mim (respeito no entanto todas as crenças). Posso ser egoísta, mas preferia ser triste na presença dos meus avós, estivessem eles com saúde. Um momento de perda não pode ser nunca um momento de alegria.
De há sete anos para cá a minha família materna junta-se, neste dia doze, num jantar de família. Mais do que uma maneira de nos lembrarmos da nossa avó (não faz falta um jantar para isso), é uma maneira de reunir a família. Há uns anos que andava ausente, por motivos profissionais. Este ano fiz questão de marcar presença. Num dia algo triste, saí do restaurante com outro ânimo…como qualquer família, a minha renova-se com novas gerações, novos seres com uma energia contagiante, aos quais é impossível ficar indiferente.
Família não se escolhe…mas se me dessem à escolha, escolhia a mesma (quer materna, quer paterna). 

domingo, 9 de dezembro de 2012

Despertar...


Hoje de manhã fui correr. Nada de extraordinário, mas para mim significou algo mais que uma corrida.
Desde Maio andava com dores nos joelhos, mas nestas coisas penso sempre “dentro de uma semana ou duas deve passar” (apesar de alguém que me deveria conhecer bem melhor dizer que sou hipocondríaco). Em princípios de Agosto o KO definitivo. Num jogo de futebol entre amigos, sozinho, o calcanhar cedeu. Passei cinco dias a mancar e a partir daí andava sempre com uma dor suportável, mas constante. Juntando a esta, seguiam as dores nos joelhos. Como iria de férias brevemente parei com a actividade física, mantendo-me apenas com a que o meu trabalho exige.
Em Setembro, como a situação não melhorava, decidi ir ao médico…de família (em Espanha). O meu pensamento foi “Não sou rico, tenho direito a assistência de graça, escuso de ir ao privado”. Andei um mês no médico de família, vendo um médico que olhava para o meu caso como um burro olha para um palácio. Ao fim de um mês a brincar aos médicos, lá se decidiu a enviar-me ao ortopedista. A única coisa que me mandou fazer foi um rx aos joelhos (que eu suspeitava que de pouco serviria) e recomendou descanso absoluto. O que atrasou ainda mais o processo, porque o médico não encontrava o rx no meu processo (aqui está tudo informatizado), mas finalmente lá o conseguiu ver…penso eu.
Depois de um mês à espera de consulta, fui ao ortopedista. Aqui já levava três meses de inactivadade física absoluta. O médico voltou a avaliar-me, não conseguia aceder ao rx que eu havia feito aos joelhos (uma pessoa ainda passa por tolo por dizer que o fez) e mandou-me fazer um rx ao calcanhar (porque será que eu penso que era coisa que já devia ter sido feita?). E disse que o rx aos joelhos que tanto lhe interessava, haveria de aparecer.
Vou a marcar nova consulta e diz-me a senhora muito amável “Vou-lhe marcar para outro médico que este já se vai reformar”. Que fixe para ele, pensei eu. Nova consulta, supostamente para mostrar resultados, só um mês depois.
Entretanto, e farto de tanta pasmaceira, decidi voltar aos treinos, mas calmamente. Nem o medo que tinha do que poderia ter nos joelhos e calcanhar, nem a dor por eles provocada, permitiria que fosse de outra maneira.
Dia cinco deste mês volto ao ortopedista, ao novo. Entro no consultório e, além de nem me ver a cara (ok, posso não ser assim muito bonito, mas é uma questão de educação), não se dignou sequer a um “Bom dia!”. Sou enfermeiro há quatro anos e meio ininterruptos, estou num serviço onde os doentes ficam algum tempo, o que pode provocar algum desgaste, e até para os mais chatinhos ou malcriados tenho sempre um bom dia ou boa noite. Custa-me a entender esta soberbia de quem se intitula Dr.º! (felizmente através do karatê foi-me permitido conhecer um destes profissionais, catedrático, e das pessoas mais afáveis e sociais que conheci até hoje, apesar do pouco contacto que temos…o que comprova que a excepção confirma a regra).
Voltando à consulta e pelo que me apercebi, apenas viu o rx do calcanhar. O que me leva a pensar se o médico de família alguma vez viu de verdade o rx aos joelhos. Apenas me perguntou onde era a dor nos joelhos, do calcanhar nem referência. Eu respondi e disse que só me doía quando me levantava depois de estar sentado. Estava ele a preparar-se para me mandar para reabilitação quando eu, burro, acrescento “mas só se estiver algum tempo sentado”. Decide então ele que já não me manda para reabilitação, diz-me para eu repousar (quanto tempo mais?) e que se continuar assim para dizer ao médico de família para me mandar ao especialista em reabilitação.
Estou há quase quatro meses e meio praticamente sem qualquer actividade física. Eu que nunca tive queixas e dores a passarem de uma ou duas semanas (normais em quem pratica desporto), vejo-me numa situação em que não sei o que tenho, nem acho que os médicos saibam, nem querem saber.
Quando se fala em dar qualidade de vida às pessoas, quando se fala que as pessoas devem ter actividade física, pedir repouso absoluto durante quase 6 meses a quem tem 28 anos, sem buscar um porquê do problema, parece-me um contrassenso. Acredito que se tivesse ido ao consultório privado ou a uma clinica, os exames pedidos não se ficariam apenas pelo rx. Nem me mandariam embora sem me extraírem mais algum dinheiro. Assim anda a saúde por cá (Espanha), não muito melhor da que temos em Portugal. Supostamente temos direito grátis à saúde…mas é uma falácia. Se queremos resolver os problemas que temos ou apenas descobrir o que temos, convém ir ao privado. E não me parece que seja culpa da crise…este é outro dos sistemas montados!
Apesar de ter iniciado já os treinos, com pouca intensidade, hoje decidi ir contra as recomendações médicas…estou farto! Cedo iniciei o karatê, com 6 anos apenas. Desde essa idade que me habituei a uma prática regular de exercício, que me habituei a ir ao limite, quer nos treinos, quer nas jogatanas de futebol com os amigos, quer nos corta-matos das escolas, quer no desporto escolar…em qualquer coisa que me metia.
Olho para mim e quase não reconheço a pessoa que fazia isso. Tenho ido aos treinos como disse e apesar de ir sempre que posso, custa-me a ter aquela vontade de treinar que tinha. Preciso de perder os medos que tenho (de piorar o meu estado), mesmo que subconscientes. Preciso de ganhar outra vez a capacidade de ir ao limite, de os ultrapassar.
Hoje apenas corri trinta minutos, num ritmo que não considero lento, mas longe do que fazia. Foi uma conquista por vários motivos. Correr sozinho não é o meu forte. Ponham-me uma bola à frente e corro três horas se for preciso, mas sozinho custa mais. Levantar cedo, sair à rua com 5ºC, o ar a cortar a cara e as mãos…o corpo a não responder como eu gostaria…mas aguentou. O que mais me preocupava era o calcanhar. Apenas senti uma leve sensação de dor. Mais como se estivesse preso. Os joelhos, nunca me doeram a andar ou correr…mas às vezes quando me levanto do sofá ou da cadeira, quase que não consigo andar…mas dizem eles para descansar! Podem ir todos para um sítio que eu ca sei!
Tenho alguns pequenos objectivos para o próximo ano de modo a atingir o principal e preciso rapidamente de me pôr em forma. Hoje foi o primeiro grande passo nesse sentido…

terça-feira, 30 de outubro de 2012



"Enfermeira descuidada tem apoio psicológico

O erro humano que levou à morte de Rosa Pinto Cunha, na sequência de uma sessão de fototerapia no Hospital de Braga, só foi detetado seis dias após o tratamento fatídico.



