Eu já não me admiro com este tipo
de propostas, se fosse patrão e tivesse quem me fizesse bem o trabalho por x,
não ia oferecer x+y para a mesma função.
Por muito que me possa parecer um “gozar
com a nossa cara”, coisa de pessoas indignas e mercantilistas, a verdade é que
esses não têm culpa. São gerentes e ponto final. Já os culpei disto, mas nós
não somos diferentes (a nível de tratamento) de outras profissões.
A culpa é nossa, nossa enquanto
classe, nossa enquanto profissionais individuais, em vender o nosso trabalho
por estes valores. Já o escrevi aqui e repito. Enquanto formos na ladainha do “por
cada um que não aceite, há 10 que aceitam”, estas propostas, em vez de
acabarem, vão proliferar ainda mais.
Que aceitem as propostas, mas que
não venham dizer que a profissão está mal, que ganham pouco e coisas assim. Eu
já não falo em receber tanto como no público, mas acho que devia de haver
valores mínimos e decentes a pagar a pessoas que cuidam de pessoas, a pessoas que
põe em causa a sua integridade, física e mental, nesse cuidar.
Já faltou mais para voltarmos ao
tempo das freiras, ao trabalho voluntário. E apesar de cada vez haver menos
freiras, não tenho a menor dúvida que haverá sempre “alguma” por aí a fazê-lo.
Só que agora, não pelo bem do próximo, mas tendo em vista ganhar umas horas de
experiência para o currículo…ou assim o esperam.