Cada vez mais são os casos de bullying que ocorrem
nas escolas e fora delas, quer seja perpetrado a solo ou em grupo. Vê-se jovens
que são privados de ter uma adolescência normal devido a acossos dos seus
pares.
Será que no meu tempo já existia? Sim, claro que sim,
embora não se desse um nome tão chic e não houvesse tão grande número de casos.
Também é verdade que estávamos mais preparados a nível psicológico para as
maldades provocadas pelos nossos colegas. Eramos afetados, mas conseguíamos
arranjar estratégias para ultrapassar essas situações. Mas então, o porquê do
boom deste estrangeirismo?
A meu ver, tudo começa em casa, no seio familiar, do
indivíduo que vai praticar bullying sobre outros (desculpem os paizinhos que se
possam ofender, mas os pequenos seres que têm em casa são indivíduos com atividade
social). As crianças (sim crianças) ou adolescentes que praticam esta religião
denotam, em todos os casos, uma gritante falta de disciplina, de valores e
princípios, sendo o maior deles a falta de respeito pelos demais. E isto, meus
caros, aprende-se desde pequeninos em casa, não é a escola que o tem que fazer
(quanto muito, reforça). Além disso, são indivíduos com visível baixa autoestima que, para se sentirem superiores, atacam outros que a terão ainda mais baixa que
eles. A própria competição criada pelos pais, em como têm que ser os melhores,
ou próprias quezílias entre pais, a meu ver, podem originar estes
comportamentos. O que os pais são e fazem é absorvido pelos filhos. Por isso
defendo sempre que o exemplo é a melhor maneira de educar e ensinar.
Claro que não existem pais cujos filhos praticam bullying…“O
meu filho era incapaz de fazer isso!” ou “Se fez isso é porque o outro também
lhe fez alguma coisa!”. Na hora de se apurar responsáveis, os miúdos de repente
ficam órfãos. Muitas vezes são-no, não literalmente claro, pois ter pais nem
sempre significa ter pais.
Este distúrbio comportamental vil e de baixo nível
origina problemas psicológicos e físicos nas vítimas, podendo levar ainda a
casos de fracasso ou abandono escolar e, em último e pior caso, a suicídio. Quem
ofende alimenta-se dos insultos e agressões que o fazem sentir-se superior,
perante uma vítima indefesa, logo estas situações tendem a piorar.
Depois há escolas metidas ao barulho, processos,
inquéritos, psicólogos ou psiquiatras, pais etc. Encontram-se soluções que não
são soluções, são “tapar o sol com a peneira”, um adiar do problema. E quando
se adia um problema as coisas apenas pioram.
E este problema começa logo nos infantários, passa
pelas primárias e continua nos seguintes ciclos. Por isso o bullying só tem um
meio de terminar…a reação assertiva, firme e revoltada da vítima. Sim, isso
mesmo, um murro bem dado, no momento e hora certos, acaba duma vez só com o
papel de vítima e o papel de agressor. A única maneira de acabar com esta praga
é não a deixar começar. Tenho a certeza que se um miúdo de seis anos, ao ser
importunado por outro, reagir da maneira que defendo, nunca mais vai ser vítima
de bullying e o outro nunca mais o vai praticar.
Treino meninos a partir dos cinco anos, todos eles
potenciais ou atuais vítimas de bullying. Digo-lhes, intransigentemente, que
não podem bater em ninguém, que não podem usar o que aprendem no Karate fora do
Dojo. E ai deles que eu tenha conhecimento disso. Agora, também lhes digo que,
se alguém lhes tentar bater, estão autorizados a defenderem-se. Acredito que se
o fizerem estão a dar um contributo enorme para a sociedade.
Sim, podem-me me vir com teorias sobre pedagogia,
sobre direitos das crianças, sobre o que seja…um murro é mais simples, mais
barato, mais rápido e mais, muito mais eficaz que qualquer teoria.