domingo, 30 de outubro de 2016

O sonho que está por chegar

Cheguei, entro na casa e vejo as tuas sombras ocultas detrás de corpos gigantes. Sem te ver, senti a tua fragilidade, a tua dependência, o teu encanto.
Eras o centro das atenções e, sem surpresa alguma, dominaste a minha atenção também.
Os teus olhos inocentes hipnotizaram-me.
O toque suave da tua pele seduziu-me.
O teu sorriso sincero derreteu-me.
Depois de andares dum lado para o outro vieste ter aos meus braços. Sentir o teu calor, o teu cheiro ou a tua força ao apertar-me o dedo da mão…fez-me sentir em paz, uma paz que já provei outras vezes, mas que já não acontecia há uns tempos. Sabes pequeno, não te conhecia, mas podia estar ali toda a noite contigo ao meu colo.
Fizeste avivar aquele desejo, sonho ou vontade enorme que tenho aos anos e que nunca neguei, o ser pai. Se senti algo assim contigo, é impossível imaginar o que sentirei um dia ao sentir o calor, o cheiro, o sorriso, o respirar ou a força de um filho meu.

Obrigado por aquele breve momento que durou o resto da noite. Fizeste-me ganhar o dia.

terça-feira, 25 de outubro de 2016

O dia em que tudo mudaste

Provavelmente não sabias, mas eu nada procurava antes de ti. Eu vivia feliz com a minha vida, dela não desejava nada mais, dela não esperava nada mais. Sentia-me preenchido, sentia-me realizado, sentia que tinha tudo o que precisava.
Foi então que surgiste do nada, naquela mesa de café, no meio de tanta cara desconhecida, foi a tua que me captou todos os sentidos. Foram-me todos apresentados, só o teu nome fixei.
Foi nesse dia que percebi que vivia num vazio camuflado de tudo, foi, ao conhecer-te, que vi o deserto que existia na minha vida. Entraste nela sem pedires licença e desorganizaste todo o meu interior...que continuas a desorganizar a cada passagem, qual furacão!
Percebi que era um espaço à espera, à espera de ser preenchido pelo que de mais maravilhoso existe no mundo…amor.
Sei que tudo o que sinto provavelmente nada significa para ti, sei que todo o turbilhão de emoções que vibra dentro de mim de cada vez que te vejo esbarra no muro que ergueste. Há vozes que dizem que posso (me) perder, porém eu acho que nada tenho a perder, poderei, isso sim, ter tudo a ganhar. Nunca podemos perder o que nunca foi nosso, o que nunca tivemos. Muitas vezes surgiu a dúvida se me iria arrepender de não ter travado isto, de não ter dado meia volta à primeira oportunidade, de não te ter esquecido, de não te ter impedido de ter o papel principal …diria a razão que sim.
Mas sabes, diz o coração (e eu ouço muito o que ele diz) que não…não me arrependo. Acho que andamos neste mundo para nos apaixonarmos, para amarmos, para sentir o que de melhor a vida tem para nos dar. Não andamos aqui para termos e sermos copos meio cheios. Claro que o melhor que poderei alcançar é o teu amor, mas não posso negar que ter-me apaixonado por ti foi o melhor que me aconteceu este ano. Mesmo sendo uma incógnita o dia de amanhã, agradeço-te que, naquele dia, tenhas entrado na minha vida, que me tenhas permitido (sem saberes) voltar a sentir algo que sentia apagado, algo no qual andava descrente, algo que eu já duvidava que algum dia voltaria a sentir.
Sempre fui dos que disse que amor só é possível quando são dois a amar. Não podia estar mais enganado ou então não sei que sentimento é este de querer alguém mais do que quero a mim mesmo.

Amar alguém nunca deve ser sinónimo de vergonha, muito pelo contrário, deve ser sinónimo de orgulho, quando tal sentimento é verdadeiro. Assumo, sem medo e com confiança, a responsabilidade do que sinto por ti, sentimento esse que não procuro esconder, mesmo que ninguém saiba quem és. Sentimento esse que espero que seja capaz de derrubar muros e construir pontes e um dia te faça dar-me a mão. Poderei não ter capacidade para o conseguir, poderei não ser pessoa que aches que mereces, mas um dia certeza terei que tentei…tentei…tentei. Será o suficiente para dizer que nunca lamentarei o amor pelo qual lutei.