Segundo o Correio da Manhã, logo no dia 10, quando voltou ao hospital a queixar-se de dores, a paciente devia ter sido transferida para uma unidade de queimados, o que só aconteceu no dia 16, tarde demais.
No processo de averiguações do hospital foi apurado que a enfermeira responsável carregou no botão errado, aplicando um tratamento muito mais forte do que o receitado. Rosa foi assim sujeita a um tratamento de 17 minutos em vez de 5. A enfermeira em causa, com 30 anos e pertencente aos quadros da Função Pública, foi mudada de serviço e está a ser acompanhada por uma equipa de psicólogos."

Antes demais, lamento profundamente esta situação, quer pela pessoa que faleceu, quer pela colega em causa.
Agora, falar em "enfermeira descuidada" parece-me abusivo e ofensivo.  Um enfermeiro por turno desempenha muitas, mas mesmo muitas acções. Quem nunca se enganou no seu trabalho? Quem foi o professor que nunca se enganou a corrigir um teste? Quem foi o mecânico que nunca se enganou a arranjar um carro? Quem foi o jornalista que nunca se enganou a dar uma notícia? Quem foi o médico que nunca se enganou num diagnóstico?
A colega teve um erro fatal, daqueles que não devem acontecer. Sem dúvida alguma. Mas falar em descuido gratuitamente? Bons e maus profissionais há em todas as áreas. De certeza que há maus enfermeiros...há, não tenho a menor dúvida. Já trabalhei com pessoas assim. Agora, até o melhor dos enfermeiros pode cometer um erro grave...o que não significa descuido.
Falam em cortes e recortes na Saúde...um dos preços a pagar vai ser o pior atendimento. Não se queixem  dos trabalhadores da saúde meus amigos. Queixem-se de quem não permite a estes fazer melhor! Vão a um mecânico por um problema urgente e se vos diz que têm que esperar 2 ou 3 dias deixam o carro lá sem dizer mais nada. Vão a um hospital com uma urgência, e mesmo que os médicos e enfermeiros estejam ocupados, exigem que sejam atendidos!
Este caso não me parece que seja o de uma urgência, mas alguém sabe as condições de trabalho da colega?  O excesso de trabalho a que tenha estado sujeita recentemente? Já nem falo na questão das pessoas corajosas que se submetem a este tipo de responsabilidade o fazerem a troco de 1000 euros (caso seja hospital público...senão 500, 600, 700 ou de graça)! Mas se falamos disso, dizem que ganhar 1000 euros hoje em dia já é muito! Se as pessoas acham que é, é porque acham que a sua vida vale isso. Eu sou sincero, eu é que gosto mesmo muito do que faço...mas caso um dia tenha o azar, a incompetência ou  o "descuido" de cometer um erro com este tipo de consequências...tenho a certeza absoluta que o que me pagam não vai compensar o facto de ser responsável por uma morte nem pelo peso na consciência que me vai atormentar o resto da vida...
Esta colega pode ter cometido um erro grave...mas será que não teve nenhuma acção (ou inúmeras) que já salvaram vidas? Somos pessoas que cuidam de pessoas...sempre com o intuito de conseguir o melhor para os nossos doentes!
O senhor que escreveu este artigo a meu ver foi um "jornalista descuidado"...quais as consequências disso?

segunda-feira, 22 de outubro de 2012

Parabéns Princesa!


Apesar de o dia ter começado da pior maneira, não posso deixar de considerar o dia de hoje…como sendo especial.
O tempo passa a voar, ainda ontem tinha eu 18 anos e tu eras uma menina de 8 anos (atenção, que para mim serás sempre uma menina)! Hoje és tu que atinges essa idade, esse marco de iniciação da fase adulta.
Muitas vezes digo na brincadeira que tenho que começar a sair contigo de caçadeira em riste! Digo-o porque tenho a afilhada mais bonita que alguém pode ter. E não me refiro só à inquestionável beleza exterior.
Desde há uns anos estamos juntos menos vezes, algo condicionado também pelas circunstâncias da vida. Peço-te desculpa por esta “ausência” (às tantas tu dizes “ainda bem que assim é”), mas acredita que todos os segundos que passo junto a ti são disfrutados ao máximo. Podemos também não falar muitas vezes, mas és a pessoa de quem me lembro todos os dias. És a menina de quem falo com maior alegria e com um brilho nos olhos às outras pessoas…és a responsável por me dizerem desde há quase 18 anos “és um padrinho babado!”
Na impossibilidade de te desejar pessoalmente, foi a forma que encontrei de desejar à minha pequena Princesa um Feliz Aniversário! “J”, que seja apenas mais um na longa vida que tens à tua frente.


quinta-feira, 11 de outubro de 2012

Desiludido


Sou português, amo o meu país acima de tudo, mas não deixo de sentir-me decepcionado com o meu país.
Ouço os governantes dizerem que é preciso apertar o cinto, mas a manter todo o luxo que sempre tiveram. Ouço a oposição dizer que não faz falta tanta austeridade, apesar de eles viverem também com luxúria.
Sou uma pessoa civilizada, sou contra a violência, mas ao ouvir determinadas coisas de certas pessoas, só me apetece chegar junto a esses indivíduos e dar-lhes uma porrada daquelas de os internar durante meses!
Mais do que estarmos numa crise profunda, mais do que assistir impotente à incompetência de quem nos governa há anos, o que me incomoda bastante, é ouvir asneiras enormes de alguns anormais que por aí andam. Desde o Cavaco que diz que o que ganha não lhe chega para as despesas, ao Carlos Zorrinho que justifica a aquisição de 4 viaturas pelo seu grupo parlamentar no valor de 210 mil euros!!
É nestas alturas que sinto que andam a gozar com o povo português! Sim, falo do povo, porque qualquer um que pertença a este sistema, seja de que partido for, para mim não pertence ao povo, sendo apenas um dos muitos cúmplices de quem nos rouba afincadamente em benefício próprio! Dá-me gozo ver a oposição nas manifestações, quando não se manifestam por causa da austeridade, apenas querem chegar ao lugar onde estão os outros. Dá-me gozo saber que o PS vai ganhar as próximas eleições para mais do mesmo! Que depois nas seguintes ganhará o PSD  e assim sucessivamente!
A estes filhos da puta (peço desculpa pela primeira vez usar este tipo de linguagem no meu blog), apetecia-me bater-lhes, mas tanto, mesmo tanto, que pensariam duas vezes antes darem a cara e abrirem a boca! Mas eu por isso iria preso…eles, que são os verdadeiros criminosos, andam a transformar o nosso querido país num circo!
Estou no estrangeiro e adoro o meu país. Adoro o povo, adoro o tempo, adoro as praias, adoro a comida, adoro a família e os amigos que lá tenho. Estes governantes são fruto do país, é certo. Mas não o merecem…nem Portugal merece esta corja! Portugal está cheio de gente boa, de gente habituada a dar ao próximo, de gente honesta…às tantas por isso é que fomos tolerando isto até hoje!
Os nossos antepassados marcharam contra os canhões…está na hora de marcharmos contra os corruptos que afundam cada vez mais o país!

quinta-feira, 27 de setembro de 2012

Tempos difíceis!



