quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013

Orgulhosamente…Benfica!

Acabo de chegar de uma longa viagem, mas nada cansativa. Regresso de ver mais uma vitória do meu clube, neste ritual que iniciei há cerca de dois anos, de ir ver as grandes noites europeias à Catedral da Luz!
Arrisco a escrever ainda no calor do jogo, com as emoções à flor da pele. Hoje não escreve o Jorge enfermeiro, karateca, racional ou preocupado com os problemas do mundo.
Escreve o Jorge benfiquista, adepto de sempre, ferrenho assumido, sócio por amor à causa.
Não me peçam para falar de coisas que não vi, nem senti…não vi os dois remates do adversário ao poste…não vi a minha equipa apática na primeira parte…não vi erros do treinador…não vi erros dos jogadores…não vi o fora-de-jogo bem assinalado, de lance que dava golo, e que ainda esta semana em lance semelhante validaram o golo noutro jogo…não vi insegurança da minha equipa…não vi o golo do adversário…não vi um adversário que sabe o que é uma bola.
Hoje vibrei, gritei, chamei nomes a árbitros e jogadores (mesmo não sendo merecidos), saltei, abracei, bati palmas…hoje fui um no meio de milhares a gritar bem alto “BENFICA”!
Vi guerreiros vermelhos disfarçados de artistas…vi duas obras de arte que resultaram em golos da minha equipa…vi um monstro na nossa baliza que afugenta o perigo só com o olhar…vi os toques de classe que deixaram os alemães desorientados…vi o mestre da tática a orientar a equipa até à vitória…vi uma goleada da minha equipa…vi e senti o Benfica no seu esplendor!
Senti o calor da chama imensa…mesmo não estando casa cheia, o inferno da luz emancipa-se com 30, 50 ou 60 mil fiéis! Durante hora e meia aquela é a nossa casa! Assim o presenciaram os alemães, jogadores e adeptos, que levam como recado à sua chanceler…”Ali naquele país que tanto tens massacrado, há gente com valor para nos fazer frente!”
Sou benfiquista desde que habitam imagens na minha memória. E foi algo natural…o meu pai, simpatizante/adepto do Braga e apenas do Braga, e a minha mãe, sem clube, nunca me impuseram nenhum gosto clubístico…os dois tornaram-se simpatizantes do Benfica devido à paixão que foi crescendo em mim! A eles agradeço esta liberdade de escolha…pois nenhum amor ou paixão devem ser impostos!
Ciente desta minha irracionalidade, deixo aqui uma saudação, desta vez, apenas para aqueles que comigo compartem esta paixão…porque só eles aceitam e entendem esta minha irracionalidade. Os outros? Os outros, são amigos, colegas ou conhecidos que irracionalmente não compreendem este meu SER BENFICA!






quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013

ONG…peditórios ou tentativas de assalto à mão armada?


