segunda-feira, 23 de maio de 2011

Farto!!!

Eu trabalho há quase 3 anos. Nestes 3 anos de vida profissional já tive todo o tipo de colegas de trabalho. Infelizmente, mais os maus que os bons.
Assumo-o publicamente, as saudades que tenho da “A.M.” e da “L.F.”, duas pessoas que mais que colegas, tornaram-se duas amigas. Da nossa equipa da altura delas sobro eu e a “C.C.” (mais a nossa Chefe, a única enfermeira espanhola em condições que conheci até hoje), e que bem que estávamos nós os 4. Era agradável trabalhar com elas, sabíamos que o trabalho era bem feito e acima de tudo, feito com interesse e responsabilidade. Sabíamos que se algo fora esquecido, não o fora com sentido de dar mais trabalho ao colega do turno seguinte. Despistes todos têm. Sabíamos que um “não fui capaz de fazer isto” significava isso mesmo, que se tentou fazer algo e não se conseguiu. Que quando isto acontecia, íamos 2 tentar resolver a situação.
Isto era uma equipa, tínhamos os 4 a mesma linha de pensamento sobre Enfermagem, sobre Companheirismo, sobre ser Profissionais.
Neste momento ando cansado! Cansado de meninas da mamã, de meninas que já nasceram cansadas, de meninas que falam mais do que o que fazem, de meninas que se fazem mais do que o que são, de meninas que se fazem de desentendidas, de meninas que não fazem o que dizem (e assinam) que fazem, de meninas que não fazem o que têm que fazer…estou farto de pseudo-enfermeiras! Continua a haver gente que pensa que por terem uma identificação a dizer “Enfermeira” o são mesmo! Gente desta não considero como colegas.
Esta gentinha, esquece-se de uma coisa…quando elas chegaram, já cá eu estava. As manhas que elas possam ter, são facilmente detectáveis. O chorinho de que são vítimas de mal-entendidos já não pega. São más companheiras, são más profissionais!
Só digo uma coisa, creio que em qualquer profissão é preciso ter brio no que se faz. Ou seja, procurar fazer bem o que se faz. Durante o meu percurso académico, a frase que me disseram e que mais me marcou foi dita pela enfermeira “I” num dos meus últimos estágios, pessoa muito exigente, mas com a qual mais cresci. Disse-me ela uma vez “Jorge, tens que ter a noção que dentro de meses estás no mercado de trabalho. Dares-te bem com os teus colegas vai depender de como fizeres o teu trabalho, pois ninguém quer nas equipas pessoas que sobrecarreguem os companheiros com o seu trabalho! Tens que trabalhar bem!”
Palavras sábias e verdadeiras!

O Nascer do Sol

No final de uma das minhas últimas noites de trabalho deparei-me, ao entrar num quarto de um doente, com os primeiros raios solares do dia. Que tem isto de extraordinário? Nada, mesmo nada. É uma coisa banal, que qualquer um pode ver…mas que poucos vêem.
Podem também perguntar-se porque me lembrei eu agora disto? Nem eu sei, mas apesar de há quase 3 anos trabalhar no turno da noite, asseguro que nunca me tinha fixado neste pormenor.
As pessoas costumam enaltecer mais o ocaso do dia, há sítios conhecidos por darem maravilhosas perspectivas do pôr-do-sol! Neste caso, naquela janela, eu descobri o sítio ideal para ver o sol a despertar para um novo dia.
Gostei. Apesar de fazer sempre noites, é raro às 6 e pouco da manhã ter a possibilidade de ver o que vi. Na maior parte do ano, chego ao trabalho de noite…e saio de lá de noite. Deito-me de noite e acordo já de noite. Garanto-vos que não é fácil manter uma vida normal neste tipo de horários.
Imaginem, sair do trabalho nunca antes das 8:30h, muitas vezes mais tarde. Chegar a casa. Antes das 10h é impossível estar deitado. Dormir as 8h recomendadas (quando o cansaço não obriga a mais), leva a despertar por volta das 18h. E que fazer depois das 18h? Humm, deixem cá ver…é complicado! Mesmo se eu fosse um adicto as saídas nocturnas, nem todos os dias há sítios abertos, nem quem nos queira fazer companhia. Além que o dinheiro não estica para sair todas as noites.
Se não se sai, que se pode fazer? Convidar amigos para uma conversa….podia ser, não estivessem mais interessados em jantar e ir dormir, porque à que levantar cedo no dia seguinte.
Isto talvez seja uma maneira de eu justificar o tempo que passo sentado em frente ao computador, meu amigo das horas vagas, e às horas que passo acordado noite dentro. Passo muito tempo no pc? É verdade sim senhor. Há alternativas coerentes? A não ser que tenha um bom livro, não vejo mais nada. Passear às tantas da madrugada também não me parece plausível!
A sério, por muito que o pc seja meu amigo (nunca se nega a fazer-me companhia), eu troco qualquer hora que passo em frente a ele por qualquer hora, minuto ou segundo que seja para estar com um dos meus amigos, para fazer algo fora de casa, beber um copo ou um café, simplesmente estar com pessoas que me fazem sentir bem. Qualquer oportunidade que tenha de sair de casa ou de socializar, aproveito. Eu não sou adicto ao computador…simplesmente é quem tem maior disponibilidade para estar comigo.
E engraçado é ver quem me crítica por este facto, passar grande parte do tempo que podíamos estar juntos também enfiado em frente a um pc, num vício camuflado de trabalho.
Muita da minha saúde mental é mantida pelos meus doentes, que me enchem todos os dias de palavras de apreço e de animo. Porque eles não se importam que eu esteja acordado às 4, às 5 ou às 6h da manhã. Pelo contrário, agradecem-no.
Posso ser esquisito, diferente dos demais, mas talvez por isso eu tenho a possibilidade de naquele quarto, ao olhar por aquela janela, assistir a algo que me faz sentir bem…

