quarta-feira, 30 de dezembro de 2015

Adeus meu querido 2015…olá 2016!

Este ano que agora finda foi um ano de grandes mudanças, todas elas feitas com ponderação, mas com a convicção absoluta de que esse era o caminho.
A maior delas foi o regresso a casa, algo que era desejado desde aquele dia 13 de Julho de 2008, dia em que comecei a minha vida noutro país. Um desejo que foi acalmando com o passar dos anos, um sonho que estava cada vez mais reduzido a isso mesmo, um sonho. Mas podiam perguntar-me se estava a gostar ou se estava bem e a minha resposta sincera seria um “sim”.
Um mês após o retorno apercebi-me de uma coisa que andava a negar, mesmo que inconscientemente, há muito tempo. Estava perdido, mesmo sabendo onde estava. Estava mal, mesmo pensando estar bem. Estava conformado com uma vida que não era a que queria, por muito que pensasse que era.
Estive quase sete anos e meio com aquela gente, gente que durante sete anos foram a minha gente, colegas de trabalho, colegas de casa, amigos de bons momentos. E isso fica, daí as lágrimas derramadas e a voz embargada ao sair daquela casa no meu último dia de trabalho…sem ninguém ver, sem ninguém ouvir, a tentar acalmar todos os pensamentos que me iam na cabeça. Felicidade absoluta por ir em busca do meu sonho, tristeza por abandonar aquele que foi o meu lugar.
E ao voltar, simplesmente, reencontrei-me. Primeiro comigo, depois com os meus…voltei a encontrar o meu caminho. Por isso, hoje vejo as coisas de maneira diferente. Os problemas que não são problemas são relativizados. Procuro ver o melhor de cada sentimento, de cada estado, de cada situação, de cada pessoa. Descobri uma calma e uma paciência que não pensei ter. Descobri uma determinação, uma certeza do que quero e não quero, ainda maior do que tinha. Descobri que não posso ter medo de sonhar e ir atrás dos sonhos. Em três meses muita coisa aconteceu. Todas elas boas.
2015 foi um ano muito bom, que de certeza ficará sempre gravado nas minhas memórias, pelo que disse e por mais algumas coisas. Vem aí um novo ano, não sei o que me espera. Simplesmente, tenho a esperança e vontade de continuar a tornar os meus sonhos realidade e de criar novos sonhos. Dando tudo de mim no mínimo
que faça, fazendo tudo com paixão, pois só assim as coisas têm sentido para mim.

A todos os que me acompanham no dia-a-dia, a todos os que, mesmo longe, estão bem cá dentro, a todos os que fazem, de alguma maneira, parte da minha vida, os meus votos de um Feliz Ano de 2016.

segunda-feira, 28 de dezembro de 2015

Natal nos hospitais...

Começo por referir que o Natal dos Hospitais é diferente do Natal nos Hospitais. Um aparenta festa, música e alegria, o outro a realidade. Por muito que se diga, por muito que possamos fazer, ninguém gosta de passar esta noite num hospital.
Pode haver até doentes que ao passar o Natal num hospital têm um Natal um pouco melhor do que costumam ter (pessoas sem família ou de família destruturada, sem condições em casa ou sem tecto), mas nunca será uma noite de alegria.
Por muito que os profissionais tentem amenizar a tristeza que se vê nos olhos de quem cuidam, permanece sempre uma sensação de vazio. Neles e em nós. Ver doentes que manifestam o desejo de ir a casa e não podem, ver familiares que gostavam de ter os seus consigo e não podem. Tudo isto contraria o espírito que reina por estes dias. Na rua, em casa, nas redes sociais e, em alguns casos, dentro de nós mesmos.

