quarta-feira, 22 de janeiro de 2014

Praxe…a quanto me obrigas?

Encontro-me a escrever estas linhas devido ao caso ocorrido na praia do Meco. Só nos últimos dias é que me contaram (isto de estar em Espanha nem sempre nos permite estar a par das notícias) os pormenores o que me leva a perguntar “É preciso uma investigação para saber que teve algo a ver com actividades de praxe?” Para mim e para muitos está bastante claro. Com ou sem amnésia dos sobreviventes.
Eu não sou anti-praxe, daquela praxe que serve realmente para integrar os novos alunos, que serve para praxados e quem praxa se divertirem. Sou anti-praxe, daquela praxe que serve para humilhar os mais novos, que serve apenas para fazer sobressair as frustrações daqueles pobres de espírito que nunca foram nem serão alguém na vida…mesmo que pensem que o são de capa posta.
O problema não é a existência das praxes. Nem da grande maioria que praxa ou vai praxando. É daquela minoria, dos tais frustrados, que fazem de tudo para pertencer a comissões de praxes, de modo a terem algum “poder”. Duma minoria que ocupa lugares de relevo nas hierarquias deste jogo, a que muitos chamam tradição, que é a praxe. Duma minoria para quem a praxe (melhor dizendo, praxar), é a coisa mais importante na vida! Nem todos que são das comissões serão assim, mas a maioria desta minoria, é.
Mas desengane-se quem pensa que são bichos papões. O seu “poder” acaba imediatamente quando o praxado decide. Praxe é uma coisa, abusos e estupidez são outra! E não tenham medo da desinformação, que muitos passam, de que quem não aceita as burrices alheias não pode usufruir de uma vida académica. Que não pode trajar, como se o traje fosse algo da praxe, como querem fazer entender! Não pode o comum dos mortais comprar um traje e andar com ele, sendo universitário ou não? Ou tem que apresentar uma autorização da comissão de praxe? Praxe é uma coisa, vida académica outra. Quanto muito, a primeira é uma pequena parte da segunda. Muitos pensam que é ao contrário!
Por tudo que acabo de referir, parece-me descabida a ameaça das famílias das vítimas de agir nos tribunais contra o sobrevivente da tragédia. Ou provam que ele os forçou a entrar na água, com uma arma ou agredindo-os, ou não há caso. Parece-me que para a estupidez humana ainda não há pena. Digo eu que não percebo muito de leis. E este caso é disso que se trata…de um grande estúpido, cujas ordens terão sido acatadas por pessoas adultas.
Por isso acho importante que quem é praxado atribua à praxe o devido valor. Que é pouco. O problema é pensar-se que é a coisa mais importante enquanto andamos na universidade!

À pergunta que faço no título deixo esta resposta…”NADA”!

1 comentário:

  1. todos sabem dizer não, uma palavrinha muito simples, de apenas 3 letras, que ouvimos desde pequenos ! facil....

    ResponderEliminar