sexta-feira, 21 de outubro de 2016

O melhor do meu mundo

Minha querida Joana…
Peço desculpa por usar o teu nome neste espaço tão meu, mas se há pessoa que o merece és tu. Foste aquela pessoa que, desde o início da nossa relação, sempre me deu o que eu acho que mereço. Mesmo que numa primeira fase não soubesses o que eu era, a partir do momento em que ganhaste consciência disso, fizeste-me sentir o melhor padrinho do mundo.
Sei que devia de ser ao contrário, mas se há alguém que sempre me acarinhou, que sempre me fez sentir especial, esse alguém foste tu.
Sabes, sinto-me nostálgico…de segurar-te nos meus braços e, ao mesmo tempo, de te ter abraçada a mim. Quando o fazias era incrível como um ser tão pequeno me podia fazer sentir tão único.
Nasceste linda, cresceste magnífica e tornaste-te numa bela mulher. Por muito que me possa apaixonar ou amar nesta vida, tu terás sempre o privilégio de teres sido o meu primeiro grande amor…aquele pelo qual viverei eternamente apaixonado, num amor sem limites.
Mesmo estando mais perto, devido à profissão que abracei, não me será possível estar contigo. Adoro o que faço e sei que implica perder alguns momentos como estes, mas podes ter a certeza que me faz dar mais
valor a todo e qualquer minuto que passo contigo.
Neste dia marcante na minha e na tua vida, desejo-te apenas que continues a ser aquela menina feliz, alegre e encantadora que sempre foste e que me conquistou desde o primeiro minuto. Que tenhas um feliz aniversário minha Princesa.

Beijinho do Padrinho





terça-feira, 18 de outubro de 2016

A Princesa do baile

Estávamos os dois no meio duma multidão de corpos, todos a mexerem-se ao som da música e a visão enublada pelo fumo sufocante. Fechei os olhos uns segundos e, inexplicavelmente, ficamos, eu e tu, frente a frente.
O meu coração pareceu reanimado, a bater forte, bem forte, rápido, muito rápido. Recebi uma espécie de choque que percorreu todo o meu corpo, um choque anestesiante. Podia sentir o teu calor, o teu aroma, a tua presença…não sentia nada mais, não havia nada mais.
Os meus olhos foram hipnotizados ao ver o teu vulto num baile gracioso, como se fosses uma serpente encantada. Os meus braços e pernas limitavam-se a oscilar inconscientemente, comigo a contemplar-te, como se fosses o centro do Universo!
Cada vez mais perto, os teus dedos tocaram nos meus, ou terão sido os meus a tocar nos teus, não sei bem. Ganhei coragem, da mais difícil de conseguir, prendi delicadamente a tua mão na minha, aproximamos-nos, e ao mesmo tempo que te envolvia de forma suave pela cinta, pousavas a tua mão no meu peito.
O tempo parou nesse momento. Segurava nos meus braços o tesouro mais precioso do meu mundo. Dois corpos a dançarem ao som da música, numa sintonia harmoniosa. Dois corações a baterem sincronizadamente, dois olhares encontrados, os dedos finalmente entrelaçados. Senti-me um Príncipe a dançar com a minha Princesa.
De repente acordei deste torpor inebriante e vi-te, distante de mim, naquele meio metro imenso que nos separava. Continuavas a dançar, continuavas encantadora como sempre, continuavas a dominar o meu ser…mas já não estávamos sós, voltávamos a estar rodeados de figuras anónimas. Talvez tenha fechado os olhos apenas por uns segundos, mas foram segundos em que te senti perto de mim, em que te tive nos meus braços, em que fui o homem mais feliz. Não sei se foi sonho ou imaginação, talvez os dois, mas tocaste-me sem me tocar.
Depois dum sonho bom, fica sempre a sensação de vazio por se tratar disso mesmo, dum sonho, mas desta vez não ficou. Ficou, isso sim, a esperança que um dia sejas a mulher que embale nos meus braços, naquela que será a dança perfeita.

segunda-feira, 17 de outubro de 2016

Romantismo, espécie em vias de extinção

Recentemente, uma amiga disse-me que o romantismo com que tenho escrito os últimos textos deveria contagiar-se a outras pessoas. Ao que respondi “Acho que falta romantismo ao mundo R.”
Não me querendo apelidar de romântico, terão que ser outras pessoas a dizê-lo, explico o que quis dizer quando digo que o romantismo está em vias de extinção. E não falo apenas do que se refere a questões do “coração”. Também, mas não só.
Antes de mais, para mim romantismo tem a ver com paixão. Só existe romantismo se existir paixão e esta precisa do romantismo para sobreviver.
Falando de relações, é algo que tem vindo a perder-se simplesmente por um motivo. A conquista hoje em dia é algo muito fácil (eu sou sempre a excepção que confirma a regra), as paixões são breves e passageiras, tendendo a acabar quando se enfrentam as primeiras dificuldades. Há dificuldade e falta de vontade em cimentar laços e em construir amores duradouros, só possível, a meu ver, se o romantismo mantiver acesa a paixão ao longo dos anos.
Mas, para mim, a maior falta de romantismo revela-se no dia-a-dia, em tudo o que fazemos. Nos trabalhos, no lazer, nas relações diárias, no fundo, em todos os aspectos da nossa vida. Quantos de nós vão apenas trabalhar por obrigação? Quantos de nós fazem apenas o que têm que fazer no trabalho e nada mais? Quantos de nós dizem gostar do que fazem, mas depois nos locais de trabalho mostram-se poucos disponíveis para colegas ou clientes (no meu caso utentes) ou estão sempre a contar o tempo para sair? Quantos de nós vão para um treino e estão à espera que a hora do treino acabe? Quantos de nós vão tomar cafés com os amigos e estão a contar o tempo para ir para casa? Claro que o facto de vivermos tempos conturbados não ajuda, mas não podemos perder a paixão que nos deve guiar.
Eu não sei se sou romântico ou não. Agora sei que apenas concebo viver de uma maneira. Apaixonado…pelas pessoas e pelo que faço. É tão bom estarmos com alguém ou a fazer alguma coisa e não darmos pelo passar do tempo, mas isto só é possível se estivermos involucrados em sermos e querermos ser apaixonados.
Um dia disse a uma pessoa amiga que não era nenhum Cristiano Ronaldo, mas que queria deixar a minha marca nas pessoas. Felizmente, quer na minha profissão com os meus doentes, quer no Karate com os “meus” meninos, tenho a possibilidade de o fazer. Esperando também ir marcando outras pessoas no decurso da vida.

