Encontro-me a escrever estas linhas
devido ao caso ocorrido na praia do Meco. Só nos últimos dias é que me contaram
(isto de estar em Espanha nem sempre nos permite estar a par das notícias) os
pormenores o que me leva a perguntar “É preciso uma investigação para saber que
teve algo a ver com actividades de praxe?” Para mim e para muitos está bastante
claro. Com ou sem amnésia dos sobreviventes.
Eu não sou anti-praxe, daquela
praxe que serve realmente para integrar os novos alunos, que serve para
praxados e quem praxa se divertirem. Sou anti-praxe, daquela praxe que serve para
humilhar os mais novos, que serve apenas para fazer sobressair as frustrações
daqueles pobres de espírito que nunca foram nem serão alguém na vida…mesmo que
pensem que o são de capa posta.
O problema não é a existência das
praxes. Nem da grande maioria que praxa ou vai praxando. É daquela minoria, dos
tais frustrados, que fazem de tudo para pertencer a comissões de praxes, de
modo a terem algum “poder”. Duma minoria que ocupa lugares de relevo nas
hierarquias deste jogo, a que muitos chamam tradição, que é a praxe. Duma minoria
para quem a praxe (melhor dizendo, praxar), é a coisa mais importante na vida!
Nem todos que são das comissões serão assim, mas a maioria desta minoria, é.
Mas desengane-se quem pensa que são
bichos papões. O seu “poder” acaba imediatamente quando o praxado decide. Praxe
é uma coisa, abusos e estupidez são outra! E não tenham medo da desinformação,
que muitos passam, de que quem não aceita as burrices alheias não pode usufruir
de uma vida académica. Que não pode trajar, como se o traje fosse algo da
praxe, como querem fazer entender! Não pode o comum dos mortais comprar um
traje e andar com ele, sendo universitário ou não? Ou tem que apresentar uma autorização
da comissão de praxe? Praxe é uma coisa, vida académica outra. Quanto muito, a
primeira é uma pequena parte da segunda. Muitos pensam que é ao contrário!
Por tudo que acabo de referir,
parece-me descabida a ameaça das famílias das vítimas de agir nos tribunais
contra o sobrevivente da tragédia. Ou provam que ele os forçou a entrar na água,
com uma arma ou agredindo-os, ou não há caso. Parece-me que para a estupidez
humana ainda não há pena. Digo eu que não percebo muito de leis. E este caso é
disso que se trata…de um grande estúpido, cujas ordens terão sido acatadas por
pessoas adultas.
Por isso acho importante que quem é
praxado atribua à praxe o devido valor. Que é pouco. O problema é pensar-se que
é a coisa mais importante enquanto andamos na universidade!
À pergunta que faço no título deixo
esta resposta…”NADA”!
todos sabem dizer não, uma palavrinha muito simples, de apenas 3 letras, que ouvimos desde pequenos ! facil....
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