segunda-feira, 9 de maio de 2011

Para Alguém que nunca esqueço...

Ao dia de hoje sou uma pessoa feliz. Adoro a minha vida profissional, lido bem com os sucessos e insucessos da vida sentimental, não sobrevalorizando uns nem dramatizando os outros, mas há algo que contribui muito mais que isso tudo para este meu estado…mais concretamente, uma pessoa.
Pensei que já aqui havia escrito algumas palavras sobre ela, mas enganei-me. Por pensar muitas vezes nela, confundo o que penso com o que escrevo e às páginas tantas já nem sei a quantas ando. Como não podia deixar de ser falo de uma rapariga. Mas esta é diferente de todas as outras.
Conheci-a tinha eu 10 anos. Foi amor à primeira vista. Lindíssima! Passado quase um ano demos um passo ainda mais importante na nossa relação, passo esse que sem dúvida alguma foi o que mais significado teve para mim até hoje. Igreja, padre, família…todos foram testemunhas desse momento solene.
Os anos seguintes serviram para aumentar a nossa ligação. Não imaginam a sensação de tranquilidade quando a tinha nos meus braços. Tê-la perto de mim sempre me fez bem.
A minha entrada na universidade fez diminuir um pouco os momentos em que estávamos juntos. Nos últimos anos, a minha vinda para Espanha e outras circunstâncias da vida, levaram ao que eu não queria. Raramente consigo estar com alguém a quem quero muito.
Estive quase um ano sem a ver. Nunca o comentei com ninguém, mas era algo que me deixava triste, magoado até, e como qualquer mágoa, doía…e muito!
Há cerca de duas semanas, liguei-lhe e convidei-a para um almoço. Ela não imagina quanto o “sim” dela me deixou feliz. Há muito que não conversávamos, que não tínhamos um momento a sós.
No passado Sábado, voltamos a estar juntos num casamento. Ficamos na mesma mesa. Falamos, rimos, comemos e dançamos juntos. Senti que a ligação que tivéramos nunca se desmoronou como eu tanto receara. Já há muito tempo, não me sentia como me senti no Sábado. Pela minha cabeça passaram várias recordações…eu aos 10 anos, a apaixonar-me pela bebé mais linda do mundo. O baptizado dela um ano depois. Os vários momentos em que a tive ao colo, em que a adormeci bem junto a mim…ou que ela me adormeceu a mim. As várias férias em família que passamos juntos. As festas de família sempre com ela presente. A felicidade que era ouvir aquela menina a chamar-me orgulhosamente “padrinho”.
A minha afilhada cresceu, está quase uma mulher, mas para mim será sempre a minha menina. Tenho muito orgulho nela, sinto-me honrado por poder chamar à “J” afilhada!
Esta é e será sempre aquela miúda pela qual estarei sempre apaixonado, pela qual os meus olhos terão sempre um brilhozinho especial quando falar dela e com ela.
“J”, aqui te deixo um Beijinho do tamanho do mundo!