Antes de escrever o que quer que seja, aviso desde já que isto é um mero texto de opinião, em nada fundamentado em bibliografia, apenas na minha experiência adquirida no meu trabalho ao longo destes três anos. Por isso não usem nada do que aqui é dito para teses de mestrado nem trabalhos universitários!
No meu serviço temos muitos doentes na fase final da vida, muitos velhinhos.
Depois de três anos aprendi que cada dia deles pode ser o último, mesmo aparentando estarem bem. Aliás, todos nós somos doentes terminais, podemos é estar mais perto ou não do fim.
Lá no serviço tenho os tais doentes apelidados de “terminais”, que têm doenças incuráveis. Contudo, alguns deles estão lá há muito tempo e conseguem levar uma vida aparentemente normal, resistindo mais que alguns que nenhuma doença terminal tinham.
Contudo, às vezes chegam-nos doentes, e em muitos casos pessoas jovens entre os 50-60 anos (tendo em conta a idade dos doentes que lá temos), que estão em fase terminal e não resistem muito tempo. São estes casos que me proporcionam a visualização da fragilidade humana e o quão devastadoras podem ser algumas doenças.
É estranho ver uma pessoa chegar lá a caminhar pelo próprio pé, a fazer uma vida normal praticamente e num dia sente-se um bocado pior…no dia a seguir está acamado e se as coisas forem bem-feitas, sedado e dormindo à espera que chegue o momento.
As pessoas perguntam-me se não me custa viver isto. A sério, não me custa. Não me custa saber que estou a proporcionar uma morte digna a uma pessoa. Uma passagem tranquila e sem sofrimento para outro lado. Custa-me isso sim, é ver pessoas a sofrer desnecessariamente porque ainda há quem diga que cuidados paliativos são eutanásia. Já tive doentes em agonia (e para mim agonia é dor agitação, intranquilidade, sofrimento) e eu sem nada poder fazer porque ainda há questões legais e hierárquicas a respeitar.
Às vezes parece que as pessoas aprendem e fazem tudo como deve ser…mas no caso seguinte voltam a andar para trás. Não há coerência…e quem paga são os doentes e em menor escala, quem passa os turnos junto a eles de mãos atadas, querendo, mas não podendo fazer nada.
No meu serviço temos muitos doentes na fase final da vida, muitos velhinhos.
Depois de três anos aprendi que cada dia deles pode ser o último, mesmo aparentando estarem bem. Aliás, todos nós somos doentes terminais, podemos é estar mais perto ou não do fim.
Lá no serviço tenho os tais doentes apelidados de “terminais”, que têm doenças incuráveis. Contudo, alguns deles estão lá há muito tempo e conseguem levar uma vida aparentemente normal, resistindo mais que alguns que nenhuma doença terminal tinham.
Contudo, às vezes chegam-nos doentes, e em muitos casos pessoas jovens entre os 50-60 anos (tendo em conta a idade dos doentes que lá temos), que estão em fase terminal e não resistem muito tempo. São estes casos que me proporcionam a visualização da fragilidade humana e o quão devastadoras podem ser algumas doenças.
É estranho ver uma pessoa chegar lá a caminhar pelo próprio pé, a fazer uma vida normal praticamente e num dia sente-se um bocado pior…no dia a seguir está acamado e se as coisas forem bem-feitas, sedado e dormindo à espera que chegue o momento.
As pessoas perguntam-me se não me custa viver isto. A sério, não me custa. Não me custa saber que estou a proporcionar uma morte digna a uma pessoa. Uma passagem tranquila e sem sofrimento para outro lado. Custa-me isso sim, é ver pessoas a sofrer desnecessariamente porque ainda há quem diga que cuidados paliativos são eutanásia. Já tive doentes em agonia (e para mim agonia é dor agitação, intranquilidade, sofrimento) e eu sem nada poder fazer porque ainda há questões legais e hierárquicas a respeitar.
Às vezes parece que as pessoas aprendem e fazem tudo como deve ser…mas no caso seguinte voltam a andar para trás. Não há coerência…e quem paga são os doentes e em menor escala, quem passa os turnos junto a eles de mãos atadas, querendo, mas não podendo fazer nada.
Gostei !
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