terça-feira, 29 de outubro de 2013

A culpa…é do outro!

Há uns dias fiquei perplexo com o caso do membro da GNR que foi preso por ter disparado a um carro em fuga num assalto e teve a infelicidade de matar o filho, menor, do assaltante que ia na mala do carro. A culpa? É do polícia, porque foi ele que meteu o filho dentro da mala do carro ou que tinha que adivinhar que há gente no mundo tão burra para levar o seu filho para um assalto e metê-lo na mala do carro! Desejo apenas que este equívoco judicial seja reparado a tempo, para haver alguma esperança na justiça.
O que me leva a escrever isto é outro tema. Que também me preocupa. Li numa rede social, que um participante de um reality engravidou uma rapariga de 15 anos numa discoteca. Não sei se se fala de violação ou não. A mim não me interessa quem ele é, nem é isso que está em causa. Pego no caso e na situação, adulto engravida adolescente de 15 anos numa discoteca.
E preocupa-me por um motivo, pode passar a qualquer um. Bem, não vejo isso a passar-me a mim, porque as discotecas não são o meu lugar preferido para conhecer pessoas, nem sou de relações tão levianas. Voltando ao caso, não considero que ele seja culpado nem pode ser acusado de nada (a não ser que tenha sido violação…aí nem há discussão possível) e passo a explicar.
Deitar as culpas ao homem, é tapar os olhos para os verdadeiros culpados e contribuir para que situações destas continuem a acontecer. Eu quando vou a uma discoteca não deveria ver miúdas de 15 anos ou menos lá dentro (é proibida a sua entrada). Miúdas, que para quem tem olhos na cara, se vestem de forma provocadora, de forma a realçar bem as suas curvas e mostrar mais do que se deve. Tudo, de modo a incitar o desejo masculino. Miúdas que querem mais que provocar o desejo masculino. Miúdas a quem se aplica muitas vezes a expressão “meninas em corpo de mulher”. Não podem ser os homens levados a fazer algo que não deviam, iludidos pela aparência? Será que no tempo dos meus pais, alguém que fosse a uma discoteca teria que pedir o BI a uma rapariga que estivesse presente, antes de falar com ela?
A culpa para mim tem um nome…pais! Que pais conscientes deixam sair uma filha com 15 anos ou menos para uma discoteca e, para piorar, vestidas como vai a maioria? Com todos os riscos que se associam à vida nocturna, desde o álcool, ao tabaco ou às drogas, não faz falta associar mais!
A futilidade da aparência com que se vive hoje em dia começa bem cedo, nestes pequenos comportamentos adolescentes, compactuados por pais sem responsabilidade e noção das coisas e pior…sem poder sobre os filhos menores de idade. Até serem maiores de idade, os pais são responsáveis por eles, mandam neles, podem decidir o que vestem, o que fazem e onde vão e com quem vão. E mesmo maiores de idade, estando sob dependência dos pais, os pais podem controlar os excessos. O problema é que as carteiras hoje em dia são torneiras sempre abertas.

Depois engravidam e a culpa é do outro…porque o outro é que é responsável pelos pais deixarem ir a filha toda descascada para um ambiente propício a que saltem em cima dela e ela deixar que saltem!

domingo, 27 de outubro de 2013

O que acontece em Pontevedra fica em Pontevedra!

Podem pensar que estou a tornar-me repetitivo nos títulos dos textos, mas apenas o faço porque compreendi que é uma das formas de manter em aberto a interpretação que algumas pessoas fazem do que eu escrevo! E eu gosto que as pessoas reflitam sobre o que eu escrevo, mas às vezes passa que as pessoas dizem coisas sobre o que eu escrevo sem antes pensarem no que dizem. Vida complicada!
No sábado revi com grande alegria o “F”, grande amigo da universidade. É daquelas pessoas em que não é preciso muito para se passar um bom momento. Atira-se os foguetes, apanha-se as canas e faz-se a festa! Com ele é assim. A minha melhor versão surge quando estou com ele, a melhor no sentido de desinibição, de diversão. Ele tem o dom de ser abstémio e fazer com que todos que o rodeiam pensarem “este gajo está bêbado!” Já muito nos rimos há conta disso.
Nesse sentido e também devido às outras pessoas que nos acompanhavam, a noite de ontem em Pontevedra foi de ramboia, mas com “R”! Mas se para algumas pessoas ramboia envolve obrigatoriamente álcool, no nosso caso (não digo ausência total, mas uma cerveja não faz mossa) é o oposto. Foi rir do princípio ao fim, com momentos de breves conversas sérias pelo meio.
O “F” é um amigo com quem já comparti grandes alegrias, mas também grandes tristezas. É das pessoas que mais confiança me merece, é daquelas em quem busco conselho quando preciso. Porque apesar da sua faceta cómica, é das pessoas que conheço com uma integridade à prova de bala. Costumo dizer que não ponho as mãos no fogo por ninguém…por ele punha.
Tenho um grupo restrito de amigos e amigas com os quais tenho que estar de tempo a tempo para manter o meu equilíbrio.
Se acontece isto com pessoas, o mesmo acontece em relação a alguns locais, principalmente a uma cidade. E aproveitei o domingo para rever a cidade que se tornou o meu porto de abrigo desde há alguns anos…Viana do Castelo! Já estava em falta com esta terra encantadora há alguns meses.
Percorrer a marginal da cidade e caminhar na praia norte…basta isso para preencher-me com uma sensação de paz e tranquilidade, de bem-estar comigo mesmo. Acrescento a isso comer no restaurante de sempre e um café prologado com uma amiga, daquelas que não se vê muitas vezes, mas cuja confiança é sempre a mesma. Uma amiga que faz com que um café se prolongue durante quase cinco horas. Uma dessas pessoas em que há tema, em que o tempo que faz não faz falta como desbloqueador de conversas, em que o tempo que interessa passa a voar! Apesar de ela se queixar que eu estava a prestar atenção à televisão, pode ter a certeza que praticamente não vi o jogo do Benfica!

