quarta-feira, 4 de setembro de 2013

Em defesa do Hospital de Fafe...os verdadeiros motivos!

Utopicamente falando, o ideal seria ter um hospital à porta de cada cidadão ou, para não ir tão longe, um em cada cidade, vila ou aldeia. Eu sei disso, isso é o que todos queremos, eu ainda mais pois talvez assim tivesse trabalho no meu país.
Desde há uns tempos fala-se na passagem de vários hospitais para a Misericórdia, o que tem provocado muita celeuma. Falarei apenas da questão do de Fafe, ou da falsa questão, porque é a cidade onde nasci, é a minha terra natal. E apesar de ir a Fafe mais ou menos de 15 em 15 dias, conheço um pouco a realidade do hospital. Tem uma urgência básica, creio que uma ala de internamento de medicina e outra ala de internamento de cuidados continuados. Desconheço se ainda se opera lá. E a revolta das pessoas, pelo que me apercebo, está em que o hospital com esta mudança possa vir a perder valências. Pensando eu com os meus botões, acho que se mudassem o hospital apenas de local, mesmo dentro de Fafe, iria sempre provocar manifestações em contra.
Argumenta-se que faz falta uma urgência em Fafe, quer para servir as gentes do concelho, quer para servir as gentes de Basto (Celorico, Mondim e Cabeceiras), salvaguardando a segurança destas, porque senão teriam que ir para Guimarães, que fica longe! Serei eu o único a ver a incongruência deste argumento?
Pois bem, na minha análise de senso comum, as urgências do hospital seriam facilmente substituídas por umas urgências de centro de saúde, até porque as urgências mais emergentes, são encaminhadas para outros hospitais. Os problemas que resolvem um e outro serão idênticos, umas gripes, umas constipações, umas dores de cabeça, umas dores de dentes etc. Voltamos à velha questão…não admira que faça falta urgências, devido ao mau uso que delas se faz. Meus amigos, isto já não são falta de recursos humanos e materiais, é questão de civismo e educação social.
Quanto ao outro argumento, de solidariedade com as pobres gentes de Basto, faço uma pergunta…nós temos Guimarães, com Hospital a sério, a 10/15 minutos. Os de Basto, a quanto têm? Não é ter um hospital em Fafe que lhes dará grande apoio, por pouco mais de tempo chegam a Guimarães. O que lhes daria um grande apoio era terem um hospital de verdade nas terras de Basto, não acham? Se somos assim tão solidários, manifestemo-nos, isso sim, a favor da construção de um naquela zona. Se acham que aquela gente fica bem servida com um hospital em Fafe, ficaremos nós ainda melhor…um na zona de Basto e outro em Guimarães! Seríamos uns sortudos!
Tendo em conta a realidade portuguesa e europeia, defendo a continuidade da instituição aberta, isso sim, como unidade de cuidados continuados, algo que já vem sendo feito neste hospital. Além de ser algo muito em falta, ajuda a libertar camas dos hospitais de verdade de doentes que não necessitam de lá estar, mas que também ainda não estão prontos para ir para casa. Camas que podem fazer realmente falta para outros doentes. Além que uma noite de internamento num hospital é muito mais cara que numa unidade de cuidados continuados. Não estamos nós em crise?
Respeito quem defende a continuidade do hospital como está, mas não concordo com os argumentos apresentados. São falsos argumentos. Esta é uma reivindicação de querer por querer, de hábito, sem fundamento algum…quantos dos que se manifestam a favor da manutenção do hospital, quando têm algum problema vão a correr a Guimarães ou ao privado? Aí já não serve? Já não é útil ter o hospital perto de casa? Para muitos o Hospital serve como tema de debate e para aparecer em manifestações, para outros serve para as campanhas eleitorais…se bem que duvido que os políticos da terra façam muito uso dele.
Podem-me acusar de ser menos da terra por defender isto. Quem o dirá serão certamente mentes cerradas, hipócritas em que Fafe é o centro do mundo e eles querem ser figura de destaque nesse mundo. Estou farto de em Fafe governar a política do “Se não estás comigo, estás contra mim”, numa ditadura intelectual que se diz democrática.
Nasci em Fafe, vivi em Fafe até aos 18 anos, vou lá regularmente e represento o nome de Fafe. Quero que Fafe cresça e evolua como qualquer fafense. Posso é ter uma ideia de evolução um pouco diferente da de muitos que nunca saíram de Fafe ou que já estão acostumados ao que têm.

Preocupem-se com coisas verdadeiramente importantes e deixem-se de egocentrismos disfarçados. Podem querer um hospital em Fafe…mas sejam sinceros no que pedem, não é por necessidade de ninguém, é simplesmente por comodismo!

2 comentários:

  1. Onde é que se põe um "gosto" disto?

    assinado
    Fernando Pereira

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  2. A última vez que fui ao Hospital de Fafe, foi por indicação da linha 24. Os meus sintomas encaixavam em vários causas entre as quais ataque cardiaco.

    A linha 24 confirmou que eu podia ser levado para o Hospital de Fafe e indicou que o Hospital de Fafe já estaria à minha espera quando eu ali chegasse.

    Só 20 minutos depois de eu ter entrado no Hospital é que uma besta que supostamente está a fazer o atendimento é que apareceu junto de mim e disse:

    "realmente estava ali um fax a avisar que voçê vinha"



    Perante isto, eu estou-me bem a cagar para o Hospital de Fafe...

    Um Hospital que põe a máquina de fax num gabinete onde não está ninguém, e a mesma máquina de fax é usada para estas situações...não pode ter o meu avalo para continuar a gastar o dinheiro escasso, e brincar com a saúde/vida dos utentes.

    José Alexandre Fernandes
    Nascido no Hospital de Fafe há quase 30 anos.

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