Acabo de chegar a casa após assistir ao concerto da
Mariza. Ia com elevadas expectativas, para ouvir pela primeira vez uma das
maiores bandeiras do nosso Portugal, que granjeia aplausos até do outro lado do
mundo.
Gosto de escrever ainda com os sentimentos à flor da
pele, pois é da maneira que os consigo descrever melhor. E como foi o concerto?
Pavilhão cheio, tudo sentado, som e luzes numa sintonia perfeita, assistência
ansiosa e, no meio disso tudo, a artista, a enorme artista Mariza! Dona de uma
voz ímpar, surpreendeu (pelo menos a mim que não a conhecia) com a intimidade e
a emoção com que interagiu com o público. Um sentido de humor apuradíssimo e
uma simplicidade pura em palco conquistaram-me. Pode-se dizer que a Diva desceu
à terra e andou no meio dos que a admiram, com duas horas de fado, alegria e
festa a parecerem dois minutos.
Não sou propriamente um amante de fados, mas aprendi
a ouvir e a gostar do fado cantado pela Mariza. Tem fados que me tocam, fados
que mexem comigo, com o meu estado de ânimo. E ouvidos ao vivo? Arrepiam,
arrepiam o corpo e a alma.
A mostrar que é grande, deu prova disso ao largar o
microfone e cantar como se faz nas casas de fado de Lisboa…só que desta vez
numa casa com milhares de pessoas, em puro silêncio, em puro deleite, a ouvir a
fadista que é de todos nós.
Merecida ovação final em pé, com uma multidão rendida e encantada. Há espetáculos que valem cada euro do preço do bilhete, este valeu ainda mais.
Merecida ovação final em pé, com uma multidão rendida e encantada. Há espetáculos que valem cada euro do preço do bilhete, este valeu ainda mais.
Para aumentar ainda mais a minha admiração, após o
concerto aguentou estoicamente uma improvisada sessão de autógrafos e
fotografias, de pé, sempre com um sorriso amável e sincero, com palavras de
apreço, apesar do evidente cansaço.
Posso dizer, sem medo nenhum, que Mariza e Cristiano
Ronaldo são legítimos sucessores de Amália e Eusébio como figuras maiores do
nosso país. Deixemo-nos de pudores, os dois últimos foram Reis no seu tempo,
com pequena ajuda dum regime que os usou como bandeira. Os dois primeiros, são
donos e senhores deste tempo, do meu tempo, sem regimes, são o alento de um
povo muitas vezes à deriva. Mariza, para mim, é maior que Amália…fez-me
apaixonar pelo fado. Cristiano, na minha opinião, é maior que o meu
Eusébio…fez-me festejar a glória máxima no futebol. Por todos tenho enorme
respeito.
Sinto-me privilegiado por ter assistido ao vivo aos
espetáculos dos dois. Hoje, o melhor deles, de todos os que assisti até hoje.
Sabes Mariza, desculpa tratar-te por tu, para mais depois de me perguntares se
o autógrafo era “para você?”, mas devo confessar-te uma coisa. Saí feliz, muito
feliz do teu concerto. O meu mais sincero obrigado!
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