Desta vez comecei por viajar até à "caliente" ilha de
Ibiza, local mais falado pela sua badalada vida noturna, apesar de não ser esse
o motivo que lá me levou.
Foram sete dias de plena descoberta das mais belas
praias que vi até hoje. Praias longe de tudo, no fim de falésias, com a água
mais cristalina que se possa imaginar. Água quente a condizer com o tempo,
sempre a convidar a um mergulho.
Ibiza foi um fator de crescimento pessoal, vi o que
nunca antes tinha visto, vi dois extremos da mesma ilha. Se por um lado temos a
degradante vida noturna proporcionada pelos ingleses, com borracheiras
descomunais a elas andarem quase nuas na rua, pelo outro temos o glamour das
festas da alta sociedade, onde vi das mais belas mulheres até hoje, e um mundo
que pensamos apenas existir nos sonhos. Ao ter podido ver este lado de Ibiza,
fico feliz. Apesar de gostar de ter mais dinheiro (creio ser desejo de toda a
gente), fico contente por ter crescido a poder dar valor a tudo o que tenho,
algo que acredito ser impossível aquelas pessoas de berço de ouro (quando falo
de berço de ouro, não falo de meninos ricos…mas sim de alguns níveis acima
disso).
Pelo meio temos as festas das pessoas ditas
“normais”, acessíveis a quem esteja disposto a gastar mais do que o habitual,
devido a uma inflação absurda dos preços, quer de entrada quer das bebidas.
Ibiza tem tanto para dar de dia como de noite.
Simplesmente acho que é impossível conhecer os dois ao mesmo tempo. Dei
prioridade ao dia, pois o mundo noturno tem pouco a oferecer para a renovação
das minhas energias, que é o que procuro nas férias.
Regressado de Ibiza rumei mais a norte, àquela que
foi a minha cidade durante sete anos, Pontevedra.
Antes de lá chegar duas paragens obrigatórios, uma em
Caminha e outra em Valença. Há amizades que se fortalecem com a distância, pois
são pessoas que tenho a certeza que me fazem falta no meu dia-a-dia. Rever
grandes amigos e amigas é um prazer obrigatório. Estão longe, então todas as
oportunidades de estar com eles, nem que seja uns minutos, têm que ser
concretizadas. A sensação de ter irmãos mesmo sendo filho único é
indescritível. São poucas as pessoas capazes de tal façanha, daí merecerem
todos os segundos que passo com eles.
Tive a possibilidade de conhecer a “C”, uma pequena e
linda princesa de apenas uns meses de idade, uma sobrinha sem o ser. De olhar
terno a um sorriso encantador, com os pequenos dedos a envolver com força o
meu…é a felicidade dos pais e sou feliz por vê-los assim.
Regresso então a Pontevedra, complemento mais que
ideal a Ibiza. Hora de recordar as minhas amizades de lá, os velhos sítios
familiares e de conhecer novos locais. Tive sorte de o tempo ter sido
convidativo a mais uns dias de praia, o que serviu para descobrir que a Galiza
tem praias que pouco deixam a desejar às praias que falei anteriormente. Podem
ter a certeza, não fosse pela instabilidade do tempo, o meu local de férias
seria sempre este. Praias de extenso areal limpo, água transparente, mas fria. Foi
tempo também de matar as saudades das verdadeiras tapas, aquelas que é uma
maravilha deliciarmo-nos com elas num fim de tarde na companhia duma boa
cerveja.
Chego ao fim destas férias completamente revigorado
dum ano que foi exigente, com forças e vontade para enfrentar o que um novo
ciclo me irá trazer. Quero fechar velhos livros e descobrir novas histórias,
concretizar velhos sonhos e construir novos. Certeza tenho que não quero ficar
parado, nem no tempo nem na vida.