Devido à minha profissão lido com
muitas pessoas na fase final da sua vida, a maior parte delas debilitadas física
e psicologicamente. Muitas vezes isso faz-me temer um pouco a velhice, temer a
fragilidade inerente ao enfraquecer da máquina que é o corpo humano.
Porém, momentos como os que vi há
pouco, fazem-me ver que é possível ter uma fase final da vida em que ainda há
pequenos prazeres que valem a pena. Aproveitando o facto de o sol se ter
perdido em pleno Inverno e ter feito uma visita a Pontevedra, saí um pouco para
sentir algo que não sentia há muito.
Ao passar pelos vários jardins que
enfeitam a cidade, pude ver desde amigas de longa data na sua coscuvilhice
sentadas num banco, com guarda-chuva a servir de guarda-sol, a casais (daqueles
verdadeiros, com décadas de união) de mão dada a passear.
Sempre disse que para mim o sol é
um antidepressivo natural, mas hoje o melhor mesmo foi ver estas pessoas, numa fase da vida mais avançada
que a minha, a aproveitarem da mesma maneira (ou melhor) que eu esta manhã de
sol.
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