quinta-feira, 27 de fevereiro de 2014

O outro lado…

Devido à minha profissão lido com muitas pessoas na fase final da sua vida, a maior parte delas debilitadas física e psicologicamente. Muitas vezes isso faz-me temer um pouco a velhice, temer a fragilidade inerente ao enfraquecer da máquina que é o corpo humano.
Porém, momentos como os que vi há pouco, fazem-me ver que é possível ter uma fase final da vida em que ainda há pequenos prazeres que valem a pena. Aproveitando o facto de o sol se ter perdido em pleno Inverno e ter feito uma visita a Pontevedra, saí um pouco para sentir algo que não sentia há muito.
Ao passar pelos vários jardins que enfeitam a cidade, pude ver desde amigas de longa data na sua coscuvilhice sentadas num banco, com guarda-chuva a servir de guarda-sol, a casais (daqueles verdadeiros, com décadas de união) de mão dada a passear.

Sempre disse que para mim o sol é um antidepressivo natural, mas hoje o melhor mesmo foi ver  estas pessoas, numa fase da vida mais avançada que a minha, a aproveitarem da mesma maneira (ou melhor) que eu esta manhã de sol.


quarta-feira, 12 de fevereiro de 2014

Geração dos que não têm mais nada que fazer…

Sinceramente não sei como ainda leio os textos deste espaço…às tantas para ir buscar ideias para escrever os meus. Reconheço que tenho caído numa onda de resposta/contestação a algumas coisas escritas neste espaço, algumas graves e ofensivas, outras, como é este caso, questões de pormenor.Aqui deixo o artigo em questão http://p3.publico.pt/actualidade/sociedade/10764/gerac-o-quotencalhadaquot .
Um texto um pouco ou quanto confuso no seu ideal. Quer criticar algo, mas começa por criticar outra coisa que não tem pés nem cabeça. E eu, que estou emigrado tal como muitos dos meus amigos, que o tive que fazer para ter um futuro, para ser independente, para não viver às custas dos meus pais, custa-me sempre ouvir/ler alguém que nunca o teve que fazer dizer coisas assim. Que a emigração é uma desculpa? É, isso sim, uma solução numa altura em que o país não garante futuro (como garantiu às gerações anteriores) aos seus jovens. Para mim, isto é falar de barriga cheia.
Às tantas as gerações antigas quando eram jovens já pensavam em emprego porque havia muito que ser quando fossem grandes. Hoje que perspectivas há?
Quanto ao resto de que fala o texto, não há nada a discordar, sendo isso responsabilidade de quem educa e oferece isso tudo de mão beijada aos jovens.
O meu pai, que é professor, numa escola pública, tem tido sempre bons alunos e aplicados...e maus também, como sempre os teve até agora. O próprio sistema é que leva a um facilitismo a que nem os professores podem fazer frente.
Também sou crítico do facilitismo, da falta de educação e princípios, da futilidade com que vivem hoje...jovens e não jovens.
Por isso, este texto, na minha singela opinião, "pega o touro" muito mal. O que poderia ter sido um bom texto de opinião (um tema em que já se abordou tudo e algo mais não pode dar um texto excelente), tornou-se num emaranhado do “não sei o que estou para aqui a dizer”.

A quem é desta geração e das anteriores e manda postas de pescada, os responsáveis pelo estado do país e das criancinhas que temos agora, falem menos e façam mais. Ou metam o rabinho entre as pernas e tenham vergonha de falar certas coisas.