segunda-feira, 21 de março de 2011

Amor à primeira vista!

Muita gente me tem perguntado se ando apaixonado, alguns até o afirmam…depois do dia de hoje só posso dizer que sim!
Tive a “C” nos meus braços…os olhos quase sempre fechados, mas penetrantes, os dedinhos tão pequeninos, as pernas momentaneamente irrequietas…mas acima de tudo, uma paz de alma!
Cativante, linda, encantadora…como é interessante que um ser que nasceu há uma semana consiga despontar sentimentos muito agradáveis em muita gente, mesmo em quem a vê a primeira vez!
Pegar nela ao colo transmitiu-me uma agradável sensação de paz…algo parecida com a que me transmite esta música…




Vou ver a "C"

Dentro de umas horas irei ver pela 1ª vez a pequena “C”! Já me disseram quão linda ela é, já preparei os meus olhos para o que os espera, mas sei de uma coisa…ficarão impressionados à mesma!
Ainda não te vi, mas o carinho que tenho por ti já é indescritível!
Até já!

quinta-feira, 17 de março de 2011

Revelação...este sou Eu!


Quando iniciei este blog tomei a decisão de o fazer sobre um ténue anonimato, uma vez que falando de situações de trabalho, poderia colocar alguns critérios éticos em causa.
Contudo, devido a 2 factores, considero que esse anonimato deixou de fazer ou nunca teve sentido.
O 1º, que tem a ver com questões laborais, eu apenas estaria a quebrar a ética deontológica se identificasse pessoas, doentes ou colegas de trabalho. Como considero que posso expor situações que ocorram na minha vida laboral sem identificar quem quer que seja, creio que este motivo já não obriga ao anonimato.
O 2º factor, mais pessoal, poderia vir do facto de eu poder não querer que se soubesse quem sou eu, apenas e só porque sim. Porém, creio estar certo quando penso que todos ou grande parte de todos os meus possíveis leitores são pessoas que já me conhecem de alguma maneira. E alguns desses, amigos muito próximos, quem sabe até família. Daí que também neste caso, não haver nada a esconder.
Eu comecei por me chamar apenas Jorge ou melhor dizendo, Jorginho. Bem, este último só para as tradicionais tias, que agora, quando já cumpri 26 Primaveras, continuam a pronunciar este nome. Mas como é com carinho, não vem mal ao mundo por isso.
Durante muitos anos assim se manteve até à entrada na universidade. Aqui desde cedo adoptei, ou mais uma vez, melhor dizendo, deram-me um nome de praxe que rapidamente andou de boca em boca…Dimitri! Ainda hoje estou convicto que muitos dos colegas que lá tive não sabem o meu verdadeiro nome. Antes isso que passar despercebido. Claro que os amigos e amigas que nasceram neste período da minha vida sabem bem como me chamo.
Ainda nesta fase, colocaram-me outro nome, o qual foi e ainda é usado apenas por pessoas muito próximas…Joca! É um nome que muita pouca gente me chama…mas essa muito pouca gente são uma parte importantíssima da minha vida.
Como se sabe, fui para Espanha trabalhar e aqui começaram a chamar-me um nome que é meu desde que nasci, mas que até à data era raro que me chamassem…Fernando! Justificação? Ouçam como se diz Jorge em espanhol e acredito que ficarão esclarecidos.
Por muitos nomes que me possam chamar, a minha identidade e personalidade são sempre as mesmas. Sou enfermeiro de profissão…mas antes disso sou alguém que acima de tudo ama a família, preza imenso as suas grandes amizades, dedica muito, dentro do que pode (que pouco é) ao Karate, que faz parte da minha vida há 20 anos…e vou vivendo apaixonado. Apaixonado pela minha vida e fundamentalmente pelas pessoas que dela fazem parte!

segunda-feira, 14 de março de 2011

Nasceu a "C"

No sábado de manhã nasceu uma menina há muito esperada (ok, os 9 meses da gravidez). A “C” é a filhota de uma grande amiga minha, daí eu ter acompanhado algo de perto a espera do seu nascimento.
A maior felicidade é dos pais e familiares chegados, mas podem ter a certeza, tanto a “L”, o “J”, assim como a pequena “C”, que têm amigos que ansiavam também por esta boa nova e estão também muito felizes.
Já aqui falei nisso, dada a amizade que tenho com a mamã, não posso deixar de ver a “C” como uma sobrinha, que por laços familiares não terei.
Claro que agora o meu próximo passo é ver a “C”, por mim já a tinha ido ver…mas esqueci-me do raio dos documentos do carro em Portugal e estou em Espanha neste momento!
Deixo aqui a certeza que a verei num futuro muito próximo e os votos de muitas felicidades aos papás e ao seu rebento.

