Há uns dias fiquei perplexo com o
caso do membro da GNR que foi preso por ter disparado a um carro em fuga num
assalto e teve a infelicidade de matar o filho, menor, do assaltante que ia na
mala do carro. A culpa? É do polícia, porque foi ele que meteu o filho dentro
da mala do carro ou que tinha que adivinhar que há gente no mundo tão burra
para levar o seu filho para um assalto e metê-lo na mala do carro! Desejo
apenas que este equívoco judicial seja reparado a tempo, para haver alguma
esperança na justiça.
O que me leva a escrever isto é
outro tema. Que também me preocupa. Li numa rede social, que um participante de
um reality engravidou uma rapariga de 15 anos numa discoteca. Não sei se se
fala de violação ou não. A mim não me interessa quem ele é, nem é isso que está
em causa. Pego no caso e na situação, adulto engravida adolescente de 15 anos
numa discoteca.
E preocupa-me por um motivo, pode
passar a qualquer um. Bem, não vejo isso a passar-me a mim, porque as
discotecas não são o meu lugar preferido para conhecer pessoas, nem sou de
relações tão levianas. Voltando ao caso, não considero que ele seja culpado nem
pode ser acusado de nada (a não ser que tenha sido violação…aí nem há discussão
possível) e passo a explicar.
Deitar as culpas ao homem, é tapar
os olhos para os verdadeiros culpados e contribuir para que situações destas continuem
a acontecer. Eu quando vou a uma discoteca não deveria ver miúdas de 15 anos ou
menos lá dentro (é proibida a sua entrada). Miúdas, que para quem tem olhos na
cara, se vestem de forma provocadora, de forma a realçar bem as suas curvas e
mostrar mais do que se deve. Tudo, de modo a incitar o desejo masculino. Miúdas
que querem mais que provocar o desejo masculino. Miúdas a quem se aplica muitas
vezes a expressão “meninas em corpo de mulher”. Não podem ser os homens levados
a fazer algo que não deviam, iludidos pela aparência? Será que no tempo dos
meus pais, alguém que fosse a uma discoteca teria que pedir o BI a uma rapariga
que estivesse presente, antes de falar com ela?
A culpa para mim tem um nome…pais!
Que pais conscientes deixam sair uma filha com 15 anos ou menos para uma
discoteca e, para piorar, vestidas como vai a maioria? Com todos os riscos que
se associam à vida nocturna, desde o álcool, ao tabaco ou às drogas, não faz
falta associar mais!
A futilidade da aparência com que
se vive hoje em dia começa bem cedo, nestes pequenos comportamentos
adolescentes, compactuados por pais sem responsabilidade e noção das coisas e
pior…sem poder sobre os filhos menores de idade. Até serem maiores de idade, os
pais são responsáveis por eles, mandam neles, podem decidir o que vestem, o que
fazem e onde vão e com quem vão. E mesmo maiores de idade, estando sob
dependência dos pais, os pais podem controlar os excessos. O problema é que as
carteiras hoje em dia são torneiras sempre abertas.
Depois engravidam e a culpa é do
outro…porque o outro é que é responsável pelos pais deixarem ir a filha toda
descascada para um ambiente propício a que saltem em cima dela e ela deixar que
saltem!