Esta reportagem (http://www.tvi24.iol.pt/videos/1-hora-e-35-minutos/552c25210cf2002a90b87513/1)
anda a ser partilhada há alguns dias, mas só tive oportunidade de a ver agora.
Sinceramente, nem sei bem o que
dizer, nem sei se há muito para se dizer. Dói-me a alma de ver as imagens.
Pelos doentes, pelos seres humanos que têm de passar por isto, que se veem privados
do seu humanismo e dignidade.
Mas desculpem-me o egoísmo, dói-me
ainda mais a alma, ao ponto de chorar por dentro, pelos meus colegas de
profissão. Eu não tenho a menor dúvida que sabem prestar cuidados de
excelência, providos de humanismo. Por isso sei o que lhes vai na alma, o
desalento e desespero nos olhares ao ver tudo o que é retratado. A impotência e
a frustração de querer e não poder, de estar a dar o máximo e isso ficar a
léguas das necessidades imediatas dos doentes.
Há uns tempos atrás, uma pessoa a
quem tenho muita consideração, referia que a falta de tempo é uma desculpa.
Contestei, como é óbvio, refutando tal ideia. Gostava de saber a opinião dessa
pessoa agora, ao ver estas imagens…porque acredito que são o espelho da
realidade portuguesa e não apenas uma exceção, num país que pensa ter cuidados
de saúde de primeira qualidade. Não falta só tempo…faltam pessoas, faltam
meios, faltam estruturas, falta vontade de quem manda (http://www.tvi24.iol.pt/sociedade/leal-da-cunha/servicos-de-urgencia-em-portugal-funcionam-muito-bem
- nem sei se rio ou choro ao ler isto).
Estas condições são tortura para
quem nelas trabalha. Porque acabar o turno, despir a farda, ir para casa e
desconectar, só acontece quando sabemos que tudo ficou bem feito, que se fez
tudo o que se podia e devia.
É triste e revoltante quando não se
faz tudo o que se podia, mesmo fazendo tudo o que (humanamente) é possível fazer!
Repito uma ideia que sempre defendi…somos
pessoas que cuidam de pessoas e para cuidar com humanismo temos que ser
tratados com humanismo.
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