
Dessa altura lembro-me, como se fosse hoje, da
ambiguidade de sentimentos que percorriam o meu interior. A dificuldade enorme
que foi a despedida da minha casa durante mais de sete anos, das pessoas que
passaram mais tempo comigo que a minha família durante esse tempo, da cidade
que aprendi a gostar como se fosse minha. Transmiti pessoalmente às minhas
colegas a decisão que tinha tomado e nunca esquecerei a reação de cada uma.
Tristeza pela saída, alegria por saberem que eu vinha para junto dos meus.
Serviu para apaziguar a mágoa que senti ao abandonar o local que me deu a possibilidade de ser enfermeiro e fundar as bases para o que me tornei.
Aqui, fui recebido de braços abertos por todos, o que
me permitiu crescer lentamente a nível profissional, descobrindo finalmente a
área da enfermagem com a qual mais me identifico. Quem me conhece, sabe que
rejeito liminarmente, no meu caso, que se fale de vocação relativamente à
profissão. Era o queria, mas não fazia a mais pequena ideia do que significava ser
enfermeiro. Foram muitas as dúvidas durante o curso, felizmente insuficientes
para abandonar.

Posso dizer, com toda a certeza, não foi a vocação
que me levou à profissão, foi antes esta que me orientou para a minha vocação.