Tenho acompanhado de relativamente
perto a situação do exame que pretendem que os professores façam. Quanto à
questão do exame em si, na minha opinião, é uma palhaçada e uma (mais uma)
maneira de ir buscar dinheiro aos bolsos, na sua maioria, de quem ainda não
trabalha. Faz-me lembrar a questão das cotas da OE, que as cobram quer se
trabalhe, quer não se trabalhe. Ok, há a possibilidade da suspensão da inscrição
segundo me disseram, mas o que não me disseram é se levantando a suspensão da inscrição
se tem que pagar os retroactivos de todo o tempo que não se pagou as cotas…a
esta questão, levantada por mim há uns anos, fiquei sem resposta.
Voltando ao tema dos professores,
não é sobre a pertinência do exame, ou falta dela para ser mais correcto, que
quero falar. Falo num fenómeno que infelizmente já tive a possibilidade de ver
e quase viver com os colegas de enfermagem.
O exame criou revolta nos
professores que o têm que fazer. Indignação. Estou com eles, acreditem! Nos
outros, suscitou um encolher de ombros, com umas vozes a levantarem-se a dizer
que não corrigem os exames etc etc. Mas a verdade é que a eles isto nada
afecta. Ou seja, a luta aqui tem que ser feita pelos que vão ser sujeitos a
exame. Qual o meu espanto quando vejo o número de inscritos! Quase 40 000,
acho. É quase como a situação do típico machão (não confundir com machista),
que à frente dos amigos diz que ele é quem usa as calças lá em casa e que a
mulher faz tudo que ele manda e ao ouvir um “Anda cá imediatamente!” da mais
que tudo, mete o rabinho entre as pernas e lá vai ele!
Comparo com a situação dos colegas
enfermeiros, que reclamam e clamam contra tudo e contra todos relativamente às
propostas indignas de trabalho (as tais dos 3.96 euros à hora, umas um pouco
mais, outras um pouco menos) e que na hora da verdade são os primeiros a
aceitá-las! Ter trabalho perto de casa, da família e dos amigos ainda é uma boa
desculpa para passar uma esponja por cima da dignidade!
Dois casos diferentes, duas
atitudes semelhantes. Conformismo. Falsa revolta. Não sei bem explicar. No caso
da enfermagem falo com conhecimento de causa. No caso dos professores, peço
desculpa se falo do que não sei, mas é a ideia que me passa…a luta tem que ser
feita por todos, não apenas por alguns!
Sem comentários:
Enviar um comentário