sábado, 10 de junho de 2017

A única resposta que te posso dar

Simplesmente não estou em mim, ainda estou a assimilar o inesperado. O dia foi longo, mais um, começou bem cedo e terminou noite dentro.
O melhor da vida são a família e os amigos, tenho essa certeza há muito tempo, logo não podia ter pedido melhor, um dia passado na companhia dessas amizades que nos tornam as pessoas mais ricas do mundo.
Hoje não estou exausto, não poderia estar. Como se costuma dizer, estou com os sentimentos à flor da pele. Reuni os amigos para celebrar o meu aniversário. Não todos, nem todos conseguiram vir, sabendo que estiveram comigo em pensamento. Chegará o dia em que os terei todos juntos, naquele que será o dia perfeito.
Sou sincero ao dizer que a melhor prenda que posso ter nos anos é a presença das pessoas que mais quero. E foi isso que todos vocês foram…mas peço-vos desculpa se vos digo que fui prendado com a mais bela e inesperada das prendas.
Foi, talvez em toda a minha vida, a maior surpresa que tive. Não digo que me enganaram, tem uma conotação negativa nada apropriada à situação. Talvez tenham disfarçado, mas nunca esperei por aquilo que aconteceu. Ter recebido o teu retrato já seria prenda mais que suficiente, ter lido o cartão que a tua irmã me deu…bem, provavelmente nunca tive uma reação tão espontânea, tão sincera e tão transparente. A pergunta nele contida apenas exigia uma de duas respostas…sim ou não.
Por momentos fiquei mudo, com um daqueles nós na garganta que não nos deixam sequer falar. Eu queria falar, queria muito, mas se o fizesse creio que o que estava a tentar conter se desmoronaria. A muito custo contive-me, contive as lágrimas que teimosamente queriam sair dos meus olhos. Por momentos fiquei com a visão turva, com o pensamento desnorteado. Respirei fundo, olhei para os olhos ansiosos da tua irmã, para a perplexidade com que ela assistia à minha própria perplexidade, esperando uma resposta.
Contudo não havia muito que duvidar, muito menos depois da minha reação mais que visível…sim, sem dúvida alguma um grande sim.





quinta-feira, 8 de junho de 2017

Cai a noite...

Chega a noite, sento-me finalmente no sofá, estico as pernas e dou um longo suspiro. Sinto-me cansado, exausto para ser mais específico, o dia começou na véspera pelas doze horas, termina passadas trinta e seis horas. A sério, já não tenho idade para estas coisas!
Termino agora de agradecer a todas a felicitações que me foram endereçadas durante todo o dia. Espero não ter falhado nenhuma, é importante para mim retribuir um pouco do que me deram.
Por fim, posso respirar um pouco, fechar os olhos e percorrer mentalmente o meu dia de anos. Um dia em que me foi permitido estar com aqueles que me acompanham diariamente e sentir o apreço dos que estão longe.
Primeiro no trabalho. Já o disse várias vezes, aqui, que o carinho que os doentes nos dão sabe bem ao ego, mas antes disso está o carinho que os nossos colegas nos dão. Por vezes não é fácil, por vezes há confrontos de ideias ou ideologias ou o cansaço ou stresse acumulados, mas no fim ficam as atitudes de companheirismo. E hoje senti-me “abraçado” por todos os que me acompanham no local de trabalho.
De seguida no Karate. A casa que já me viu cumprir muitos aniversários, que me acolheu ainda criança e me fez o homem que sou hoje. E o que sinto dentro daquelas paredes, dentro do Dojo, não se explica. A afeição que se cria entre todos não tem equivalente em nada que eu conheça e não poderia fazer anos sem estar com a minha gente, com a família que eu escolhi.
Jantar com as duas pessoas mais importantes, os meus pais. A família onde nasci e cresci. Que me educou sobre firmes valores, a quem agradeço tudo o que sou hoje em dia. Apesar de vivermos sob o mesmo teto, estarmos os três sentados ao mesmo tempo à mesa é algo mais ocasional do que se possa pensar.
Pelo meio, um daqueles cafés com uma daquelas pessoas para quem sempre temos um pouco de tempo. Soube-me bem estar com um desses amigos, para quem a distância é um pormenor e não um problema.
Terminei o dia com os meus amigos diários. Aqueles que no último ano se tornaram pedra basilar da minha existência, que me acompanharam nos bons e maus momentos, que me aconselharam, que me fizeram rir e sorrir.
Agora uma palavra para aqueles com quem não estive, aqueles que de serem tão fantásticos, conseguem ser os meus alicerces mesmo estando a dezenas ou centenas de quilómetros. Eles sabem quem são, sabem que a palavra “amigo(a)” é demasiado curta para expressar o que eles me dizem.
Acabo o dia exausto, mas de coração cheio. Muitas das mensagens ou telefonemas recebidos fizeram-me tremer por dentro. Não sei se sou isso tudo o que disseram. Sei, isso sim, que o que eu sou é graças a todos vós que me acompanhais…sou apenas um reflexo de tudo o que me dão e são.

Sei que é pouco, mas é sincero…obrigado.