Sei que é uma visão romântica de viver, mas não digo que seja fácil. Acredito, isso sim, que de coração cheio é muito mais fácil enfrentar as adversidades.

quinta-feira, 13 de outubro de 2016

Não és perfeita...

Eu sei que deveria dizer que és perfeita, aquela princesa com que sempre sonhei desde que comecei a pensar nestas coisas. Eu sei, mas como começar alguma coisa com uma mentira?
Deixa que te diga, de forma fria e insensível, tu não és perfeita e soube-o desde o dia em que te conheci.
Não serás a mulher mais bela do mundo e até poderás nem ter um corpo escultural, daquelas que fazem o trânsito parar, mas foi a tua beleza que tornou insignificante a beleza de todas as outras e que acelera o meu coração de cada vez que te vejo.
Não terás, porventura, o sorriso mais encantador do mundo, mas tens aquele que me encanta todos os dias e que faço tudo para que domine as tuas feições.
Nãos tens os olhos mais cristalinos do mundo, mas são eles que prendem o meu olhar, que me fazem vaguear no imaginário do que eles vêem!
Não és uma mulher sem problemas ou preocupações, mas és uma mulher terrena e de carácter.
Não terás sempre dias bons, terás dias de maior cansaço, com mau feitio e teimosia, mas são os dias em que provarás a minha paciência. É o teu mau humor que quero aturar e o de mais ninguém.
Não serás uma mulher de sonho, mas és a que habita os meus todas as noites!

Como podes ver não és perfeita e eu sei disso, mas descobri o tamanho do que sinto por ti no dia em que percebi que tens o fascínio perfeito da imperfeição!


segunda-feira, 10 de outubro de 2016

Viagem diferente

Desde há algum tempo que descobri que, mais do que os lugares, o que realmente conta são as pessoas com quem estamos. Podemos estar no sítio mais agradável do mundo e passar uma má experiência como podemos estar no pior sítio do mundo e a experiência ser amenizada com a companhia que temos.
Compreendo quando as pessoas dizem que não gostam de voltar a sítios onde já foram. Sei que há muito mundo por descobrir e pouco tempo para o fazer. Porém, um sítio visitado com pessoas diferentes em contextos diferentes, automaticamente, torna-se uma experiência distinta.
Já visitei e adorei Barcelona, Roma, Veneza, Florença ou Paris, mas admito que são cidades às quais, pelo seu encanto, gostaria de voltar em outra circunstância.
Estes dias revisitei Lisboa com um grupo de pessoas que, na sua maioria, entraram na minha vida relativamente há pouco tempo. Voltei a locais aos quais já tinha ido, vi outros que ainda não vira, mas posso dizer que foi uma experiência completamente diferente de todas as outras. Tudo devido ao grupo no qual estava inserido, sempre com a boa disposição a dominar.



Há pessoas que nos acrescentam alguma coisa e depois há as outras. Há pessoas em que o tempo despendido com elas não é tempo perdido e que merecem a nossa atenção Há pessoas que nos fazem viver e sentir vivos…pessoas que, simplesmente, valem a pena!

segunda-feira, 3 de outubro de 2016

A cor de uma Mulher


Perguntaram-me um dia “Qual a cor que mais gostas de ver numa mulher?”

Respondi que é o amarelo bronzeado do teu cabelo quando lhe mexes…
Respondi que é o castanho brilhante dos teus olhos quando me olhas…
Respondi que é o rubor envergonhado da tua face quando coras…
Respondi que é o rosa dos teus lábios quando sorris…
Respondi que é o moreno da tua pele quando sem querer me tocas…
Respondi que é a cor das tuas unhas, seja ela qual for…
Respondi que é o branco ou o preto das roupas às quais dás encanto…

Respondi que és tela colorida, vítima da minha contemplação…
Respondi que és tu o arco-íris quem me alegra os dias mais cinzentos…
Respondi que não interessa a cor com que eu mais gosto de te ver, mas sim a cor que me invade quando te vejo…

Respondi que és tu, simplesmente tu e apenas tu!