terça-feira, 19 de março de 2019

Dia do Pai


Hoje é do Pai, uma data que cada vez faz mais sentido celebrar, numa época em que as crianças vivem nas escolas e vão dormir a casa, em que os pais vivem em casa, mas ausentes nos seus trabalhos.
Tempos em que se defende o afeto, mas em que o tempo que se passa em família é escasso (em quantidade e qualidade). Não será por acaso que os problemas comportamentais se revelam em maior número. Não é uma crítica, muitas vezes as circunstâncias levam a que assim seja, mas apenas uma constatação da realidade.
Sendo algo normal, hoje foi dia de turno, foi dia de pensar e refletir. Tenho a felicidade de estar todos os dias (ou quase) com o meu pai. Lamento não ter presentes os que foram os pais dos meus pais.
Contudo, no meu dia-a-dia, cuido de pessoas que me são completamente desconhecidas quando cá chegam. Quando partem levam muito de mim e deixam muito de si. Essas pessoas são pais/mães, são (foram) filhos(as), são avós, são o mundo de alguém que não eu. Um dos meus princípios no cuidar do outro é ter isto sempre bem presente, é o respeito pela individualidade da pessoa, pelo que ela foi e é, mas também por todo o mundo (família) que a envolve.
É a este pensamento, a esta forma de estar, que encontro muitas vezes a paciência necessária para cuidar de quem precisa de ser cuidado. Nem sempre é fácil, nem sempre se tem a frescura física e mental…mas tem que ser. Só assim tempos as palavras certas a dizer, só assim podemos passar um sentimento de tranquilidade e de carinho, ao mesmo tempo que somos assertivos no que “exigimos” ao doente para que ele possa melhorar.
Se um dia algum dos meus precisar de cuidados de alguém, espero que encontrem alguém que saibam que eles são pai e mãe, que têm toda uma história passada por detrás do presente.
Amanhã voltarei para cuidar e ajudar na recuperação de pais e mães de quem não conheço, mas sempre com o desejo de transmitir segurança e proteção a uns e outros. Para que, em breve, possam regressar ao conforto e calor dos seus lares.

sexta-feira, 8 de março de 2019

Obrigado Mulheres da minha vida!


Como já referi algumas vezes, não sou muito dado a dias Internacionais do que quer que seja, contudo compreendo a existência social de alguns deles. Servem como voz de revolta, como alerta, como crítica a uma sociedade que anda muito longe de ser justa e com uma equidade à prova de bala.
Ontem Dia Internacional Contra a Violência de Género, hoje dia Internacional da Mulher…o primeiro um dos motivos que justifica a existência do segundo.
Em pleno século XXI é inadmissível o que temos vindo a assistir nos últimos dias, uma onda de violência, de crimes macabros, de atrozes atentados contra a liberdade individual. Há muitos anos, devido à cultura existente e ao próprio papel mais submisso da mulher na sociedade, até poderíamos compreender o porquê do domínio físico do homem. Afinal, somos fruto do meio onde vivemos e da educação que nos é transmitida.
Atualmente, quando se luta por uma real igualdade a todos os níveis, comportamentos existem que têm que ser banidos.
A mim mete-me muita, muita confusão os crimes hediondos que têm acontecido e aqueles que, não tenho a menor dúvida, estão à espera de acontecer.
Desde cedo que aprendi a admirar, respeitar e amar o papel da Mulher no mundo.
Começando pela minha Mãe e pelas minhas Avós, principais responsáveis por estes sentimentos em relação ao sexo oposto. E as minhas tias e primas, não fosse eu um dos poucos rapazes no meio das raparigas.
Segui depois no Karate, onde há 27 anos as mulheres não imperavam. Mas foi, já nessa altura, uma delas o exemplo que tentei e tento seguir. E hoje, lado a lado, vemos o universo feminino nesta arte a crescer, com meninas e miúdas de enormes qualidades a baterem-se sem medo com os rapazes.
Quis o destino que eu abraçasse a Enfermagem como profissão. Desde logo, durante o curso criei amizade com inúmeras jovens mulheres, mulheres que digo sem receio, são dos melhores profissionais que o país tem. Apesar de perder o rasto e contato com a maioria, o meu carinho por elas todas é enorme.
Enquanto profissional, muito do que sou aprendi com mulheres, com colegas enfermeiras e auxiliares (as de antes e as de agora). Acho que estou numa posição privilegiada para poder falar do valor que elas têm no mundo laboral. São elas (excetuando um ou outro elemento masculino) que lutam comigo diariamente para que os nossos doentes tenham os melhores cuidados possíveis. São competentes, são incansáveis, são amáveis, são exigentes quando a situação obriga. Dizer que me sinto seguro e tranquilo ao trabalhar com elas é, talvez, o maior elogio que lhes posso fazer.
Sou alguém que também tem amizades com algumas mulheres, tendo nelas alguns dos meus melhores amigos. Amigas nos melhores e piores momentos, amigas passe o tempo que passar, independentemente da distância que nos separa.
Tal como os homens, nem todas são boas, nem todas são más. Mas hoje não é a mulher na sua personalidade individual que se celebra, hoje é o dia da Mulher global, da mulher que qualquer uma deve ter o direito e capacidade para poder ser, sendo um dever da sociedade permitir a ascensão do mérito feminino.
Hoje é o dia delas, mas por tudo que referi, para mim é-o todos os dias.