Vivemos uma época conturbada, não só a nível político e económico, mas também de carência de valores…dois problemas que não são independentes um do outro.
Hoje em dia só se houve falar em greves, manifestações…em deitar abaixo o governo (engraçado, que quem o faça de forma mais veemente seja o partido que governou anteriormente, da forma que TODA a gente sabe)! Antes de me alongar no que vou escrever, deixo aqui bem claro que não tenho cores políticas, isso das cores apenas concebo para equipas desportivas. O governo de um país deve estar acima de qualquer suspeita, de qualquer interesse ideológico…apenas os interesses nacionais devem ser tema de preocupação e governação.
Para dizer o que quero, vou fazer uma pequena viagem ao passado, uma pequena abordagem da nossa história, que apesar de não ser muito distante, não cabe no imaginário das nossas mentes, porque são tempos em que já poucos viveram.
As pessoas tendem a classificar a disciplina de História, que temos obrigatoriamente até ao 9º ano, como sendo uma seca, algo sem interesse algum. Posso ser suspeito por ter um professor desta disciplina em casa, mas eu sempre gostei dela. Sempre gostei de conhecer o nosso passado, as nossas origens, pois só assim se conhece um povo na sua essência.
O povo português ao longo dos tempos é reconhecido como um povo trabalhador, lutador e até conquistador…mas que da mesma maneira que conquista as coisas, num acesso de soberbia, perde tudo o que conseguiu. Somos bons trabalhadores, mas muito maus a gerir o que é nosso. Aconteceu com os descobrimentos, tornamo-nos “Donos do Mundo”, apesar da nossa insignificância no mapa, e não soubemos gerir isso.
E agora chegamos onde eu queria. Quando terminou a Monarquia, tivemos uma República Democrática Portuguesa de 1910 a 1926. Marcada essencialmente por uma ingenuidade política, que nos levou a uma instabilidade ímpar a nível de governos. Isto fez-nos chegar a uma grave crise financeira, também em consequência da 1ª Grande Guerra). Esta crise levou à chegada ao poder de um homem que toda a gente recorda, mas apenas pelo fim do seu reinado…António Salazar! Ele foi o responsável por impor “então uma forte austeridade e um rigoroso controlo de contas, principalmente aumentando os impostos e reduzindo as despesas públicas, conseguindo assim um saldo orçamental positivo logo no primeiro ano de exercício.” E antes do Salazarismo, tivemos a Ditadura Nacional, regime esse dirigido por militares. No fundo, tivemos na mão uma primeira tentativa de democracia e não o soubemos gerir.
Em 1974, fartos de opressão e da falta de liberdade, os militares (será coincidência que, apesar de se gritar aos sete ventos que “o povo é quem mais ordena”, sem eles nada se faz?) resolveram revoltar-se novamente (suponho que o desgaste da Guerra Colonial tenha sido o grande impulsionador desta revolução, e não apenas os ideais da liberdade e igualdade…mas é apenas a minha opinião). Desta revolução nasceu o actual sistema político.
O que à partida seria a defesa da igualdade para todos, se analisarmos bem as coisas não foi bem assim. O Dr.º Mário Soares e outros que tais, são os pais, os fundadores, deste sistema podre e corrupto que temos hoje em dia. Em que não é qualquer um que pode chegar ao governo. Para lá se chegar é preciso, desde cedo, entrar num submundo de contactos e favores, de influências e, porque não dizê-lo, de corrupção. Em que quem lá chega são pessoas que não sabem o que é subir a custo na vida, são pessoas que sempre tiveram a vida facilitada, meninos dos papás, em que meros telefonemas para as pessoas certas resolviam os seus problemas. No fundo, um bando de incompetentes.
E isto começa desde logo nas “Jotas”, nestes pseudo partidos de jovens, que não são nada mais que réplicas do produto original (e defeituoso). Jovens que até podem ir para lá bem-intencionados, mas que se veem enredados pelas teias do submundo político e acabam numa de duas saídas possíveis…ou saem ou mudam para se adaptarem à realidade.
Nos últimos anos assistimos a uma troca de poder entre PS e PSD, em que nenhum fez melhor dos que os seus antecessores e todos eles se viram envoltos em escândalos…escândalos esses que são anunciados aos 4 ventos pelo partido da oposição…mas que quando estão no poder são os primeiros a branquear os seus. E aqui é que parece que as pessoas partidárias andam a brincar com a nossa cara (pelos menos com a minha que não tenho partido). Falam do Relvas, quando tivemos a mesma coisa com o Sócrates? Falam de desvios e derrapagens como se fossem as pessoas com mais moral do mundo, quando todos os governos até hoje foram responsáveis pelo mau uso do dinheiro público? Eu tenho vergonha na cara…mas há muita gente que não tem.
No dia 15 de Setembro saiu à rua, creio que uma das maiores manifestações de sempre. Eu não fui, que tinha um afilhado para conhecer. Eu a ir, iria manifestar-me contra a crise mundial que atravessamos e contra todo o sistema político, que diz uma coisa e faz outra. Recuso isso sim, a ir a uma manifestação em que o que impera é a demagogia. Em que se critica medidas que têm que ser tomadas. Estamos a passar por um momento de grave crise, esperam passar por ela sem perder poder de compra? Sem prescindir de certos luxos? Eu enquanto mantiver o meu trabalho (em Espanha, porque já há 5 anos que o meu país não tem capacidade para me dar trabalho) e ganhar mais ou menos o que ganho, consigo viver. Sem grandes luxos, sem ficar rico, mas vivo. Os portugueses atingiram um nível de vida ilusório. Ter casa e não sei quantos carros, foi luxo proporcionado pelo crédito bancário, com dinheiro que as pessoas não tinham. É preciso voltar a mudar o chip, em que em vez de comprar tem que se alugar. É preciso adaptarmo-nos ao tempo em que vivemos. Dou um exemplo, eu adoraria ser pai, mas fora a questão de arranjar a mãe certa, questiono muito o trazer um filho ao mundo se não lhe posso proporcionar o melhor.
Os portugueses querem acima de tudo, passar pela crise sem sacrifícios (falo da generalidade). Haverá pessoas em dificuldades, não duvido. Pessoas que não têm trabalho nem apoio familiar. Mas o que eu vi no dia 15 foi uma hipocrisia. Fizessem a manifestação em Agosto a ver se tinham muita gente. Eu continuo a ver o Algarve cheio, os aeroportos cheios, os restaurantes cheios, os cinemas cheios, os cafés cheios, as pessoas de carro novo (e não é qualquer carro)…pergunto eu, que sou meio ignorante…onde está a crise no meio disto tudo?
As pessoas saíram à rua a pedir a cabeça do ministro e a apelar à adesão das forças armadas. Eu conheço a nossa história. O que as pessoas pedem é que se abra uma caixa de pandora e creio que maior parte não tem noção disso. Vivemos uma segunda oportunidade democrática e mais uma vez não estamos a saber gerir a nossa liberdade e o poder que ela dá. Num tempo de crise, como o que se vivia em 1926, num tempo em que eu digo que a crise financeira mundial é a 3ª Grande Guerra Mundial, a entrada em cena das forças armadas seria para passarmos de uma democracia para…?