Ontem ia eu na rua com bastante pressa (eram 20.10h e tinha consulta às 20.20h),quando sou abordado por uma menina de uma suposta Organização Não Governamental. Estavam a fazer um pedido para ajudar os refugiados da Síria.
Antes de mais, valorizo muito o trabalho das ONG, por ajudarem quem mais precisa em momentos muito difíceis. Agora, quem faz os pedidos de fundos para as ONG tem que ter em atenção que está a fazer isso mesmo, um pedido, e a ajuda deve ser feita de livre e espontânea vontade, sem qualquer tipo de pressões ou insinuações.
E aqui a coisa começou logo mal…ao abordar-me, e porque já sei que estas coisas demoram sempre algum tempo, disse muito amavelmente “Peço desculpa, mas estou com muita pressa”, ao que recebo como resposta “Ó, quem tem pressa às 20h da noite, que não possa parar uns minutos?” Eu não tenho culpa se a menina já estava farta de desculpas das pessoas que, repito, se não querem ajudar não são obrigadas a tal! Podia e devia ter-lhe dito “Quem trabalha!”, mas mais uma vez, educadamente disse “Vá, diz-me o que é”.
E aqui a coisa continuou mal, pois mais que apresentar-me o objectivo do peditório, tentou criar-me peso na consciência (por eu não saber quantos refugiados internos e externos há na Síria ou por não saber quanto foi o corte do governo nas ajudas às ONG, até ao ponto de me censurar por ter um trabalho supostamente estável) …como se a culpa do que está a acontecer lá fosse minha. Ainda vem com “Imaginas como é viver num sítio com bombardeamentos e tiros a todo o momento?” Não, não imagino (nem ela) e espero não passar por isso, como parecia ser o desejo da rapariga.
Depois a coisa piorou, pois o peditório era em forma de contrato em que todos os meses se dá x valor (como mínimo 10 euros). Como queria a menina que eu decidisse uma coisa destas, em que é preciso preencher um formulário, em menos de 10m? Ainda esteve a dizer-me o valor que custa cada coisa que enviam, criticando-me por uma barra de cereais custar menos que as guloseimas que supostamente eu deveria ser consumidor assíduo (mais uma forma barata de criar peso na consciência), mas que nunca compro.
Também lhe disse, após mais uma prova de adivinhação dela ao dizer que eu não ajudava nenhuma ONG, que as pessoas não podem contribuir com todos os peditórios que nos aparecem na rua (além de não sabermos a sua legalidade), se não ao fim do mês tínhamos uma renda só de peditórios!
Por fim, tive mesmo que insistir num “Não” demasiado amável para o que tinha acabado de acontecer, pois já estava no ponto de dizer “Vai para a p…que te pariu!” Isto sendo eu uma pessoa bastante calma e civilizada!
Eu não tenho dúvidas que esta pessoa, se tivesse uma arma na mão ou se pudesse, me tirava todo o dinheiro que eu tivesse, em prol dos refugiados da Síria.
Defendo as ONG, mas como em tudo, é preciso saber estar e ser perante os demais. Não se intrometer na liberdade de cada um. Não julgar quando nada sabemos da pessoa que está à nossa frente. Passou-se comigo, mas podia ter-se passado com um pai de família que mal tem para sustentar os seus filhos ao fim do mês e que os tais míseros 10 euros fazem toda a diferença. E sei que a abordagem seria igual, pessoa má, que recusa tirar as guloseimas aos seus filhos para ajudar os refugiados…
Defendo as ONG, mas como em tudo é preciso ter credibilidade e seriedade…e para isso é preciso ter cuidado nas pessoas que se colocam nestas acções. E as que denigrem mais as ONG são as moralistas radicais, fundamentalistas, defensores absolutos dos pobrezinhos, que dão tudo o que podem pela causa…mas com o dinheiro dos outros!

quinta-feira, 14 de fevereiro de 2013

The Notebook



Por coincidência assisti já esta madrugada de dia 14 de Fevereiro ao filme “O Diário da Nossa Paixão”. Nada a ver com o dia dos namorados, algo que sempre atribuí diminuta importância.
Aliás, este filme fala de amor, não propriamente o tema deste dia…a paixão! Se fosse um dia de amor falaríamos de dia dos casados, dos juntos e afins.
Vivemos um tempo de paixões fáceis, carnais e passageiras. Quando a perfeição externa começa a deixar de esconder os defeitos (que todos temos) chegam as dúvidas, as discussões e na maior parte dos casos, o fim. Não é por acaso que nunca houve tantos divórcios ou relações curtas como há agora. Também não concordo que se diga que é porque antes ninguém se divorciava por vergonha. Se assim fosse, levava-me a pensar que agora as pessoas se divorciam por despeito.
Há uma parte do filme em que ela diz algo tipo “Que futuro temos se estamos sempre a discutir?” ao que ele responde “Sim é verdade, nós somos assim e será sempre assim, não vai ser fácil, aliás vai ser muito difícil, teremos de melhorar isso todos os dias, mas eu não me importo porque eu te quero, tu e eu, todos os dias da minha vida!” Resume muito bem o que é amar de verdade alguém. Hoje em dia ama-se no presente, se amanhã a coisa muda é fácil de resolver. Generalizo, eu sei, e os poucos casos que conheço são a minha réstia de esperança.
Ou o amor mudou ou acho que anda muita gente sem saber o que é, pensando que sabe. Dizer que se ama quando tudo está bem, é fácil. Mostrá-lo de verdade nos momentos em que é preciso, isso já é pior.
Este filme a meu ver é uma bela lição de amor…será possível algo assim hoje em dia?