Claro que sei o difícil que é para maioria dos profissionais abdicarem desta noite que devia ser com os seus, para se dedicarem a outros. Se há noite que me custa trabalhar é a da véspera de Natal, mas quando me toca, olho para tudo o que tenho e para o que vou perder e olho para o que aqueles de quem ajudo a cuidar têm e vão perder. Apercebo-me que queixar-me é contrariar tudo o que defendo nesta época...e porque não, o que defendo para todo o ano.

quarta-feira, 23 de dezembro de 2015

Um diferente tipo de Natal…

Estamos em plena época natalícia, a altura do ano que mais significado tem para mim, em que mais sinto necessidade de estar rodeado dos meus.
Este ano vai ser um Natal especial. Vou estar realmente em casa, a prenda que levava anos a pedir e este ano finalmente me foi concedida.
Sem saudade, sem pressas, vou poder desfrutar novamente dum Natal completo com a minha gente, e quando falo e gente, em primeiro lugar falo da minha família, as pessoas que sempre me deram tudo desde que nasci, a quem devo a pessoa que sou hoje. De seguida, falo dos meus amigos, daqueles que sabem muito bem o que significa esta palavra para mim. Aqui lamento não os ter todos perto, mas foram, são e serão parte de mim.
Serve isto, para desejar a todos eles um Feliz Natal, mas não só a eles.
No me puedo olvidar de todas las personas que durante años han sido “mi familia”, que  hicieron con que Pontevedra haya pasado a ser”mi ciudad”. A todas mis antiguas compañeras de trabajo, les deseo una Feliz Navidad.
Não esqueço aquelas grandes amigas e grandes amigos que estão longe, mas estão sempre perto do coração. Para eles e para as suas famílias, um Feliz Natal.
E por fim, desejo um Feliz Natal a todas as pessoas que conheci recentemente, aos meus novos colegas de trabalho que me receberam de braços abertos, e a todas as outras que fizeram e fazem este regresso valer a pena.
A todos vocês, que o calor do Natal encha a vossa casa.

“Live while you can, cherish the moment
The ones that you love, make sure they know it

Don't miss it, the heart of Christmas”

sexta-feira, 11 de dezembro de 2015

Lembranças...

Há despedidas que custam, outras doem…outras ficam gravadas eternamente nas nossas memórias. Os próximos dois dias recordam-me duas despedidas, daquelas que nunca deveriam de acontecer, mas que fazem parte da vida.
Daqui a umas horas, faz 12 anos, dizia adeus à minha avó, acordado dum sono intranquilo, prenúncio do que já se avizinhava. Tardei em acordar das palavras que o meu pai me tinha dito. E neste momento, homem já feito, saudoso, recordo os momentos da infância em que a minha avó era um porto de abrigo, em que o amor e carinho dela faziam-me sentir o neto mais afortunado do mundo…os meus primos e primas dirão o mesmo. Lamento não tê-la abraçado mais vezes, não ter-lhe dito todas estas palavras ainda em vida, que era o que merecia.
E amanhã, faz também 4 anos que, acabado de chegar do turno da noite, preparando-me para descansar, recebi aquela chamada a dizer que o meu avô tinha partido. Lembro-me como
se fosse hoje, de me ter sentado, de ficar com o pensamento suspenso, tardando em saber se era verdade ou se estaria a dormir, talvez por não me ter podido despedir dele. Hoje sinto saudades das inúmeras histórias que me contava, ele sempre sentado no sofá principal, eu sempre atento, maravilhado pelas façanhas dele em terras longínquas. Apesar de não o demonstrar muito, homem de vida dura, sei que ele gostava e tinha orgulho dos netos. E eu nele, pois, pelo exemplo, passou-me valores que rareiam hoje em dia.
Sou o que sou, em grande parte a estas duas pessoas. Passem os anos que passem, mesmo que as suas imagens se desvaneçam da minha memória, mesmo que as fotografias se desbotem, o legado que eles me deixaram seguirá vivo dentro de mim. E eles seguirão vivos em mim e nas minhas acções. É o mínimo que posso fazer para homenagear quem foi tanto para mim e me deu o que o dinheiro não pode comprar.

Beijo do vosso neto…de saudade imensa.