terça-feira, 11 de setembro de 2012

A melhor experiência da minha vida

Há pouco mais de 17 anos, comecei a viver a experiência mais bonita da minha vida. Tornei-me padrinho da bebé mais linda que vira e que, nos dias de hoje, é já quase uma mulher…de igual ou maior beleza.

Ser padrinho para mim foi, é e será sempre um prazer e uma honra, mas acima de tudo, uma responsabilidade, abraçada com todo o amor que tenho.

Há 17 anos, era eu ainda um miúdo, ainda não sabia completamente o alcance que isso teria. O papel de padrinho assumi-o desde o início, secundado em certas questões pelos meus pais, como não podia deixar de ser. Apesar disso, só eu sei o que disfrutei ao ver a minha afilhada crescer, cada momento passado junto a ela…só eu sei o que disfruto e o valor que têm os momentos que passo com ela. Por serem poucos tento aproveitar ao máximo.

Há umas horas atrás, recebi uma boa notícia, mesmo que esperada. Nasceu o “J”, aquele que será a partir de hoje, meu afilhado. Tinha prometido a mim mesmo que não aceitaria mais afilhados (as), mas foi-me impossível recusar o pedido (anunciado já há algum tempo) da minha prima “L” e do seu marido, o agora primo, “M”.

Vou ser padrinho numa fase diferente da minha vida, vou reviver a maravilhosa sensação de ver um afilhado a crescer. Espero manter-me por perto para poder usufruir de cada momento, de cada novidade, de cada descoberta.

Quis o destino que viesse um rapaz, assim posso dizer que sou padrinho do casal mais bonito à face da Terra…sem motivos de ciúmes de parte a parte.

Tenho 28 anos, uma afilhada de quase 18 e agora o “J”. Não sei se é fácil juntar assim estas gerações tendo eu a idade que tenho. Considero-me um felizardo, por muitas coisas que me possam faltar alcançar, tenho dois motivos para ter sempre um sorriso na cara. Por coincidência, mas engraçada coincidência, somos os três “J”.

Dizem-me muitas vezes que sou um padrinho babado…sem dúvida alguma, sempre fui um padrinho orgulhosamente babado…agora vou ser a dobrar!


segunda-feira, 10 de setembro de 2012

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Já falta pouco…não é ansiedade, não é nervosismo…apenas vontade serena de querer!

quinta-feira, 30 de agosto de 2012

My name is...

Estão a acabar as minhas férias de verão, período que aproveitei principalmente para descansar e relaxar. Internet ausente, praticamente sem telemóvel, apenas companhia dos pais, praia…e aproveitei para ver um grande número de filmes da extensa lista que tenho para ver.

E é sobre isto que vou falar. Quando se tem uma quantidade razoável de filmes para se ver (talvez uns 200), alguns deles são de qualidade desconhecida, ou seja, começo a vê-los sem saber o que me espera.

Foi o que aconteceu com o filme “My name is Khan”, que pelo nome me pareceu um filme produzido para os lados da coreia ou Tailândia (para quem não conhece, produtores de grandes filmes de acção, mas que raramente chegam às nossas salas de cinema).

Com o desenrolar do filme apercebi-me que não podia estar mais enganado.

Não sei classificar o filme…talvez comédia, talvez drama…de certeza absoluta uma lição de vida. Para alguém que já viu muitos filmes (não refiro números para não cair em exagero ou por pecar por defeito) até ao dia de hoje, é um pouco complicado dizer qual o melhor filme que vi. Já vi grandes filmes, de qualquer género. Mesmo assim, sempre consegui dizer que o filme que mais me tocou e que, por isso, me refiro a ele como o melhor, é “A Vida é Bela” de Roberto Begnini. Pelo menos até ao dia de ontem.

Não sei se “My name is Khan” passou a ser o melhor filme que vi até hoje ou se apenas igualou “A Vida é Bela”. Sei apenas que me emocionei ao vê-lo e não evitei que uma lágrima me traicionasse ao percorrer a minha face. Para quem não me conhece, não sou de choro fácil.

Não vou contar a história do filme, se não gosto que me contem a mim a história de um filme ainda não visto, também não o farei. Apenas vos deixo isto…Síndrome de Asperger, Islamismo, (in)tolerância, EUA, 11/9...

O filme é grande, 2h e pouco, mas são duas horas que passam a voar. Pelo menos comigo assim foi. Aos meus possíveis leitores deixo-vos esta proposta e àqueles que a aceitarem, gostaria de saber a vossa opinião…apenas por curiosidade.


domingo, 29 de julho de 2012

Um Conto de Fadas

Este texto não é a repetição do anterior…apenas na intenção.

No dia de ontem fui a novo casamento, de mais uma amiga, uma grande amiga. Se já tive provas que as amizades se mantêm à distância e mesmo apesar de alguma ausência, esta minha amiga é a prova viva que não é preciso muito tempo de convivência para se criarem laços de amizade.

Conheci a “L” no trabalho…cheguei lá para fazer turno e tinha uma colega para integrar…olhei para ela e a primeira impressão e pensamento foram “Esta não vem aqui para trabalhar!” Além de ter passado um turno muito caladinha, parecia que estava com medo! Não podia estar mais enganado…provou ser uma excelente colega de trabalho (em momentos difíceis) e mostrou ser uma tagarela de primeira, nos cerca de 4 meses em que trabalhamos juntos! E fico contente por ter sobrevivido ao susto que lhe pregamos!

É difícil e fácil dizer como ela é como pessoa. No casamento, uma amiga dela comovida disse-me “Ela não é uma pessoa qualquer…” Como eu percebi o significado destas palavras. Se a “L” fosse outra pessoa, às tantas diria que seria um pouco fútil…mas isso é coisa que ela não é. Ela é de uma transparência, sinceridade e frontalidade incríveis. É daquelas pessoas que se pode dizer que é “boa pessoa”, mas aquele ser bom genuíno, por vezes inocente, algo raro de ver hoje em dia.

