Como já referi algumas vezes, não sou muito dado a
dias Internacionais do que quer que seja, contudo compreendo a existência social de
alguns deles. Servem como voz de revolta, como alerta, como crítica a uma
sociedade que anda muito longe de ser justa e com uma equidade à prova de bala.
Ontem Dia Internacional Contra a Violência de Género, hoje
dia Internacional da Mulher…o primeiro um dos motivos que justifica a existência do
segundo.
Em pleno século XXI é inadmissível o que temos vindo
a assistir nos últimos dias, uma onda de violência, de crimes macabros, de
atrozes atentados contra a liberdade individual. Há muitos anos, devido à
cultura existente e ao próprio papel mais submisso da mulher na sociedade, até
poderíamos compreender o porquê do domínio físico do homem. Afinal, somos fruto
do meio onde vivemos e da educação que nos é transmitida.
Atualmente, quando se luta por uma real igualdade a
todos os níveis, comportamentos existem que têm que ser banidos.
A mim mete-me muita, muita confusão os crimes
hediondos que têm acontecido e aqueles que, não tenho a menor dúvida, estão à
espera de acontecer.
Desde cedo que aprendi a admirar, respeitar e amar o
papel da Mulher no mundo.
Começando pela minha Mãe e pelas minhas Avós,
principais responsáveis por estes sentimentos em relação ao sexo oposto. E as
minhas tias e primas, não fosse eu um dos poucos rapazes no meio das raparigas.
Segui depois no Karate, onde há 27 anos as mulheres
não imperavam. Mas foi, já nessa altura, uma delas o exemplo que tentei e tento
seguir. E hoje, lado a lado, vemos o universo feminino nesta arte a crescer,
com meninas e miúdas de enormes qualidades a baterem-se sem medo com os
rapazes.
Quis o destino que eu abraçasse a Enfermagem como
profissão. Desde logo, durante o curso criei amizade com inúmeras jovens
mulheres, mulheres que digo sem receio, são dos melhores profissionais que o
país tem. Apesar de perder o rasto e contato com a maioria, o meu carinho por
elas todas é enorme.
Enquanto profissional, muito do que sou aprendi com
mulheres, com colegas enfermeiras e auxiliares (as de antes e as de agora).
Acho que estou numa posição privilegiada para poder falar do valor que elas têm
no mundo laboral. São elas (excetuando um ou outro elemento masculino) que
lutam comigo diariamente para que os nossos doentes tenham os melhores cuidados
possíveis. São competentes, são incansáveis, são amáveis, são exigentes quando
a situação obriga. Dizer que me sinto seguro e tranquilo ao trabalhar com elas
é, talvez, o maior elogio que lhes posso fazer.
Sou alguém que também tem amizades com algumas
mulheres, tendo nelas alguns dos meus melhores amigos. Amigas nos melhores e
piores momentos, amigas passe o tempo que passar, independentemente da
distância que nos separa.
Tal como os homens, nem todas são boas, nem todas são
más. Mas hoje não é a mulher na sua personalidade individual que se celebra,
hoje é o dia da Mulher global, da mulher que qualquer uma deve ter o direito e
capacidade para poder ser, sendo um dever da sociedade permitir a ascensão do
mérito feminino.
Hoje é o dia delas, mas por tudo que referi, para mim
é-o todos os dias.
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