quarta-feira, 9 de março de 2011

Carnaval

Ontem foi um dia de Carnaval diferente. E logo eu que não ligo muito a estas coisas.
Voltei a rever a pequena “E” e o pequeno “F”, outra vez em conjunto. Estão mais crescidos, mas da mesma maneira encantadores. A “E” ontem não quis vir ao meu colo, preferia rir-se no colo da mãe. Mas voltei a sorrir com os seus sorrisos e com a tranquilidade que transmitem.
Pela tarde recebo um convite para jantar, um convívio luso-hispânico. Um senão, era preciso ir mascarado. “Oh, só me faltava mais esta!” Ida aos chinos ver o que havia assim há última da hora. Quando estou a escolher o que levar vem-me um pensamento do género “Epá, com tempo podia ter feito assim qualquer coisa de genial!” Eu sou um pouco assim, posso até nem estar muito numa onda, mas se é para fazer que se faça bem…pena ter sido tão em cima da hora!
Vá, fui de semi-pirata, pois faltavam algumas coisas para parecer um verdadeiro “Barba Negra, o Terror dos Sete Mares” (a começar pela barba)!
Quanto ao jantar, mais um excelente convívio. Cinco portugueses (apenas 2 rapazes) e oito espanholas. Gostei do ambiente, mas considero que estive na parte da mesa mais fixe. Boa companhia à direita, à esquerda e em frente. Não tenho nada contra espanholas (a da esquerda era espanhola), mas contínuo a preferir as portuguesas. Elas produzem-se muito e talvez por isso num convívio destes parece que às vezes estão mais preocupadas em chamar a atenção do que em conviver.
A noite acabou numa discoteca da cidade, já com o sol a querer acordar. E apesar de eu não ser muito adepto de discotecas, mais uma vez ficou provado que uma boa companhia é o mais importante. Diverti-me bastante.
Como tem sido costume, ela esteve presente. Divertida e espontânea como sempre. Desfruto desta amizade sem esperar muito do que aí pode advir, mesmo sabendo que posso sentir algo mais por esta pessoa. É engraçado, com ela não sinto aquele nó no estômago que dizem ser normal quando conhecemos alguém de quem gostamos. Mas sinto ansiedade em estar com ela. Em falar com ela. Em rir-me com ela. Simplesmente, gosto dela!

quarta-feira, 2 de março de 2011

Uma boa noite!

Esta foi uma boa noite...o meu Benfica lá ganhou mais um derby...e depois passei mais um bom bocado em excelente companhia…e nem a amostra de filme que vi agora estraga isso!
Conhecem a sensação do tempo passar e nem darmos conta? Nos últimos tempos tem passado isso...e sabe bem.
Há algumas características que gosto nas pessoas, como espontaneidade, simpatia, alegria, sinceridade, beleza natural…mas acima de tudo, adoro a autenticidade das pessoas.
Gosto de quando falam comigo sem receios de ferir susceptibilidades ou de parecer mal.
Sem pretender falsas ou erróneas interpretações, gosto de estar contigo! (o gosto talvez seja um adjectivo redutor para o que realmente quero dizer)


A minha bebé!

Eu trabalho há quase 3 anos para um conjunto de pessoas a quem os anos já pouco dizem, a quem as vicissitudes com que a vida se lhes deparou se notam nas marcas profundas dos seus corpos e almas.
De vez e quando aparece alguém “jovem”, na casa dos 40-65 anos. Porém, é coisa muito rara de se ver no meu serviço. Loucura, insanidade, demência…vários nomes que nos dizem praticamente o mesmo, que quem sofre destes males já não tem a capacidade cognitiva que teve em tempos. Mas vamos com calma, não é bem assim.
Qualquer pessoa, num determinado momento da vida, descontextualizada de uma determinada situação, pode ser considerada tola, demente, o que lhe queiram chamar. Porém, não quer dizer que o sejam sempre, quem conhece bem essas pessoas sabe como se comportam normalmente no dia-a-dia.
Com os “meus” velhinhos passa algo do género. Não digo que não tenham uma diminuição cognitiva acentuada. Têm, muitos deles bastante acentuada, que até me fazem duvidar do meu estado de normalidade! Contudo, há aqueles doentes que há primeira vista não têm muito para dar, parece que vivem num mundo completamente à parte, só seu, mas escondem lá no seu interior vestígios das pessoas que foram antigamente.
Eu não me afasto dos meus doentes, eu aproximo-me deles, falo com eles, dou-lhes mimos, dou-lhes sermões…brinco com eles como se fossem meus amigos de toda a vida. E para meu espanto, já vi momentos de lucidez absoluta em pessoas que pareciam perdidas, para todo o sempre, naqueles seus sonhos acordados.
Apesar de tudo o que disse, há uma doente, que apesar do muito pouco que teria para dar, é aquela por quem sinto um carinho (muito) especial. Já quase me morreu nas mãos, eu e a minha colega de turno fizemos tudo para reverter a situação e felizmente conseguimos. Foi das primeiras vezes que senti que algo que fiz “trouxe” de novo alguém à vida.
Vamos por partes. Esta doente, a quem eu carinhosamente chamo “a minha bebé”, é a “C”, tem 60 anos, deve ter 1 m e 50 cm e à nascença trouxe uma amiga para toda a vida, de seu nome Síndrome de Down. São as duas inseparáveis, olhinhos à chinês, as linhas da palma da mão diferentes do resto do mundo, as constantes infecções respiratórias e insuficiências cardíacas, uma visão bastante turva…e uma língua descomunal que ela com tanto orgulho exibe! Para não falarmos das poucas palavras que sabe dizer (olá, bom dia, boa noite, sim, não, água…ah, e sabe dizer o seu nome completo!). Tudo isto parece ser ela a dizer ao mundo “SOU DIFERENTE”…mas quando me sorri ou dá uma daquelas gargalhadas sinceras e espontâneas muito próprias dela, é como se me dissesse “SOU ESPECIAL”!
E pode ter a certeza que o é. Sou profissional e todos os meus doentes são cuidados com o mesmo profissionalismo. Como em tudo na vida, gostamos sempre mais de uns que de outros e o nosso maior carinho vai para quem gostamos mais. É assim que as coisas funcionam, não adianta vir com hipocrisias. E o meu carinho foi conquistado por quem menos se esperaria, por aquela pessoa que menos pediu quando lá chegou.
Todos os dias lhe faço a mesma pergunta “Eres guapa?” e a resposta é invariavelmente a mesma “Sí!” Vê-se mesmo que é mulher!
É por isso, que todas as manhãs, antes de vir embora, vou-me despedir dela…às vezes está a dormir, outras acordada e não me liga puto, mas basta que me dê um sorriso dos dela, para sair de lá com um estado de espírito…como hei-de dizer…mais leve!