Por isso, foi para mim um prazer ter assistido a um dos dias mais importantes da sua vida. Festa lindíssima, noivos radiantes, a merecerem toda a felicidade do mundo. Se alguma vez imaginasse ver um casamento assim…sem dúvida que teria que ser o da “L”! Parecia tirado de um filme ou de um conto de fadas!

Espero que a história da “L” e do “F”, que agora inicia novo capítulo, seja daquelas em que o livro se fecha com um “E viveram felizes para sempre!”

Sorrio ao ver-vos sorrir!

segunda-feira, 16 de julho de 2012

Feliz por ti...

Será que as grandes amizades são aquelas que têm que ser vividas diariamente, em contacto permanente? Eu acho que não. Tenho pessoas com quem não estive durante muito tempo e no dia em que nos voltamos a encontrar a cumplicidade e o à vontade davam a entender que tínhamos estado juntos no dia anterior.

A “L” é um desses casos. Uma grande amizade alicerçada durante o tempo universitário, findo o qual aconteceu um distanciamento, principalmente devido a questões profissionais. Dois anos praticamente sem nos vermos, praticamente sem nos falarmos.

Amizade desfeita? Nada mais errado. Bastou um telefonema, um café onde as causas de tal distanciamento foram faladas (nunca explicadas, porque não havia nada que explicar) e os laços retomados. Não me custou nada o reacender desta amizade, uma vez que sempre foi das pessoas mais próximas a mim e, deste modo, era uma amizade pela qual eu sentia enormes saudades.

Desde então, não se pense que estamos juntos todas as semanas ou mesmo todos os meses. Não vivemos relativamente perto para tomar um café a qualquer altura, mas sempre que nos encontramos a amizade está lá, intacta, exactamente no ponto onde tinha ficado da última vez…pronta a ser fortalecida, nunca com sinais de enfraquecimento.

Conforme havia prometido em tempos da universidade, ela convidou-me para um dos dias mais importantes da vida de qualquer pessoa. Convite esse que acedi de pronto, ao qual faltaria unicamente se o trabalho não mo permitisse.

Foi com um enorme prazer que vi a minha primeira grande amiga a casar-se. Ao vê-la veio-me a imagem da Bella Swan no dia do seu casamento, isto para quem seguiu a saga “Luz e Escuridão” e viu o filme “Amanhecer”. Como deve ser, foste a que mais brilhou no teu dia. Os teus olhos irradiavam o teu estado de espírito. O teu sorriso, mostrava a pessoa sincera que és…que o mantenhas ao longo da tua vida.

Disfrutei muito do casamento, diverti-me, gostei da companhia da mesa, apesar de em sete pessoas só conhecer uma (ainda mantenho capacidade de socializar com novas pessoas) e apenas posso desejar uma coisa…que tu e o “A” encontrem sempre a felicidade que buscam. E mais importante, têm-se um ao outro.

Da minha parte, terás aqui sempre a pessoa que sempre fui para ti. Um sincero amigo, disponível para qualquer coisa…e isto estende-se ao “A”, que automaticamente entra no meu grupo de amizades.

A tua felicidade é a minha felicidade. Beijinho do tamanho do mundo

domingo, 8 de julho de 2012

Sou de Fafe…e isso me envaidece!

Para quem não sabe (haverá alguém que não o saiba?) sou de Fafe, uma pequena e jovem (o que são 26 anos?) cidade, do norte do País.

Aos olhos dos forasteiros, Fafe pode não ter muito que ver…ou às tantas aos olhos dos forasteiros, Fafe tem mais que ver do que eu penso. Às vezes por pertencermos a um sítio, de estarmos habituados a ele, pensamos que não tem muito a oferecer à gente de fora. Espero que seja esse o caso.

Eu saí de Fafe aos 18 anos, devido à Universidade, no fim voltei um ano, para sair outra vez. Levo 9 anos fora de Fafe, apesar de cá voltar assiduamente. Descobri e aprendi que Fafe não é o único local onde eu me consigo imaginar a viver. A nossa terra será aquela onde possamos conjugar a vida profissional com a pessoal, mas acima de tudo, onde tenhamos vida profissional.

Por sorte sempre estive em cidades de que gostei de viver, ou aprendi a gostar. Uma delas, sem dúvida alguma, Viana do Castelo. Mas Fafe é e será sempre a minha terra natal. O sítio que, onde quer que eu esteja, irei sempre querer voltar, nem que seja por um dia. Nasci e cresci aqui. Metade da minha família está aqui. Representei e ainda represento o nome de Fafe através da Academia de Karate de Fafe. Foi nesta segunda família que aprendi o sentimento de querer representar sempre bem o local onde pertenço, a dizer com satisfação…”Sou de Fafe!” Não é orgulho, pois nada fiz para nascer aqui. Aconteceu e pronto. Contudo, mais que ter nascido aqui, tornei-me num filho da terra.

Fafe como cidade pequena que é, tens os seus defeitos. Tudo se sabe, tudo se comenta. Poderes institucionalizados, um partido que ganha desde que eu me lembro, cunhas e compadrios. Pessoas que ganham notoriedade sem nada fazerem, mas por terem sido colocados no sítio certo, pela pessoa certa, depressa ganham honras como se tivessem feito algo de extraordinário. Cidade de Doutores e Engenheiros, mas que devem ter tirado o curso juntamente com o Sr. Sócrates e o Sr. Relvas, dada a sua incompetência, orgulho labrego e, pior de tudo, falta de inteligência. Mas isto, quero eu acreditar, deve acontecer por esse país fora, não sendo apenas um traço de Fafe, mas do país.

Acabo de chegar há pouco de ver as Marchas da cidade relativas às Festas do Concelho. É algo que já vi imensas vezes, algo que já deixei de ver apenas porque não me apetecia sair de casa…mas neste momento era algo que já não via há 4 anos. Não por minha vontade, mas por impossibilidades devido à vida profissional. Hoje voltei a ver o desfile de carros alegóricos a passar e a dar luz ao lindo centro da cidade, a festa das crianças e dos adultos, o fogo-de-artifício a iluminar o céu escuro. Voltei a sentir o calor humano das gentes de todo o concelho, que ajudou a subir um pouco as frias temperaturas deste verão incaracterístico.

Sou de Fafe…e isso me envaidece!

sexta-feira, 29 de junho de 2012

O outro lado do apego...

Apesar de ser “gajo”, sou alguém que vive muito ligado aos sentimentos e a tudo o que de bom e de mau eles nos trazem.

Não sei se é defeito ou virtude, muitas pessoas dirão uma coisa, outras a outra, mas eu apego-me muito facilmente, seja a pessoas, a animais ou a simples coisas da vida.

