quinta-feira, 27 de setembro de 2012

Tempos difíceis!



Vivemos uma época conturbada, não só a nível político e económico, mas também de carência de valores…dois problemas que não são independentes um do outro.
Hoje em dia só se houve falar em greves, manifestações…em deitar abaixo o governo (engraçado, que quem o faça de forma mais veemente seja o partido que governou anteriormente, da forma que TODA a gente sabe)! Antes de me alongar no que vou escrever, deixo aqui bem claro que não tenho cores políticas, isso das cores apenas concebo para equipas desportivas. O governo de um país deve estar acima de qualquer suspeita, de qualquer interesse ideológico…apenas os interesses nacionais devem ser tema de preocupação e governação.
Para dizer o que quero, vou fazer uma pequena viagem ao passado, uma pequena abordagem da nossa história, que apesar de não ser muito distante, não cabe no imaginário das nossas mentes, porque são tempos em que já poucos viveram.
As pessoas tendem a classificar a disciplina de História, que temos obrigatoriamente até ao 9º ano, como sendo uma seca, algo sem interesse algum. Posso ser suspeito por ter um professor desta disciplina em casa, mas eu sempre gostei dela. Sempre gostei de conhecer o nosso passado, as nossas origens, pois só assim se conhece um povo na sua essência.
O povo português ao longo dos tempos é reconhecido como um povo trabalhador, lutador e até conquistador…mas que da mesma maneira que conquista as coisas, num acesso de soberbia, perde tudo o que conseguiu. Somos bons trabalhadores, mas muito maus a gerir o que é nosso. Aconteceu com os descobrimentos, tornamo-nos “Donos do Mundo”, apesar da nossa insignificância no mapa, e não soubemos gerir isso.
E agora chegamos onde eu queria. Quando terminou a Monarquia, tivemos uma República Democrática Portuguesa de 1910 a 1926. Marcada essencialmente por uma ingenuidade política, que nos levou a uma instabilidade ímpar a nível de governos. Isto fez-nos chegar a uma grave crise financeira, também em consequência da 1ª Grande Guerra). Esta crise levou à chegada ao poder de um homem que toda a gente recorda, mas apenas pelo fim do seu reinado…António Salazar! Ele foi o responsável por impor “então uma forte austeridade e um rigoroso controlo de contas, principalmente aumentando os impostos e reduzindo as despesas públicas, conseguindo assim um saldo orçamental positivo logo no primeiro ano de exercício.” E antes do Salazarismo, tivemos a Ditadura Nacional, regime esse dirigido por militares. No fundo, tivemos na mão uma primeira tentativa de democracia e não o soubemos gerir.
Em 1974, fartos de opressão e da falta de liberdade, os militares (será coincidência que, apesar de se gritar aos sete ventos que “o povo é quem mais ordena”, sem eles nada se faz?) resolveram revoltar-se novamente (suponho que o desgaste da Guerra Colonial tenha sido o grande impulsionador desta revolução, e não apenas os ideais da liberdade e igualdade…mas é apenas a minha opinião). Desta revolução nasceu o actual sistema político.
O que à partida seria a defesa da igualdade para todos, se analisarmos bem as coisas não foi bem assim. O Dr.º Mário Soares e outros que tais, são os pais, os fundadores, deste sistema podre e corrupto que temos hoje em dia. Em que não é qualquer um que pode chegar ao governo. Para lá se chegar é preciso, desde cedo, entrar num submundo de contactos e favores, de influências e, porque não dizê-lo, de corrupção. Em que quem lá chega são pessoas que não sabem o que é subir a custo na vida, são pessoas que sempre tiveram a vida facilitada, meninos dos papás, em que meros telefonemas para as pessoas certas resolviam os seus problemas. No fundo, um bando de incompetentes.
E isto começa desde logo nas “Jotas”, nestes pseudo partidos de jovens, que não são nada mais que réplicas do produto original (e defeituoso). Jovens que até podem ir para lá bem-intencionados, mas que se veem enredados pelas teias do submundo político e acabam numa de duas saídas possíveis…ou saem ou mudam para se adaptarem à realidade.
Nos últimos anos assistimos a uma troca de poder entre PS e PSD, em que nenhum fez melhor dos que os seus antecessores e todos eles se viram envoltos em escândalos…escândalos esses que são anunciados aos 4 ventos pelo partido da oposição…mas que quando estão no poder são os primeiros a branquear os seus. E aqui é que parece que as pessoas partidárias andam a brincar com a nossa cara (pelos menos com a minha que não tenho partido). Falam do Relvas, quando tivemos a mesma coisa com o Sócrates? Falam de desvios e derrapagens como se fossem as pessoas com mais moral do mundo, quando todos os governos até hoje foram responsáveis pelo mau uso do dinheiro público? Eu tenho vergonha na cara…mas há muita gente que não tem.
No dia 15 de Setembro saiu à rua, creio que uma das maiores manifestações de sempre. Eu não fui, que tinha um afilhado para conhecer. Eu a ir, iria manifestar-me contra a crise mundial que atravessamos e contra todo o sistema político, que diz uma coisa e faz outra. Recuso isso sim, a ir a uma manifestação em que o que impera é a demagogia. Em que se critica medidas que têm que ser tomadas. Estamos a passar por um momento de grave crise, esperam passar por ela sem perder poder de compra? Sem prescindir de certos luxos? Eu enquanto mantiver o meu trabalho (em Espanha, porque já há 5 anos que o meu país não tem capacidade para me dar trabalho) e ganhar mais ou menos o que ganho, consigo viver. Sem grandes luxos, sem ficar rico, mas vivo. Os portugueses atingiram um nível de vida ilusório. Ter casa e não sei quantos carros, foi luxo proporcionado pelo crédito bancário, com dinheiro que as pessoas não tinham. É preciso voltar a mudar o chip, em que em vez de comprar tem que se alugar. É preciso adaptarmo-nos ao tempo em que vivemos. Dou um exemplo, eu adoraria ser pai, mas fora a questão de arranjar a mãe certa, questiono muito o trazer um filho ao mundo se não lhe posso proporcionar o melhor.
Os portugueses querem acima de tudo, passar pela crise sem sacrifícios (falo da generalidade). Haverá pessoas em dificuldades, não duvido. Pessoas que não têm trabalho nem apoio familiar. Mas o que eu vi no dia 15 foi uma hipocrisia. Fizessem a manifestação em Agosto a ver se tinham muita gente. Eu continuo a ver o Algarve cheio, os aeroportos cheios, os restaurantes cheios, os cinemas cheios, os cafés cheios, as pessoas de carro novo (e não é qualquer carro)…pergunto eu, que sou meio ignorante…onde está a crise no meio disto tudo?
As pessoas saíram à rua a pedir a cabeça do ministro e a apelar à adesão das forças armadas. Eu conheço a nossa história. O que as pessoas pedem é que se abra uma caixa de pandora e creio que maior parte não tem noção disso. Vivemos uma segunda oportunidade democrática e mais uma vez não estamos a saber gerir a nossa liberdade e o poder que ela dá. Num tempo de crise, como o que se vivia em 1926, num tempo em que eu digo que a crise financeira mundial é a 3ª Grande Guerra Mundial, a entrada em cena das forças armadas seria para passarmos de uma democracia para…?

