Hoje celebra-se a Páscoa por esse
mundo fora. Eu que não sou muito dado a coisas religiosas, sempre tive um gosto
especial por esta época. Mas só com uma condição, tinha que ser na terra do meu pai,
num meio de fortes e enraizadas tradições. Era a única altura do ano em que
deixava alegremente a minha pequena cidade, para ir viver esta quadra na aldeia
dos meus avós.
Agora na sua ausência, a Páscoa
perdeu o encanto. Não faz sentido uma Páscoa sem ouvir o cantarolar das campainhas que anunciam o aproximar da cruz, sem as romarias a casa de familiares ou de
vizinhos, sem os caminhos enfeitados com flores, fazendo lembrar um arco-íris,
sem o agradável sabor dos doces da época, sem ir beber um pouco de vinho do
porto às escondidas dos adultos (acho que a mim e ao meu primo já não nos podem
pôr de castigo por isso).
Não faz sentido, ao ponto de ter
decidido trabalhar nestes dias. Quem sabe um dia o encanto volte. Até lá, ficam
as lembranças das vinte e tais Páscoas cheias de tradição e alegria.
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