Esta minha maneira de ser leva-me a algumas vezes a ter de lidar com a situação de desapego. Esta pode acontecer devido a vários factores, tal como mudanças de opinião, mudanças de situação da nossa vida, azares ou até mesmo devido à lei da vida, a que ninguém escapa, nem pessoas, nem animais.

Como é que eu lido com isto? Depende. O que sei com o que aprendi até hoje é que quanto mais custa, mais significado o sujeito do nosso apego teve para nós. Quando me custa, por vezes choro, por vezes isolo-me, por vezes deprimo, por vezes fico refletivo…nunca consegui foi ficar indiferente.

Já perdi familiares, já deixei de ter amigos, já tive relações que terminaram, já perdi animais que eram como se fossem família (ao A só lhe faltava falar) …umas situações custaram mais que outras, mas todas deixaram a sua marca. E que marca foi essa? Independentemente da forma como os deixei de ter, ficaram as lembranças de todos os momentos maravilhosos que me proporcionaram e que não foram poucos. Alguns além da lembrança, suscitam em mim uma saudade que me sufoca por vezes…uma saudade que com o passar dos anos vai doendo cada vez menos, mas que não passa. Quando assim é, sei que não perdi o que parecia perdido…estará sempre na minha memória e no meu coração.

Menina, sei que hoje não estás a passar um bom momento…preferia que não quisesses falar comigo por eu ser um chato de primeira, acredita que sou sincero ao dizê-lo, mas não posso fazer nada quanto a isso. És uma pessoa alegre e não gosto de te ver assim…quando te perguntar se estás bem quero voltar a ouvir um “eu estou sempre bem xD”.

Beijinho enorme CR…sei que é pouco, mas é com carinho.

sexta-feira, 8 de junho de 2012

Dia especial...

Ontem fiz anos…28 primaveras.

Não tenho medo da idade, de envelhecer. Às tantas por ser ainda um jovem, às tantas não.

Cada fase da nossa vida nos aporta coisas boas. Não sou das pessoas que ficam saudosas pelo tempo que passou. Penso que o que está para vir será melhor, mesmo que o caminho seja feito de mais e maiores obstáculos. Adorei ser criança, gostei de ser adolescente, encantei-me com os tempos universitários…todas estas fases proporcionaram-me bagagem para ser quem sou hoje, para ser como sou. Com tudo de bom e mau que me deram.

Hoje disfruto de outras coisas, com outro sentido de responsabilidade, mas não querendo perder algo que é o que nos dá juventude…vontade de viver, vontade de buscar a felicidade, vontade de conhecer coisas novas.

Desde que entrei para a universidade e ainda mais agora que estou a trabalhar em Espanha, passar o dia de anos com os meus, com a minha família, passou a ser um luxo, ou para não exagerar, algo mais raro e difícil de acontecer. Este seria mais um ano assim. Mas fiz os possíveis para ser diferente, mesmo que a custa de uma noite de trabalho mais difícil de aguentar.

Tive dois motivos para o fazer. A minha família paterna juntou-se para celebrar a comunhão da minha primita. Desse modo, tentei passar o dia com pessoas que me são muito queridas…os meus pais, meus padrinhos, primos, tios…afilhada. O último ano não foi muito fácil para a minha mãe. Felizmente parece ser uma situação ultrapassada, mas isso fez-me ter ainda mais vontade de passar estes dias com as pessoas que mais me querm, que apesar de serem dias normais, são especiais.

O outro motivo foi o pedido da princesinha do dia de ontem…”O Jorginho tem que vir!” Quem me conhece sabe bem que um pedido destes só seria rejeitado se fosse mesmo impossível.

Apesar de ter gostado sempre das minhas festas de anos, ontem foi diferente. Não fui para fazer a minha festa, mas acabei por ser surpreendido…acabei com a protagonista da festa sentada no meu colo a cantar-me os parabéns e a ajudar-me a apagar as velas. Há muito, mas mesmo tempo que não tinha a família assim reunida, em festa, sem zangas a pesarem no ambiente. Admito, tinha saudades.

Disfrutei de cada minuto. Com todos os defeitos que possa ter, tenho a melhor das famílias, quer paterna, quer materna.

Um aparte aqui…tenho as primas mais lindas do mundo. Por isso ando a correr atrás delas como se tivesse 8 e não 28 anos. E agora vem uma rodada de rapazes, já com o “G” e o “D”, esperando ansiosamente pelo “J” .

Por último, uma palavra para a minha bebé, a minha menina, que cada dia está cada vez mais uma mulher feita. É a menina dos meus olhos…há muitos anos. Podes ser quase uma mulher, mas para mim serás sempre a menina que embalei muitas vezes…ser teu padrinho foi o melhor que me aconteceu.

Também de recordar todas as pessoas que ao longo do dia me foram felicitando de várias maneiras. Telefonemas, sms, facebook…a todos agradeço. Algumas inesperadas e que me tocaram.

A todas as pessoas que fizeram valer a pena estes 28 anos, o meu muito obrigado. Espero continuar ao vosso lado muitos mais anos.

segunda-feira, 4 de junho de 2012

O valor de um sorriso...

Sou enfermeiro quase há 4 anos, apesar de ter acabado o curso há 5. Digo isto, porque não foi estar na posse do cartão azul que me fez sentir enfermeiro.

Só me senti enfermeiro de verdade, depois de vestir o uniforme naquela manhã do dia 15 de julho de 2008, ao sentir o peso da responsabilidade de ter vidas humanas nas minhas mãos. Tremi, suei, desesperei, andei completamente perdido, não apenas por me iniciar na profissão, mas também por ser um país e um serviço desconhecidos, tal e qual como a língua.

Hoje, ando alegre a “passear” pelo serviço, sem qualquer tipo de ansiedade, consigo parar uns minutos para uma conversa coerente ou incoerente, consoante o interlocutor que tenho à minha frente, sem pensar que estou a atrasar o meu trabalho (se não saio as 8h saio ás 8.30h ou as 9h, não morro por isso…pode-se dizer que é uma hora em que faço voluntariado).

A maior parte dos meus doentes sofre de uma doença para a qual ainda não existe cura. Chama-se idade…ela acarreta consigo coisas como solidão, abandono familiar, incapacidades e degenerações físicas e mentais, angústias, medos…medo, muitas vezes medo que o fim esteja próximo.

Claro que há muitos idosos que chegam a idade avançada num estado que lhes permite manter uma autonomia muito boa, mas não é o caso dos meus “velhinhos”.

É incrível como às vezes um “Olá, como estás?”, que não se pode dizer que é dar atenção a alguém, é recebido como se fosse o melhor que a outra pessoa recebe em todo o dia.

Às vezes chateio-me com eles, às vezes tenho que ser algo mais “duro” com eles, sempre no sentido de tentar manter a sua independência ao máximo. A solidão é muitas vezes acompanhada por um falso mimo, que significa apenas uma coisa “Estou aqui, olha para mim, não te esqueças de mim!”

