O ser humano revela grande parte da sua
estupidez ao ir contra o que a sua própria inteligência tem descoberto.
Uma coisa é fazermos algo que nos
faz algum tipo de dano porque não o sabemos. Isso é por ignorância. Aceita-se e
compreende-se. Agora, fazermos algo que sabemos que nos faz mal, isso não
compreendo, apesar de ter de aceitar.
Porém, muitas vezes, quem não o
aceita são as pessoas que passam um mau bocado devido aos seus comportamentos
passados. Muitas vezes ouço dizer “Que mal fiz a Deus para merecer isto?” A
Deus não sei, mas essas pessoas deviam ter pensado, quando mais novas, no mal
que estavam a fazer a si mesmas.
Tocarei apenas em duas coisas que
ocorrem muito na nossa sociedade, principalmente nos mais jovens, nos que estão
com a informação toda disponível desde cedo…ou seja, com a faca e o queijo na
mão em relação à sua saúde. São elas fumar e beber.
Acho que a minha geração já teve
mais que informação sobre os malefícios do tabaco. As de agora que mais
precisam de saber? E o que aconteceu com a minha e o que acontece com as mais
novas? No meu tempo, na minha turma de 12º ano, seríamos uns 4 ou 5 a não
fumar. “Não é vício, é da fase!”, dizia-se. Entro na universidade e no início
do 1º ano fumavam uns 4 ou 5. No final desse mesmo ano, éramos uns 4 ou 5 a não
fumar (poderei estar a exagerar…mas relevo que era um curso da área da saúde).
Saio do trabalho de manhã cedo e vejo miúdos(as) entre os 11 e os 17 anos de
cigarro na mão. Acreditem, mete-me muita confusão…tal como ver profissionais de
saúde a fazê-lo.
É por isso que faço um apelo,
principalmente aos jovens que conheço, não caiam na tentação. Serão mais
inteligentes e superiores do que o estúpido que vos estender um cigarro.
Como informação em grande
quantidade não chega, acho que, desde cedo, estas crianças deviam ter contacto
com a realidade…de quem foi novo como eles, foi estúpido como eles e que agora,
ainda sendo novos, reclamam com Deus a má sorte que tiveram. Ver o que sofrem,
ver o que é viver com dor, com falta de ar…sem esperança. Seria algo cruel? Não
tanto como ao que se estão a sujeitar.
Com o álcool passa algo semelhante.
Eu bebo, quando o Papa faz anos, mas bebo. Gosto de um bom vinho a acompanhar
uma boa comida. Mas às tantas passo um mês sem tocar numa gota de vinho. Não
consigo perceber quando vejo uma pessoa ficar stressada ou incomodada por não
haver vinho a acompanhar uma refeição. Não será isso já indício de algo?
Porém, o que vemos nos jovens é um
consumo descontrolado de álcool, cada vez numa idade mais precoce. Estes
jovens, que se emborracham desde os 12, 13 ou 14 anos, dificilmente vão
conseguir parar de o fazer. E sugiro nestes casos o mesmo que sugeri
anteriormente. Ver pessoas que, por culpa própria, sofrem devido a beberem em
excesso. E no caso das bebidas, temos a agravante das sequelas de acidentes de
carros…que não acontecem só aos outros.
Há tantos outros comportamentos que
se enquadram na estupidez humana, mas destaquei estes dois. Podia ter falado na
alimentação, talvez onde toda a gente mais comete erros, mas aqui há algo que
torna mais difícil não os cometer. A indústria alimentar tem tanto peso que há
demasiada informação a variar consoante os interesses instaurados. O que hoje
nos faz mal, amanhã já não faz, ou vice-versa.
Com tudo o que escrevi, não estou a
chamar estúpido a ninguém…mas sim aos comportamentos que, no fundo, todos temos
ou tivemos alguma vez na vida.