"Enfermeira descuidada tem apoio psicológico
O erro humano que levou à morte de Rosa Pinto Cunha, na sequência de uma sessão de fototerapia no Hospital de Braga, só foi detetado seis dias após o tratamento fatídico.
Segundo o Correio da Manhã, logo no dia 10, quando voltou ao hospital a queixar-se de dores, a paciente devia ter sido transferida para uma unidade de queimados, o que só aconteceu no dia 16, tarde demais.
No processo de averiguações do hospital foi apurado que a enfermeira responsável carregou no botão errado, aplicando um tratamento muito mais forte do que o receitado. Rosa foi assim sujeita a um tratamento de 17 minutos em vez de 5. A enfermeira em causa, com 30 anos e pertencente aos quadros da Função Pública, foi mudada de serviço e está a ser acompanhada por uma equipa de psicólogos."
Antes demais, lamento profundamente esta situação, quer pela pessoa que faleceu, quer pela colega em causa.
Agora, falar em "enfermeira descuidada" parece-me abusivo e ofensivo. Um enfermeiro por turno desempenha muitas, mas mesmo muitas acções. Quem nunca se enganou no seu trabalho? Quem foi o professor que nunca se enganou a corrigir um teste? Quem foi o mecânico que nunca se enganou a arranjar um carro? Quem foi o jornalista que nunca se enganou a dar uma notícia? Quem foi o médico que nunca se enganou num diagnóstico?
A colega teve um erro fatal, daqueles que não devem acontecer. Sem dúvida alguma. Mas falar em descuido gratuitamente? Bons e maus profissionais há em todas as áreas. De certeza que há maus enfermeiros...há, não tenho a menor dúvida. Já trabalhei com pessoas assim. Agora, até o melhor dos enfermeiros pode cometer um erro grave...o que não significa descuido.
Falam em cortes e recortes na Saúde...um dos preços a pagar vai ser o pior atendimento. Não se queixem dos trabalhadores da saúde meus amigos. Queixem-se de quem não permite a estes fazer melhor! Vão a um mecânico por um problema urgente e se vos diz que têm que esperar 2 ou 3 dias deixam o carro lá sem dizer mais nada. Vão a um hospital com uma urgência, e mesmo que os médicos e enfermeiros estejam ocupados, exigem que sejam atendidos!
Este caso não me parece que seja o de uma urgência, mas alguém sabe as condições de trabalho da colega? O excesso de trabalho a que tenha estado sujeita recentemente? Já nem falo na questão das pessoas corajosas que se submetem a este tipo de responsabilidade o fazerem a troco de 1000 euros (caso seja hospital público...senão 500, 600, 700 ou de graça)! Mas se falamos disso, dizem que ganhar 1000 euros hoje em dia já é muito! Se as pessoas acham que é, é porque acham que a sua vida vale isso. Eu sou sincero, eu é que gosto mesmo muito do que faço...mas caso um dia tenha o azar, a incompetência ou o "descuido" de cometer um erro com este tipo de consequências...tenho a certeza absoluta que o que me pagam não vai compensar o facto de ser responsável por uma morte nem pelo peso na consciência que me vai atormentar o resto da vida...
Esta colega pode ter cometido um erro grave...mas será que não teve nenhuma acção (ou inúmeras) que já salvaram vidas? Somos pessoas que cuidam de pessoas...sempre com o intuito de conseguir o melhor para os nossos doentes!
O senhor que escreveu este artigo a meu ver foi um "jornalista descuidado"...quais as consequências disso?
Esta colega pode ter cometido um erro grave...mas será que não teve nenhuma acção (ou inúmeras) que já salvaram vidas? Somos pessoas que cuidam de pessoas...sempre com o intuito de conseguir o melhor para os nossos doentes!
O senhor que escreveu este artigo a meu ver foi um "jornalista descuidado"...quais as consequências disso?