Durante os estágios da universidade, uma das críticas que sempre me fizeram foi de não me relacionar bem com os doentes, de ser muito calado. Admito que sim, que quando tinha um professor ou um enfermeiro orientador comigo ficava mais calado. Porquê? Talvez com medo de dizer algo que não devesse. Mas de certeza que essa avaliação que faziam de mim, não era fundamentada em nenhuma opinião dos doentes.

Eu lido todos os dias com pessoas doentes. Eu brinco e meto-me todos os dias com essas mesmas pessoas. Já me chamaram de palhaço…de parvo (espero que no bom sentido)…de imbecil (também espero que no bom sentido…se é que o pode ter)…mas podem-me chamar o que quiserem, que enquanto eu continuar a conseguir colocar no rosto dos meus doentes um sorriso sincero, um sorriso que só por si agradece qualquer coisa que eu lhes faça, seguirei a ser assim. Admito, na minha opinião, se fosse como sou em todos os estágios que fiz, de certeza absoluta que chumbava a todos. Ou pensam que se põe um doente a sorrir, a rir ou às gargalhadas com piadas secas ou conversas sobre o tempo?

O sorriso mais difícil de conseguir e que maior satisfação me dá, por exemplo, não é o de uma rapariga de quem eu possa gostar. Nenhum sorriso tem mais valor que o de uma pessoa que vive com dores, que vive desanimada, que vive os últimos dias da sua vida, que vive presa a uma cama ou a uma cadeira de rodas. São sorrisos que trazem alguma alegria a rostos tristes pelo peso do passar dos anos.

Claro que é preciso ter bom senso e nunca esquecer a velha máxima “mais vale cair em graça que ser engraçado”. Cada doente é único e cada um tem uma aceitação das brincadeiras diferente dos outros. A alguns podemos dizer uma piada mal chegam ao serviço, outros é preciso ir com calma. É preciso avaliar…é preciso adaptarmo-nos a cada um deles para conseguirmos usar da melhor maneira uma das melhores terapias que (re)conheço…o sentido de humor!

quarta-feira, 30 de maio de 2012

Enfermeiros voluntariosos…

Há uns dias atrás saiu à luz do dia, pela primeira vez, uma notícia sobre duas voluntariosas e simpáticas enfermeiras que, para os lados de Miranda do Douro, OFERECEM os seus serviços a troco de comida e casa.

Claro que para a opinião pública em geral, esta acção das duas jovens é vista como algo de extraordinário, como se de um acto de boa-fé se tratasse. Se o serviço público não chega para satisfazer as necessidades de todos, então que haja gente assim para suprir as necessidades

Porque será que os professores não fazem o mesmo? Naquelas aldeias remotas, em que há só um aluno e vão para lá dar aulas a troco de comida e casa? E já que falamos de saúde, a população abrangida por estas duas respeitáveis enfermeiras também deverá carecer de cuidados médicos…porque não vai para lá também um médico nestas condições? Coloque-se lá um desempregado de cada área, que assim supria-se grande parte das necessidades destas pessoas e um cantinho para todos de certeza que se arranjava. E nas horas vagas até podem deitar uma mão na agricultura.

Claro que dizem que as pessoas pagam em géneros. Então vejamos…andamos nós a pagar com o corpinho (sim, que na nossa profissão ainda damos cabo dele), para ao fim do mês recebermos algo (mesmo que uma ninharia) e sobre esse algo descontamos e não é pouco. Chegamos ao fim e mal dá para as despesas de casa e da comida…neste ponto de vista às tantas compensa o que estas duas senhoras estão a fazer.

Mas o que está mal aqui neste cenário? Ou estou eu a ver mal, ou é o de se oferecer trabalho especializado (e para quem é do séc. XIX e ainda pensa que os enfermeiros só fazem o que os médicos mandam, trabalho bem especializado) por tuta e meia.

O que se deve fazer, isso sim, é valorizar o que nós fazemos, mostrar que fazemos algo que tem por trás um enorme sentido de responsabilidade, um conhecimento técnico e científico alargado e específico. E não é a fazê-lo de graça que se consegue isso. O médico no seu consultório também recebe o dinheiro da consulta e às tantas recebe umas galinhas e uns legumes. Mas antes de mais, cobra pelo seu trabalho especializado.

Eu como enfermeiro, contento-me com o receber um salário justo pelo meu desempenho sem os extras…mas nunca me poderia contentar em receber os extras em substituição do salário. Isso não dignifica nem valoriza a nossa profissão, a nossa Enfermagem. E acreditem, temos mão-de-obra da melhor que anda por esse mundo fora. Para quê? Oferecê-la?

E o que me deixa mais indignado? Bem, já não deveria deixar, mas ainda deixa…a Ordem de Enfermagem nada fazer. Uma altura, telefonei para lá devido a um problema que me surgiu num concurso. Tinha sido eliminado de um concurso para a Madeira, porque ao enviar o meu certificado de Licenciado como certificado de habilitações literárias, não enviei o de 12º ano…lógico, penso e, mas na Madeira devem ter pessoas que passam da primária directamente para a universidade. Enfim, nessa altura na Ordem disseram-me que nada podiam fazer, porque não me imiscuíam nos concursos, apenas estão para regularizar e controlar o exercício da profissão. A maneira como somos contratados não lhes interessa, apenas como desempenhamos o nosso trabalho.

Não será este um caso de prática irregular da profissão? De concorrência desleal e descredibilização da profissão? Então porque não agem? Será que, apesar de já ter passado duas vezes, uma na TVI outra na RTP1, ainda ninguém de lá viu? De tão ocupados que devem estar a mandar as cartas para cobrar as cotas e para nos informar de seminários e congressos acredito que não andem a par desta situação. Já nem falo noutras, como o funcionamento no Norte dos hospitais de gestão privada…em que a Ordem sempre fechou os olhinhos apesar dos inúmeros casos vindos á tona…

Mas voltando a estas duas meninas, que não chamo nem chamarei de colegas, na minha opinião a Ordem só tinha uma coisa a fazer…suspender a sua cédula profissional. Ao menos deixavam de fazer de conta que praticam enfermagem…

quarta-feira, 25 de abril de 2012

Como um niño…

Acabo de ter a melhor tarde que se pode ter…na minha opinião.
Não há nada como o conforto da amizade sincera, daqueles amigos que sabemos que sempre farão parte da nossa vida.
Não tenho muitos…e daí, às tantas tendo em conta os dias de hoje, tenho muitos verdadeiros amigos. Daqueles amigos que o são com um desinteresse absurdo, amigos porque sim, amigos porque gostam. Amigos que, ao estar com eles, sinto que disfrutam da minha companhia e, sem dúvida alguma, disfruto eu da deles.
Hoje estive com a J e a L e os respectivos companheiros, a passar uma tarde agradável. Elas são amigas desde o tempo da Universidade e, após o término desta, a nossa amizade simplesmente foi crescendo com o passar dos anos, mesmo reduzindo o tempo em que estamos juntos ou aumentando as distâncias que nos separam. Creio que só se consegue isto quando o sentimento de amizade é real. Podemos estar meses sem nos vermos, mas sabemos que é porque não deu mesmo. Fazemos por manter viva esta nossa amizade, nem que seja à base de curtos cafés de 10 minutos ou de tardes bem passadas como a de hoje. Por isso digo que estas duas meninas são mais que duas amigas para mim.
Disse que estive com estas 4 pessoas, mas algo que me encheu ainda mais de alegria, foi ter estado com a pequena C, filha da L e do J. Sempre que estou com ela fico cada vez mais babado. Linda, grande, super simpática, sorriso encantador, inteligente…dona de uma vivacidade incrível. Os meus parabéns aos papás por estarem a criar uma autêntica princesa. Acreditem, mesmo que tivesse passado a tarde toda atrás da pequena, teria um tarde muito agradável…
Nos tempos que correm, dou graças por ter verdadeiros amigos e amigas…