Descansei pouco, estou algo cansado, mas sinto-me bem animicamente. E é isso que faz tudo valer a pena!

domingo, 6 de outubro de 2013

O que acontece em Lamego, fica em Lamego!

Lamego é, duas vezes por ano, palco de um estágio da Federação Portuguesa de Karate Shotokan. E é por este mesmo motivo que Lamego se torna inesquecível para quem lá vai a primeira vez, ficando sempre o desejo de voltar.
Foi há mais de 10 anos que iniciei estas “romarias” a esta pequena, mas agradável cidade. Ainda menor de idade. Contudo, foi há precisamente 10 anos que Lamego ganhou especial importância. Foi a primeira vez que fui com os meus, meus irmãos de dojo e treinos, dois recém adultos e dois adolescentes. Tempo de inverno, camaratas sem aquecimento, janelas que não fechavam, água fria, tudo ultrapassado com o que gostamos mais de fazer …treinar Karate e divertirmo-nos! Esse ano tornou-se um ano zero nas idas a Lamego, idas essas que tiveram o seu contributo para fortalecer a união entre nós.
Desde então, ir a esta cidade tornou-se algo natural, apesar de nem sempre ser possível. Com o tempo o convívio alastrou-se a outros colegas do nosso dojo e a colegas de outros dojos, de vários locais do país. Mudaram as instalações, mudou a gastronomia (muito melhor), conhecemos pessoas que passam a fazer parte daquelas de quem gostamos de rever quando possível, como o Chefe “A” e a pobre “M” que deve chegar ao Domingo à tarde a deitar foguetes por irmos embora! Temos um bar que começa já a ser tradição para o convívio de Sábado à noite, apesar de achar que não nos chamam a atenção de nada por sermos muitos e saberem que somos do karate! Além que ganham o fim-de-semana com a nossa presença.
Desta vez realço, mais que a dureza dos treinos, o grupo que se juntou à noite nesse bar. Tanto em tamanho como em qualidade. Não se fazem bons grupos apenas com treino intenso. E o segredo de uma equipa, muitas das vezes, está nos laços que unem cada um dos seus membros. Ontem, por muito cansados que tenhamos ido hoje treinar, saíram fortalecidos.

Por tudo isto, Lamego é muito mais que um estágio de Karate!

terça-feira, 1 de outubro de 2013

Rescaldo eleitoral


Acabaram mais umas eleições autárquicas e em Fafe, os vencedores de sempre. O povo assim o quis…ou não será assim?
Eu acho que se houvesse repetição das eleições o PS teria uma contundente derrota, embora isto seja eu a pensar. Porque digo isto? Porque a meu ver, a maioria dos fafenses queria uma inovação no poder camarário, independentemente da pessoa que para lá fosse. Nesta lógica, acredito que muitos que votaram PSD votariam no candidato que ficou em 2º lugar, unicamente para conseguir a tal mudança. Mas como se diz, depois do casamento não faltam pretendentes.
Já ouvi dizer, pela diferença de votos ser tão pequena, que a derrota independente se deveu a quem ficou em casa e não foi votar. Isto, como é óbvio, é uma falácia e uma tentativa de quem perdeu justificar a derrota. A primeira leitura que se pode fazer de quem ficou em casa é que, caso votasse, iria votar em branco. Em que alteraria isso o resultado final? Se acreditarmos que quem ficou em casa iria votar em alguém, porque raio se pensa que iria votar nos Independentes? Como se pode afirmar categoricamente uma coisa destas? Eu não votei, mas se votasse, unicamente por querer uma mudança, não por uma crença em determinado candidato, votaria PSD porque o seu candidato foi o que vendeu melhor a ideia que era a oposição mais forte (através do debate que fiz questão de ouvir). Como referi antes, se pudesse votar após saber o resultado das eleições votaria nos Independentes sim senhor. A ideia que tentam passar revela uma mentalidade igual à que impera. E eu, assumo, queria uma mudança em Fafe, mas uma de verdade, não apenas uma mudança em que os tachos passam de uns para outros.
Os Independentes ganharam a Junta de Freguesia de Fafe. Isto revela que Fafe, cidade, quis a mudança. Sinal que a mensagem não chegou foi a outros locais.
É uma derrota dos Independentes, uma vitória do PS, mesmo que por 15 votos. O PS, por culpa própria, colocou-se em situação de perder as eleições. Naquela salgalhada na escolha do candidato permitiram uma réstia de esperança a que a mudança pudesse acontecer. Tenho cá para mim, se o candidato do PS fosse o que todos imaginavam, a vitória seria do PS e de forma natural e com larga vantagem. Sem necessidade de mandar cartas aos funcionários da câmara a pedir votos no PS.
Fafe concelho é socialista e só o é menos quando é o próprio partido a pôr uns contra os outros. Por isso não acredito que se abra uma janela como esta tão cedo. Como já disse em tom de brincadeira e sem qualquer tipo de ofensa para as pessoas do partido, pusessem o “Costinha” como candidato e acredito que ganhavam.

Desejo um bom trabalho ao novo Presidente da Câmara de Fafe, mas acima de tudo, mesmo sendo do mesmo partido, que traga uma mudança à cidade. Uma câmara que dê oportunidades às pessoas pelo valor e competências que demonstram, pelo currículo profissional que apresentam (não o académico ou o partidário). Uma câmara que promova a igualdade entre fafenses. Uma câmara que respeite TODOS os fafenses!