terça-feira, 11 de setembro de 2012

A melhor experiência da minha vida

Há pouco mais de 17 anos, comecei a viver a experiência mais bonita da minha vida. Tornei-me padrinho da bebé mais linda que vira e que, nos dias de hoje, é já quase uma mulher…de igual ou maior beleza.

Ser padrinho para mim foi, é e será sempre um prazer e uma honra, mas acima de tudo, uma responsabilidade, abraçada com todo o amor que tenho.

Há 17 anos, era eu ainda um miúdo, ainda não sabia completamente o alcance que isso teria. O papel de padrinho assumi-o desde o início, secundado em certas questões pelos meus pais, como não podia deixar de ser. Apesar disso, só eu sei o que disfrutei ao ver a minha afilhada crescer, cada momento passado junto a ela…só eu sei o que disfruto e o valor que têm os momentos que passo com ela. Por serem poucos tento aproveitar ao máximo.

Há umas horas atrás, recebi uma boa notícia, mesmo que esperada. Nasceu o “J”, aquele que será a partir de hoje, meu afilhado. Tinha prometido a mim mesmo que não aceitaria mais afilhados (as), mas foi-me impossível recusar o pedido (anunciado já há algum tempo) da minha prima “L” e do seu marido, o agora primo, “M”.

Vou ser padrinho numa fase diferente da minha vida, vou reviver a maravilhosa sensação de ver um afilhado a crescer. Espero manter-me por perto para poder usufruir de cada momento, de cada novidade, de cada descoberta.

Quis o destino que viesse um rapaz, assim posso dizer que sou padrinho do casal mais bonito à face da Terra…sem motivos de ciúmes de parte a parte.

Tenho 28 anos, uma afilhada de quase 18 e agora o “J”. Não sei se é fácil juntar assim estas gerações tendo eu a idade que tenho. Considero-me um felizardo, por muitas coisas que me possam faltar alcançar, tenho dois motivos para ter sempre um sorriso na cara. Por coincidência, mas engraçada coincidência, somos os três “J”.

Dizem-me muitas vezes que sou um padrinho babado…sem dúvida alguma, sempre fui um padrinho orgulhosamente babado…agora vou ser a dobrar!


segunda-feira, 10 de setembro de 2012

...

Já falta pouco…não é ansiedade, não é nervosismo…apenas vontade serena de querer!