segunda-feira, 16 de setembro de 2013

(Con)fusão entre real e virtual...

Ontem foi dia de estar com pessoas a quem muito quero e com quem, por várias circunstâncias, não é possível ter uma convivência mais assídua. O que interessa é que quando nos juntamos, a confiança e o à vontade permaneçam iguais.
No segundo café do dia, um dos assuntos à baila foi o facebook e originou uma breve troca de ideias que dão que pensar.
Eu não tenho problemas em admitir que uso assiduamente o facebook. Às vezes tenho-o ligado e nem estou presente. Partilho fotos, pensamentos, textos, sentimentos momentâneos, falo muito com pessoas que estão longe. Admito que uso e partilho mais coisas do que o que devia. Ponho em causa a minha privacidade, mas creio que o importante é ter noção disso e até hoje nunca tive problemas. Jogo e aceito as regras do jogo. Esta é a minha opinião e noção sobre o facebook.
O que acho que é preocupante, é que as pessoas transportem o facebook (quem fala nesta rede social fala noutras coisas do mundo virtual) para qualquer sítio a que vão. Quando saio da porta de casa para fora, acabou o jogo. Há um mundo real que é preciso viver, conhecer e desfrutar.
Aqui, eu e a minha amiga, encontramos um ponto em comum sobre este tema. Qual o sentido de se ir a um café, supostamente para conviver, e termos o nosso interlocutor sempre com os olhos fixos num pequeno ecrã e com as mãos num frenesim nervoso, teclando teclas sem parar? Eu acho e quero acreditar que as pessoas que o fazem, e são muitas, fazem-no sem terem noção disso. Se têm noção, a mim já me parece falta de respeito e consideração pela pessoa que têm ao lado. Falta de respeito pela falta de atenção ao que se possa estar a dizer. Falta de respeito por uma pessoa que dispensa algum tempo do seu dia para partilhá-lo com alguém que não lhe dá o devido valor.
Como é que é possível que, estando cara a cara, às vezes parece que para se ter uma conversa com a pessoa à nossa frente, é mais fácil ir ao chat do facebook do que falar? Eu para isso não preciso de sair de casa. Deixo-me estar no conforto dela.
Acredito que haja pessoas com dificuldade para manter uma conversa durante quinze minutos, quanto mais manter uma durante uma hora ou mais. Lá está, pode ser falta de cultura geral, falta de temas e assuntos interessantes para falar. Pode ser que eu e outras pessoas como eu, que vão tomar um café para socializar, não tenhamos assuntos interessantes ou não sejamos interessantes ao ponto de motivar a atenção da outra parte.
Quem me conhece sabe bem que eu não troco um bom convívio por ficar colado ao pc, seja no facebook ou noutra coisa qualquer. Eu gosto de estar com pessoas com as quais uma hora (ou mais) passa a voar. Gosto de estar com pessoas que tenham atenção ao que eu digo, que mostrem como são ao vivo e não atrás de um teclado. Porque num cara a cara não há cortinas que tapem o que somos. Há olhares e entoações que denunciam verdades ocultas quando se fala virtualmente. Há pessoas que ao vivo se tornam desinteressantes, quando não há frases feitas, que se vê num perfil qualquer, para lançar.
E há outra coisa, enquanto que no face podemos estar com várias conversas simultâneas em que umas frases de vez em quando a cada um servem para manter o diálogo, ao vivo temos que falar apenas com a pessoa que está connosco. Admito que seja mais difícil…mas também muito mais interessante.

Claro que só posso considerar amigos (as) aquelas pessoas que me fazem sentir à vontade, que conseguem e fazem o favor de deixar o mundo virtual para passar um pouco de tempo comigo. Quanto aos outros, não sei o que são…mas sei o que não são!

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