quarta-feira, 6 de março de 2013

Democracia…a falácia da liberdade!


Se há coisa que me incomoda profundamente na política é a hipocrisia, não apenas dos políticos, mas das pessoas partidárias, quer da oposição, quer do partido no poder.
Por se querer ver o partido do coração no poder tapa-se os olhos a tudo e algo mais. Até parece que, desde o 25 de Abril de 1974, tivemos apenas um partido a liderar, a construir um sistema corrupto…a fazer merda! Se for o partido de coração a aumentar os impostos “epá, é na boa mesmo. Vejam lá, se fizer falta podem aumentar ainda mais 1 ou 2%! Tudo por amor à causa!” Se for outro partido “Cambada de energúmenos, vão roubar pró cara…!”
Não entendo que ainda se diga, mas acima de tudo se vote, num partido ou candidato por idealismo político. Isto é o cerne da hipocrisia, ou melhor dito, o seu ponto mais alto! Que idealismo? Quando vale tudo para se chegar à cadeira do poder!
Queixamo-nos que os políticos têm demasiados privilégios, que ganham muito, que usam e abusam das cunhas e favores, que têm reformas altas, que até há bem pouco tempo iam para a reforma com 8 anos de Assembleia das Bananas etc. Ah, claro, mas isto devem ser apenas os dos outros partidos, porque quando há eleições vamos a correr a votar nos nossos!
Sabem o que me preocupa neste momento, mais que o Passos governar ou desgovernar o país? É saber que vamos ter mais do mesmo nas próximas eleições, apenas mudam as cores do partido.
Será que sou eu apenas que vejo que a oposição não dá soluções? Apenas diz “Isto assim não pode ser?” Claro que depois quando lá chegarem vão fazer merda e vão ser os outros a entrar nesta onde do “Isto assim não pode ser!” Causa-me tanta impressão ver agentes do PS (neste momento) nas manifestações que nem imaginam! O palhaço que tivemos a governar antes seria por acaso Independente? Memória muito, mas mesmo muito curta!
Eu nunca votei por partido, votei por candidato. Nos meus inícios de votante, cheios de ilusão por cumprir tal ato cívico. Até chegar ao ponto de me fartar de ser enganado. Considerando-me uma pessoa inteligente e não permitindo a minha inteligência entrar em tamanha hipocrisia, passei a outra ilusão. A do voto em branco. Algo que dizem ser uma arma contra o sistema. Nada mais errado. É algo a favor do sistema. Posso iludir-me com as coisas, mas lá está…modéstia aparte, considero-me uma pessoa com dois palmos de testa (talvez um pouco mais) e, mais que isso, humilde para saber que erro (e que me deixo enganar). Neste momento não voto. Votar seria pactuar com a corja que nos levou e leva por caminhos perto do precipício.
Diz a música que o Povo é quem mais ordena…podia ser, mas o Povo não quer. O Povo não quer sair do círculo de comodidade em que se encontra. O Povo gosta de sair à rua a manifestar-se, gritar palavras de ordem, chamar nomes aos políticos. É a única conclusão a que posso chegar, ao saber que de seguida vão colocar lá alguém para daqui a pouco tempo voltarem a fazer manifestações de encher o olho e merecedoras de entrar no Guiness!
Somos livres num sistema que nos prende com a falta de alternativas. Estamos prisioneiros desta democracia ilusória.
Quem acredita que a solução para a crise passa por eleições? Eu não…

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