O meu 25 de Abril

Hoje comemora-se o 25 de Abril em Portugal, o dia da liberdade, dia em que homens corajosos ousaram livrar o país de um regime decadente e opressor.
Por muitas dificuldades que enfrentemos, nunca deveremos cair no erro de dizer que antes é que se estava bem, que foi a partir daqui que Portugal começou a decair. Nada mais errado. Muitos erros podem ter sido cometidos após o 25 de Abril de 1974 pelos nossos governantes, às tantas pela incompetência de não se estar habituado ao poder, a liderar, a ser justo e imparcial quando se tem um país aos nossos pés.
Quantos de nós, se tivesse possibilidade para isso, não ajudaria um irmão, um amigo ou um conhecido se pudesse? Então se estivessem num alto cargo político ainda melhor e mais fácil. É este espírito do “Porreiro pá!” que leva a que Portugal seja um país de cunhas, favores e compadrios. É mau? É errado? Sem dúvida alguma, defendo sempre as conquistas por mérito, pois só isso leva a profissionais altamente qualificados.
Porém eu continuo a dizer, obrigado a todos os que tornaram realidade este dia…mesmo não tendo vivido as agruras da ditadura, imagino o que é viver num mundo censurado.
É um dia simbólico, feriado para muitos…para mim o 25 de Abril de 1974, é também o dia em que perdi o meu avô materno. Foi levado deste mundo por uma doença que se fosse hoje às tantas ainda cá estaria. Uma doença que lhe permitiu conhecer apenas uma neta e que impediu inúmeros netos de o conhecer. É incrível como alguém que nunca conhecemos suscita em nós um lamento profundo de que isso nunca tenha acontecido. Nunca o conheci, mas desde cedo, bem pequenino, ouvi falar dele, sempre bem dele. Que seria o típico avô de brincar com os netos. De passear com eles. De às tantas ser para os netos o que nunca foi para os filhos.
Claro que agora que sou um pouco crescido e sei que pessoas perfeitas não existem, que o meu avô certamente teria os seus defeitos. Mas eu não me importo…gostaria de o ter conhecido de qualquer maneira. Adoraria passar um dia com o meu avô, às tantas devido àquele egoísmo natural de saber se teria orgulho e se gostaria do seu neto. Não sei, seriam tantos os pensamentos, que um dia não chegaria…mas era suficiente para lhe dar um forte e sentido abraço.
E lembrar-me do meu avô neste dia, desde há 2 anos para cá (se não estou enganado, que o tempo passa a voar e às vezes as datas já se me vão da cabeça), faz-me lembrar também no meu tio, este sim, que tive oportunidade de conhecer e que foi um exemplo para mim. Também nos deixou nesse mês, dia 9 de Abril…Apesar de tudo que se lhe pudesse apontar…demonstrou uma enorme coragem e dignidade na sua luta pela vida. Nunca me vou esquecer das lágrimas que soltei, estando eu a trabalhar, recebi uma mensagem dele a agradecer uma que eu lhe tinha enviado por cumprir anos. O meu tio estava numa fase em que cumprir anos e ser felicitado por isso, penso eu, seria de uma irrelevância tal e de um absurdo constrangedor. Tremi antes de lhe dar os parabéns através de uma mensagem, fiquei com a voz embargada ao ler a sua resposta.
Pai e Filho, farão sempre parte das minhas memórias, mesmo que de maneira distinta.
É por isso que Abril é, não direi um mês difícil, mas sim um mês de lembranças…do que foi e do que poderia ter sido.

terça-feira, 31 de janeiro de 2012

Dor de cú!

Definitivamente não é uma boa semana.
Começando pela última coisa má a acontecer…o Djaló sempre assinou pelo Benfica!!! Pensei sempre que fosse gozo dos jornais, que tivessem antecipado o dia das mentiras! Contratamos o único jogador que os sportinguistas não se importavam que viesse para o Glorioso! Enfim…
Agora, o principal, no sábado passado aconteceu algo inusual…de uma maneira um pouco surreal, provoquei um traumatismo ao meu rico cóccix, que trocando por miúdos, também se pode chamar “osso do cú”! (acabo de me aperceber que o Word não reconhece a palavra cú)
Muitos irão imaginar como terá acontecido, mas deixo isso mesmo para a vossa imaginação, permitindo a possibilidade de fazerem trocadilhos e coisas assim. 2 dos meus melhores amigos logo no sábado à noite saíram-se com esta “Pá, tens que dizer ao Juvenal para ter mais cuidado para a próxima!” Pode-se concluir que sempre que digo o que tenho, as pessoas ficam com ar pensativo…mas sossego estas mentas criativas dizendo que “isso é coisa que não me assiste”!
A verdade é que pancadas nesta zona anatómica são bastante frequentes e às tantas ficamos com algum tipo de dor, mas nem ligamos, porque não é muito impeditiva. Acreditem, já caí muitas vezes e já apanhei muitos pontapés no traseiro e nunca me aconteceu isto!
Desta vez a coisa não foi tão simples, ainda para mais fui trabalhar domingo à noite, logo na segunda de manhã estava pior.
Apesar de saber que não há um tratamento especial para isto (descanso e no máximo uns comprimidos), tive que ir ao médico para que, pela primeira vez desde o início da minha vida laboral, me desse uma baixa!
Já fui trabalhar doente, com dores de cabeça, amigdalites, com febre, com sono, com dores nas pernas etc. Desta vez não aguentei e tive mesmo que recorrer ao que não queria. Para já são três dias em casa e espero que disso não passe. Poderão dizer “ah, coisa e tal, 3 dias de férias!” Ricas férias, em que estou metido em casa (repouso é fundamental) e não consigo estar confortável, quer deitado, quer sentado (também uso neste momento uma daquelas almofadas em forma de roda para por no traseiro quando nos sentamos).
Resta esperar que fique num estado minimamente aceitável para retomar a minha vida laboral e normal o mais depressa possível…pois dor de cú é dose!

segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

Azares...

Isto de supostamente ter o cóccix fracturado não dá com nada...