Têm-me dito que os textos que te escrevo são bonitos.
Sinceramente não o sei, mas acho lindo tudo o que vai no meu interior.
Escrever-te ou escrever sobre ti tem sido uma
necessidade, a forma de extravasar o que sinto. É sufocante querer gritar ao
mundo o que vai cá dentro e não o poder fazer…bem, ao mundo talvez não, mas a
ti, só a ti, sem dúvida alguma. É a forma de me declarar da maneira como nunca
me permitiste fazê-lo. Seja de manhã, tarde ou madrugada dentro, é libertador
dirigir-me a ti, mesmo que te fale sem me ouvires ou componha sem que me leias.
Gosto de escrever, mas há alturas que os dedos,
escravizados pela mente (ou será pelo coração?), são impelidos a fazê-lo num
desenfrear de letras, palavras e frases. E o que me sai da alma é a sinceridade
no seu estado mais natural, desprovida de palavras vazias e de adjetivos
ilusórios.
Não querendo qualificar o que escrevo, tenho noção
que escrevo melhor sobre (para) ti do que sobre o resto. Não imaginas o fácil
que é, diria que a escrita flui como se fosse pincelada com uma pena, como se
escrevesse uma dessas cartas lindas do antigamente dirigidas a uma bela
donzela.
O porquê disso? Creio que para qualquer obra de arte
tem que haver uma fonte de inspiração…e tu és a minha, embora os meus escritos
de arte tenham pouco e não façam jus ao que sinto. Não na intenção, pois dela
estão cheios, mas por ficarem aquém, muito aquém de todas as sensações que me percorrem o corpo.
És a minha musa, mas não apenas para o escritor. És a
minha musa diária, a que me inspira para ser melhor enfermeiro, para ser melhor
formador de crianças, para tentar ser melhor pessoa.
Sabes qual a minha dúvida? Aquela que me tira o sono
da noite e que me inquieta de dia? Será que se as outras pessoas conseguem
“ver” o que eu sinto, tu também o vês?
Contudo, textos são apenas palavras, anseio, isso sim,
o dia que te possa sussurrar isto tudo ao ouvido ou que te possa demonstrar com
atitudes que as minhas palavras não são ocas…apesar de crer que todas as minhas
atitudes em relação a ti o demonstram, que venha o dia em que o consigas
perceber.
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